JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

O nosso primeiro chão é a referência para o norte que tomaremos na vida. Nosso lugar nos guia.

Nossas raízes são fortemente fincadas nele. Mas, ganham solos além da terra onde fomos plantados e que nos viu nascer; porque depois que nossos galhos se expandem para sombrear outros horizontes, essas raízes acompanham a copa dos nossos sentimentos, no entanto, sem se desvencilharem de onde nossas sementes foram lançadas.

E nossas copas respiram ares outros, além daquele que esfriou o nosso primeiro choro – talvez berro de satisfação – pouco antes dos nossos olhos se abrirem para a contemplação do mundo que primeiro nos recebeu.

Maravilhoso é quando esse nosso berro foi um grito no Sertão de onde sou.

E ser sertanejo não é destino. É dádiva divina. Presente de Deus.

Quanta honra!

Não importando onde chegamos, com quem estamos, ou o que consumimos, é o primeiro chão em nossa memória que alivia qualquer dor, ou ansiedade da alma.

É a lembrança do nosso lugar que traz sorriso, para o lugar do choro; renovando sempre a esperança e nos aliviando o espírito.

Nós não somos simplesmente do Sertão. O Sertão está em nós, porque foi do filamento de sua água com seu barro que Deus nos formou, quando éramos somente um projeto de gente. Essa convicção é o nosso alimento diário.

E isso nos acompanha pela vida de uma forma que as palavras, por mais que sejam, jamais explicarão.

Só quem vive o sentimento disso tudo, em relação ao seu primeiro chão, pode saber do que eu falo.

Quem tem o Sertão em si. Como eu tenho.

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