Eu volto à coluna para comentar sobre mais um fracasso da Seleção Brasileira.
Como nossa seleção consegue ser tão inoperante, mesmo com “craques” de milhões de dólares em seu elenco?
São todos saídos dos nossos campos para gramas mais verdes e badaladas, e nelas esses meninos perdem a referência do drible, do toque genial, da tabela em busca do gol (e não apenas para posse de bola, com passes para trás), da alegria do gol… deixam escapar a honra de vestir a Amarelinha!
Perdem também o contato com uma torcida que os viu crescer nas preliminares dos jogos principais.
Ganham seus milhões. Perdem o valor do “servir à pátria de chuteiras”.
Ganham cortes estilizados de cabelos e tatuagens coloridas e de gosto duvidoso, enquanto perdem a referência com o Brasil do povo simples. Humilde. Tatuado apenas na alma pelas humilhações diárias.
Ganham mulheres lindas, modelos perfeitas. Se perdem no sentido do amor sem interesses.
Utopia minha? Talvez.
E para completar o quadro, de uns anos para cá os treinadores dos times brasileiros têm que ser estrangeiros.
Vamos perdendo nossa identidade aceleradamente.
Mas, convenhamos, o futebol não é mais a paixão número um dos brasileiros. Perdeu seu espaço para a política. E na política contemporânea os torcedores, digo, eleitores, estão mais fanáticos que qualquer membro de torcida organizada gritando num estádio.
Na política o processo de decadência e piora está mais adiantado que no futebol. Nela já definhamos a cada dois anos há mais de três décadas. Afinal, desde a Carta Magna de 1988 que nada no Brasil funciona como deveria. Ou seja, de fato, em favor do povo.
A cada eleição um “7×1” é assistido das arquibancadas ocupadas pelas nossas duas fanáticas torcidas partidárias, divididas sempre entre o ruim e o menos pior.
Ultimamente para completar o quadro da partida no jogo da política a “arbitragem” dita o jogo, cria regras, expulsa, põe para jogar, escolhe o placar, desempenha o papel de um VAR viciado em traçar linhas à sua conveniência e manda retirar do “estádio” qualquer um que ameace a festa do perdedor.
Perdedor sim! Porque no jogo político há muito não temos vencedores. Apenas derrotados. Nós. O povo.
No entanto, igualmente aos jogadores da Seleção Brasileira de Futebol, no jogo político cada vez mais os milhões recebidos pelo seus jogadores (do executivo ao legislativo, passando pela “arbitragem”) só beneficiam a eles mesmo. Não honram a “amarelinha” no exercício de suas funções, quando se vendem fácil, sendo raras as exceções. Suas tatuagens são desenhos feios na consciência sem remorsos, corrompendo a moral. A sua falta de Ética é semelhante ao fair play deixado de lado. Importa apenas o grito enlouquecido da parte da torcida lhe sendo favorável. Flertam, namoram e casam com uma mulher terrível: a corrupção. Com ela ganham a paixão desenfreada pelo dinheiro fácil.
Os torcedores, ou melhor, os eleitores, seguem nas arquibancadas e se iludem vez em quando quando um placar magro lhe traz algum empate bobo. No máximo.
Parece-me mesmo que não temos na política o mesmo poder de indignação demonstrado por poucos torcedores quando a Seleção Brasileira de Futebol perde dentro de campo.
Não importa se no futebol, ou na política, nós temos sido vencidos constantemente de “sete a um”.
O ruim é que se no futebol já são poucos os que se importam, na política o número é ainda menor.
Eu não gosto de futebol, mas seu texto me fez lembrar de uma conversa que eu estava tendo, com um vizinho, aqui perto da empresa. Achei interessante o que ele me disse: “A culpa disso tudo é da CBF.” Assim mesmo. Ponto final.
Foi-se o tempo em que a seleção canarinho enchia de orgulho quem a assistia.
Jogos da seleção que eu me lembro de ter visto, foi só até o ano de 2002. Depois disso, nunca mais.
