XICO COM X, BIZERRA COM I

Quando criança, tempos sem Internet onde as embaçadelas são outras, as ‘pulhas’ não passavam de um gracejo para pregar uma peça em crianças menos avisadas. Uma dessas troças, lembro bem, era perguntar a ‘cor do cavalo branco de Napoleão’. Sobre o estadista francês, nós, meninos, não sabíamos de quem se tratava, mas a cor do seu cavalo – resposta já implícita na pergunta – todos respondíamos ser branca, para desapontamento do inquisidor.

REFAZENDO A PERGUNTA

Hoje refaço a pergunta a meus netos substituindo o ‘cavalo branco’ pelo ‘passarinho amarelo’ do meu jardim. À parte minha falta de criatividade, tenho tido inteligentes respostas. Bernardo, o mais velho (um rapazinho, 9 anos nos costados), diz que depende do passarinho. Se for feliz, disse-me, será amarelo reluzente, da mais brilhante tonalidade. Ao contrário, se assim não for, terá um amarelo desbotado, quase branco, respondeu-me aprofundado em convicção.

OUTRAS RESPOSTAS

Vinicius, 3 aninhos bem vividos e pleno de inteligência, disse-me, obedecendo à mais elementar lógica: ‘é amarelo, vô’. E Leonardo, do alto de sua sabedoria de 2 anos, embaraçou-me ao devolver a pergunta: ‘tu tem jardim, vô?’. Já não se fazem cavalos brancos como antigamente. Nem passarinhos amarelos. Acho que nem avôs, também.

2 pensou em “A COR DO PASSARINHO AMARELO DO MEU JARDIM

Deixe uma resposta