O jornal O Estado de S.Paulo, em editorial, comentou a fala do ministro presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que em entrevista ao Valor Econômico disse que, quando terminar a presidência, terá conseguido fazer uma total “recivilização” do Brasil. Já se disse muito sobre isso, mas eu ouvi o vice-prefeito de Porto Alegre fazendo uma argumentação absolutamente válida: quem faz a civilização não é o Estado, é a nação. O Estado está a serviço da nação; o Estado vem depois da nação; o Estado serve a nação; o Estado obedece a nação. É a nação que diz ao Estado como ele deve ser civilizado, e se o Estado não for civilizado a nação faz outro Estado. Digo isso para que a cidadania se dê conta de que todo poder emana do povo, mas o povo tem de saber exercer esse poder. Não pode se deixar conduzir. O povo é que conduz o Estado.
Soa quase um totalitarismo, ou no mínimo arrogância, que alguém do Estado – no caso, o presidente do Supremo – a diga que vai “recivilizar” o país. É totalmente estranho, e até paradoxal, porque em país civilizado não se vê juiz dando entrevista a jornal. E Barroso disse isso em entrevista a um jornal. É um princípio do Poder Judiciário que juiz só fala nos autos.
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Tragédia no Rio com envenenamento de duas crianças
Aconteceu algo muito triste no Rio de Janeiro: um menino morreu e outro está hospitalizado no Miguel Couto. Ambos estudavam na mesma escola. Os médicos examinaram o que está hospitalizado e descobriram restos daquele veneno, o chumbinho. Fizeram uma lavagem intestinal nele, mas o outro morreu. O que sobreviveu, de 7 anos, se chama Benjamin. E o que tinha 6 anos se chamava Ythallo. Queria alertar os pais para o que que acontece na escola, no caminho da escola. É algo que certamente não aconteceria em escola cívico-militar.
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Nomes diferentes demais são peso na vida das crianças
Mas queria lembrar algo que não tem a ver com este menino, especificamente. O nome dele é um belo nome, mas, se ele tivesse sobrevivido, teria de soletrá-lo a vida toda, porque o pai ou a mãe registraram Ythallo, em vez de Ítalo. Pais, não façam isso com seus filhos. Não inventem nomes que eles terão de soletrar para o resto da vida. Não pode mais chamar criança de João, Antônio, Luiz, Alberto; tem de colocar Y, K, letra dupla, H. Isso é uma maldade que os pais fazem para atender sei lá que tipo de desejo, naquele momento do registro.
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Anielle Franco depõe nesta quarta sobre suposto assédio de Sílvio Almeida
Nesta quarta-feira, na Polícia Federal, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, presta depoimento sobre a mão boba do então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, que foi demitido depois da denúncia da Me Too, uma organização que acolhe pessoas vítimas de assédio sexual. Parece que o governo já sabia, mas, como o caso se tornou público, não houve outra saída a não ser demitir o ministro. A substituta de Almeida, Macaé Evaristo, está fazendo um alerta, pedindo cuidado com denuncismo, que muitas vezes não é assédio sexual, é brincadeira, não é real. De qualquer maneira, a ministra Anielle vai depor e todo mundo deve estar curioso para saber dos detalhes desse depoimento, que certamente vai ficar sob sigilo autorizado pelo Supremo.
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Prepare-se para o salto na próxima conta de energia elétrica
Esta quarta-feira é o segundo dia em que nós estamos tirando mais dinheiro do bolso para pagar a eletricidade. Entrou a bandeira vermelha 2, dando um salto no preço de 100 kWh, de R$ 4,46 para R$ 7,88.
Se eu fosse o delegado, faria mais uma pergunta, mais ou menos assim: – o cargo que a senhora recebeu na metalúrgica TUPY teve alguma coisa a ver com o assédio?