Jesus, as “regras” eram 17. Aprendi todas e as pratiquei. Hoje, afastado e alheio a quase tudo, não sei se foi retirada ou acrescentada alguma. Continuam os mesmos: o tamanho dos traves, a altura delas e o tamanho dos campos (eram dois tamanhos oficiais). A regra “era” um privilégio do Árbitro Central (aquele que atua dentro do campo, correndo para lá e para cá como um abestalhado) que está sendo substituído pelo Árbitro do VAR – aparelho “manipulável” comprado e fornecido pela FIFA por algumas centenas de dólares a unidade. No início, o Árbitro de Campo trabalha com o auxílio de dois bandeirinhas. Acrescentaram mais um e o chamaram de “Quarto Árbitro”, que ganha dinheiro apenas para aporrinhar os treinadores e alcaguetar coisas desnecessárias. Pois, com o advento do VAR, foi também mantido o Quarto Árbitro e foi acrescentada uma equipe de cinco ou seis “Operadores e Assistentes desse VAR”. É considerada infração grave, quando o Árbitro de Campo quer ter o domínio do jogo, minimizando a equipe do VAR, mandando-o à PQP. Todas as celeumas acrescentadas, que estão gerando confusão, não conseguiram mudar o enunciado da Regra, por exemplo, do Impedimento: “o jogador estará impedido, quando estiver posicionado à frente do último defensor e receber um passe do companheiro de time”. Pois o acréscimo “mandou permitir” que esse jogador receba o passe, mesmo estando em impedimento, conclua o lance, faça o gol e comemore retirando a camisa do patrocinador master, jogando-a no chão e ofereça o gol à esposa grávida – para, só então, o Auxiliar levantar o bastão com a bandeirinha e assinalar que aquele jogador estava impedido. No caso específico do Brasil, a demora da consulta desnecessária é maléfica e castiga o jogador e o torcedor, além de desmoralizar a equipe de arbitragem que opera no campo de jogo. Repito: tanto no futebol, quanto na política partidária, o Brasil convive com a roubalheira e a desmoralização de tudo. O americano John Textor, dono da SAF do Botafogo, denunciou possíveis manipulações favoráveis ao Flamengo e ao Palmeiras (você sabe quem são os “donos” desses dois clubes e quanto acumular de dinheiro e patrimônio físico?), mas como vivemos no Brasil apodrecido, arranjou inimizade entre os que se locupletam e sobrevivem com as migalhas do sistema. Amigo, não é diferente na CBF e na convocação para a composição da seleção brasileira. Recorro à você para lhe fazer uma pergunta: aqueles paraibanos Salomão que jogou no Náutico e Assis Paraíba, não teriam vagas nesta seleção de hoje? Eu mesmo respondo: não. Não teriam, porque eles não são agenciados por empresários que mantêm FIFA e CBF!
Meu caro Jesus. Inteligentemente, você aspeou a palavra craque, no começo da sua escrita, pois na verdade, nunca foram craques. Quando muito crecas, catotas, um bando de “perninhas”, como se diz aqui, no meu baba. Eu não perco mais meu tempo vendo seleção. Prefiro um bom filme ou uma boa série.
Tamô junto Beni.
Poeta, eu não vejo qualidade nesses “craques” das seleções atuais. Era 30/06/2002 quando o Brasil ergue a taça de campeão e de lá pra cá o que tivemos? Vampeta disse um negócio interessante: “olhe a seleção de 2002! Ronaldo Fenômeno, melhor do mundo, Ronaldinho, meu do mundo, Kaká, meu do mundo, Rivaldo, meu do mundo, Roberto Carlos segundo melhor do mundo, não foi eleito porque Ronaldo ganhou…esse time suou para ganhar e tu acha que Neymar e esses caras que estão aí vão chegar perto disso?” Ele está coberto de razão. Johan Cruiff, em 2006 criticou a qualidade do “sr Silva”, falando que Tiago Silva não tinha a menor capacidade de outros atletas do passado. O que é esse pessoal quer é exatamente o que você disse: milhões. De quem é a culpa? Certamente a CBF é responsável por isso porque ela contrata e se a gente pensar direito, em 2018 Tite perdeu o título, mas foi mantido para 2022, Perdeu de novo e ele saiu, porque se fosse pela CBF, teria ficado. Puseram Fernando Diniz pelo que estava fazendo no Fluminense. Foi um desastre. Puseram Dorival Júnior que é um dos piores técnicos que existe no Brasil. É aí que precisamos repensar: Parreira foi um bom técnico? Zagallo foi um bom técnico? Porra nenhuma. O que era bom era o elenco. Eu me lembro de João Saldanha que montou a seleção de 1970. Sabe o que ele disse: com aquele time que tinha poderia botar Chita de Tarzan no gol e ainda assim seria campeão.
O problema do Brasil é a sacanagem. Convocam jogador para valorizar o cara e vender por milhões. Luciano Bivar era presidente do Sport e disse que pagou para convocarem Leomar para seleção e depois vendeu o cara por milhões.
Eu admiro o futebol de Neymar. Não posso dizer que não acho o cara talentoso, mas não existe mais nada além dele. Militão, por exemplo, perdeu todas as cobranças de pênalti que fez nos treinos e aí o cara bota para ser o primeiro batedor? É brincadeira?
Quando a questão do técnico ser estrangeiro eu não me vejo problemas nisso. Abel Braga, por exemplo, faz um bom trabalho no Palmeiras, talvez pudesse ser testado. Agora o que conta é dentro de campo. Pra terminar uma historinha:
Um time de várzea estava invicto a mais de 15 jogos. Todo jogo, o técnico chamava os atletas fazia uma preleção de 15 minutos e botava o time em campo. O pessoal aquecia, o capitão chamava todo mundo para formar uma roda, dizia umas palavras – coisa de 15 segundos de conversa – e lá time ganhar mais uma. Um repórter curioso com aquilo chamou o capitão e perguntou o que o técnico dizia durante a preleção e o capitão disse: “o que ele diz, nenhum de nós entende nada”. E o repórter insistiu: “E o que você diz quando chama o time”. “Ah! doutor, eu digo assim: pessoal, vamos fazer o de sempre. O ataque ataca, a defesa defende o meio de campo ajuda os dois”
Caro Assuero, se eu estivesse em Recife, faria uma placa com essa máxima e daria de presente para ser colocada nos Aflitos. ” O ATAQUE ATACA, A DEFESA DEFENDE E O MEIO CAMPO AJUDA OS DOIS!”
Grego, serve para outros times também…. kkkkkkkkk