Quando o homem resgatado da cegueira
Vir Deus num simples grão de argila errante,
Terá nascido nesse mesmo instante
A mineralogia derradeira!
A impérvia escuridão obnubilante
Há de cessar! Em sua glória inteira
Deus resplandecerá dentro da poeira
Como um gasofiláceo de diamante!
Nessa última visão já subterrânea,
Um movimento universal de insânia
Arrancará da insciência o homem precito…
A Verdade virá das pedras mortas
E o homem compreenderá todas as portas
Que ele ainda tem de abrir para o Infinito!
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, Cruz do Espírito Santo-PB (1884-1914)
Augusto dos Anjos, o Poeta da ciência efervescente do fim do século XIX e início do XX.
Poesia e ciência. Me parece um pouco forçado.
Neste verso ele acertou;
“A Verdade virá das pedras mortas
E o homem compreenderá todas as portas
Que ele ainda tem de abrir para o Infinito!”
Foi justamente nas traduções das tábuas de argila do povo sumério no final do século XIX que se abriram as portas para decifrar um pouco da origem da civilização.