O presidente Lula durante o evento “Em defesa da democracia, combatendo extremismos”, realizado na ONU paralelamente à Assembleia Geral
Lula, que fundou o Foro de SP com Fidel Castro, fez um discurso na reunião dos “democratas” na ONU, questionando onde a esquerda errou ao dar tanto espaço para a “extrema direita”. O presidente reclamou que a esquerda vence, mas precisa ceder a pressões da imprensa, do mercado e do Congresso.
A concepção de democracia do Lula é um tanto esquisita: para o petista, não pode haver concessões a outras forças políticas na busca pela governabilidade. O ideal “democrata” de Lula seria vencer e poder ignorar o “mercado”, e atender apenas aos anseios da base esquerdista radical.
Para Lula, quando a “extrema direita” vence, não há mais democracia. Ou seja, dentro da visão peculiar lulista, alternância de poder não faz parte da democracia. Só há democracia real quando vence a esquerda! É o monopólio das virtudes, para não ter de discutir os melhores meios para fins nobres.
Esperar o que de quem se diz democrata, mas adora bajular as piores tiranias do mundo? Lula é um “democrata” de araque mesmo: sempre idolatrou o regime cubano, defendeu a ditadura venezuelana e tentou aproximar o Brasil do modelo chinês. São “democratas” da boca para fora.
Mas palavras o vento leva. Até a Coreia do Norte se diz uma “república democrática”, como fazia a Alemanha Oriental, que ergueu um muro para impedir a saída do próprio povo. Esses autoritários acreditam que, ao repetirem mil vezes a mentira de que são pela democracia, isso se tornará verdade – ao menos para o público. É puro engodo.
No mais, como defende Jacques Maritain em Christianity and Democracy, só há democracia de verdade quando os valores cristãos são respeitados, quando partimos da premissa de que cada um foi criado à imagem e semelhança de Deus. “Não apenas o estado de espírito democrático provém da inspiração do Evangelho, mas ele não pode existir sem ela”, diz o filósofo.
Comunistas nunca podem ser democratas de verdade: “Vejo no comunismo o estágio final da destruição interna do princípio democrático devido à rejeição do princípio cristão. […] O comunismo não é apenas um sistema econômico, mas uma filosofia de vida baseada na rejeição coerente e absoluta da transcendência divina, uma disciplina de vida e uma mística do materialismo revolucionário integral”.
Democracia e comunismo são como água e óleo: não se misturam. Não por acaso a democracia sempre morreu onde os comunistas lograram êxito em seu projeto de poder. Lula, ao lado de outros comunistas, tem tanta moral para defender a democracia quanto um alcoólatra de falar de abstinência. Democrata fã de Fidel Castro é uma bizarrice que só mesmo a velha imprensa finge acreditar…