JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

Navegando em sonhos

“I have a dream!”

Foi isso sim que, um dia, disse Martin Luther King em pronunciamento para milhares de americanos que, como ele, sonhavam com o fim das injustiças, iniciando pela segregação racial.

Pois, eu também tive um sonho. Sonhei de olhos abertos, pensando sempre em um dia poder viver num país diferente deste que os escroques de hoje nos impõem. Tive filhos. Ainda tenho filhos e sempre lhes ensinei o que de melhor aprendi com meus pais. Nunca transgredi pensando que isso (a transgressão) pudesse um dia lhes servir de modelo.

Errei, certamente. Mas errei tentando fazer sempre o melhor, por mim, por eles e principalmente por nós. E até hoje, vi que eles tiveram competência e discernimento para não repetir os meus erros.

Sei, existem muitos, que, não apenas não agem assim, como também não pensam em agir da mesma forma. Pouco se lhes importa o acerto, a retidão, desde que isso lhes mostre retorno material.

Não! Nunca pretendi imitar Luther King. Mas, um dia me vi – em sonho – navegando numa canoa em alto mar. Só eu e a minha companhia divina. A canoa do tempo que me levaria, sem curvas e titubeios, na direção da realização humana e social num país de gente livre. Livre e feliz!

Nesse sonho, ora me via como passageiro e ora era o próprio comandante, remando e puxando a água para ganhar velocidade, e para avisar ao mundo que a canoa, no mar, estava livre e que qualquer um poderia embarcar em algo que não pararia nunca.

Yes, I also have a dream!

E sonho com um País diferente, com práticas e conceitos modernos e evoluídos, mas, principalmente, humanos – e não apenas porque viraram modismo – na convivência entre famílias sem preconceito ou segregação racial e abertura de espaço para a prática religiosa de cada um.

E continuarei sonhando que, um dia, vamos protestar, reclamar, brigar pelos nossos direitos – sem estarmos dirigindo um carro e falando ao celular ao mesmo tempo. Sonho que um dia teremos a prática superando a teoria na cidadania.

Sim, eu sonho.

E, sinceramente, peço para não me acordarem nunca. Me deixem continuar remando e sonhando!

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