COMENTÁRIO DO LEITOR

Comentário sobre a postagem A SERENATA – Adélia Prado

Jairo Juruna:

Se esse poema aborda a inquietação de uma mulher que aguarda por uma serenata em sua janela, a mulher do poema Vaso Noturno, da mesma autora, já tem quem faça serenata para ela:

“À meia-noite, José dos Reis
– que namoro escondido –
Vem fazer serenata pra mim.”

(…)

Grande Adélia Prado!

Que bom ter sua poesia exposta nesse espaço.

* * *

VASO NOTURNO – Adélia Prado

À meia-noite, José dos Reis
— que namoro escondido —
vem fazer serenata para mim.
Papai tosse alto,
tropeça por querer nos urinóis.
Que vergonha, meu deus,
pai, cachorrinha plebéia,
couves na horta
geladas de orvalho e medo.
Me finjo de santa morta,
meu céu é gótico
e arde.

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