PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Às vezes em que a tristeza me abraça,
Abraço-a, em plena legitimidade,
Assim como abraço a felicidade
Suspenso pelo seu estado de Graça.

Estar triste é viver o que me enlaça,
Fragmentando o sentido da vontade.
Ser um triste é olhar em contrariedade,
Assistindo a uma névoa que lhe embaça.

Tristeza, execrada em entendimento,
Não deixa de ser mais um sentimento
Depurando-nos com a nostalgia.

Tristeza ocupa o olhar em expansão,
Escondendo a própria contradição
Por ocupar a mesma face que a alegria.

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