Vivemos em um Brasil onde a realidade parece ter sido desconectada do senso comum de justiça. Em meio a um cenário de violência crescente, desigualdade social gritante e decisões judiciais cada vez mais questionáveis, o sentimento de frustração e impotência toma conta de milhões de brasileiros que se veem abandonados por aqueles que deveriam representá-los.
Casos recentes envolvendo a soltura de criminosos acusados de crimes bárbaros, como assassinatos e decapitações, causam indignação pública não apenas pela brutalidade dos atos, mas pela justificativa frágil das decisões. A alegação de que esses indivíduos “não representam perigo à sociedade” beira o cinismo, e deixa clara uma desconexão entre a teoria jurídica e a realidade vivida nas ruas.
O Judiciário brasileiro, que deveria ser o guardião dos direitos e da ordem, tem sido percebido por muitos como seletivo, distante e, em alguns casos, comprometido com interesses que não são os do povo. Decisões contraditórias, ativismo judicial desproporcional e falta de responsabilização criam um ambiente de insegurança jurídica e social.
Paralelamente, o atual governo, que deveria conduzir políticas públicas eficazes e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos, demonstra omissão diante de pautas urgentes. Ao ignorar os clamores populares, normalizar a impunidade e fechar os olhos para abusos cometidos em diversas esferas do poder, transmite à sociedade a mensagem de que a justiça é um privilégio de poucos.
Esse cenário aprofunda o sentimento de que vivemos uma inversão de valores: o cidadão honesto é tratado como suspeito, enquanto criminosos recebem tratamentos brandos em nome de um garantismo que, muitas vezes, serve mais como escudo político do que como instrumento de equidade.
Não se trata aqui de clamar por vingança, mas por coerência. O povo brasileiro não pede punições desmedidas, mas sim justiça real, proporcional e acessível. Quando o Estado falha em aplicar a lei com firmeza e equidade, mina-se a confiança social e alimenta-se a descrença nas instituições.
É preciso um movimento de reflexão nacional. O Brasil precisa urgentemente de um pacto entre seus cidadãos, juristas e governantes para resgatar o valor da justiça, da ética e da responsabilidade pública. Ignorar esse chamado é perpetuar o abismo entre a lei e a vida.
A indignação não é apenas um sentimento: é um sinal de que ainda há consciência. E é a partir dela que pode nascer a mudança que tanto esperamos.