Comentário sobre a postagem VERGONHOSO
Maurino Júnior:
O Brasil na contramão da História: a abjeta renúncia à memória do Holocausto
Num gesto que transcende a mera diplomacia e mergulha nas águas turvas da vergonha nacional, o governo Lula, com a delicadeza de um rinoceronte em loja de cristal, decidiu retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto. Trata-se de uma aberração moral, histórica e civilizatória — um tapa na face da humanidade, um escarro nos livros de História, um retrocesso que nos alinha não com os guardiões da memória, mas com os coveiros da verdade.
Não há aqui espaço para eufemismos: essa decisão é uma declaração de guerra contra a lucidez. Ao virar as costas para uma aliança que existe unicamente para preservar a memória de um dos capítulos mais sombrios da história humana — o genocídio sistemático de seis milhões de judeus e milhões de outras vítimas do nazismo —, o governo brasileiro rompe com os pilares básicos da civilização: a lembrança, a compaixão e a vigilância histórica.
O Holocausto não é apenas uma tragédia passada. Ele é um alerta constante contra os demônios que habitam o coração humano — o fanatismo, o ódio, o autoritarismo, a indiferença. E ao sair dessa aliança, o Brasil não apenas silencia diante desses horrores: ele se cala ao lado dos culpados. Ele se alinha, mesmo que simbolicamente, com os que negam, relativizam ou banalizam o mal absoluto.
É evidente que essa retirada não vem do acaso. Ela se insere num contexto de alinhamento torpe com ditaduras retrógradas, com regimes genocidas e com narrativas torpes que endeusam o autoritarismo e vilipendiam os valores ocidentais. O que esperar de um governo que estende tapete vermelho a ditadores e terroristas, mas dá as costas às vítimas da História? Que chama de “companheiros” aqueles que pregam a destruição de Israel, mas não move um músculo em solidariedade ao povo judeu? Lula e seus sequazes, no afã de lacrar perante a militância ignorante, pisoteiam a dignidade dos mortos.
Essa decisão não apenas nos isola diplomática e moralmente: ela rebaixa o Brasil à condição de Estado cúmplice da amnésia. Brasília se torna, com esse gesto, uma praça de celebração da ignorância histórica — uma Babilônia pós-moderna onde se ergue um monumento ao revisionismo covarde. É como se um incêndio atingisse o Museu do Holocausto e o governo, em vez de ajudar a apagar o fogo, optasse por assoprar as chamas.
A saída do Brasil dessa aliança é uma traição aos sobreviventes. É um abandono às futuras gerações, que terão menos acesso a instrumentos de preservação da memória. É uma desonra às Forças Armadas brasileiras que combateram o nazismo. É um deboche ao sangue derramado nas trincheiras da liberdade. É, acima de tudo, uma atitude indigna de uma nação que se pretende civilizada.
Lula — esse presomente que se acha mais esperto que a História — comete, com essa decisão, não um erro de governo, mas um pecado de Estado. É o momento em que o Brasil, sob seu desgoverno, troca a lanterna da memória pela escuridão conveniente do populismo ideológico. Que os livros futuros registrem com luto este gesto infame. Que os nomes dos que o assinaram sejam lembrados não como estadistas, mas como cúmplices da escuridão.
A História, essa juíza impiedosa, saberá fazer o ajuste de contas. E quando a luz finalmente voltar a brilhar sobre Brasília — soterrada hoje sob o entulho moral de um governo pusilânime — que se levante novamente a voz da memória, da justiça e da verdade. Porque calar sobre o Holocausto é permitir que ele aconteça de novo. E isso, senhor Lula, nenhum povo digno pode aceitar.
Há momentos em que uma nação pisa no próprio túmulo moral. O Brasil, sob os desmandos de um presidente que insiste em posar de estadista enquanto governa com os dois pés atolados no lodo ideológico, cometeu um dos atos mais vergonhosos de sua história diplomática recente: a saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.
Sim, você leu certo. O governo Lula, esse mesmo que se ajoelha diante de ditadores e se curva ao autoritarismo com ares de rebeldia revolucionária, decidiu que o Brasil não deve mais fazer parte do esforço internacional para preservar a memória do maior genocídio sistemático já perpetrado na História da humanidade. É como cuspir nos trilhos de Auschwitz, como apagar os nomes das vítimas do Muro do Holocausto em Jerusalém, como declarar que a barbárie deve ser esquecida em nome de um discurso “neutro” que, no fundo, cheira à mais abjeta conivência com o mal.
Não se trata aqui de mera decisão diplomática. É um gesto de repúdio à História, de aliança com a ignorância e de flerte aberto com o negacionismo travestido de geopolítica barata. Um governo que foge da memória do Holocausto é um governo que não entende o que é civilização, o que é ética, o que é humanidade.
O Holocausto não é um evento europeu. Ele é um trauma planetário. Ele fala de um ponto sem retorno para a dignidade humana. Ele exige que todos os povos — independentemente de sua geografia, etnia ou religião — mantenham a chama da lembrança acesa. A Aliança Internacional pela Memória do Holocausto não é uma confraria judaica: é uma trincheira moral contra a repetição do abismo.
Ao abandonar essa aliança, o governo Lula se posiciona ao lado da amnésia, do revisionismo, do cinismo geopolítico, como se fosse possível reescrever os crimes do século XX para se encaixar em sua ideologia míope do século XXI. Trata-se de um ato de covardia diplomática, movido por interesses torpes, pelo servilismo a regimes autoritários que odeiam a democracia, e pela militância antissionista disfarçada de solidariedade aos povos oprimidos — como se fosse possível defender os direitos humanos ignorando o maior massacre do século passado.
O Brasil de Lula se junta agora a um grupo de párias morais. Um clube de Estados que relativizam o nazismo, que flertam com o antissemitismo sob o manto hipócrita da “luta anti-imperialista”, e que toleram com inquietante naturalidade o discurso do ódio contra os judeus. Que ironia: o país de Oswaldo Aranha — aquele que presidiu a sessão da ONU que criou o Estado de Israel — agora cospe no legado de um brasileiro digno, para rastejar na lama ideológica do presente.
Lula, o eterno operário do rancor e da retórica inflamada, nunca entendeu o que é História. Acha que pode moldá-la ao sabor de seus afetos ideológicos, que pode ser amigo de terroristas islâmicos e ditadores latino-americanos sem que isso tenha consequências morais. Acha que pode relativizar tudo: a liberdade de expressão, os direitos humanos, a dor alheia, a verdade histórica. Mas há coisas que não admitem relativismo — e o Holocausto é uma delas.
Ao deixar a aliança, o Brasil passa um recado claro ao mundo: não estamos mais interessados em lembrar os horrores do passado; queremos, isso sim, nos alinhar aos que preferem esquecê-los. É o triunfo da ignorância. É a vitória do populismo ideológico sobre a consciência histórica. É a institucionalização da burrice como política de Estado.
Não há como dourar a pílula: o Brasil está envergonhado diante do mundo. Não apenas por essa decisão abjeta, mas por todas as outras que fazem parte de um projeto de desmoralização contínua da diplomacia, da ética e da inteligência. Brasília se tornou o laboratório do revisionismo barato, do progressismo cínico e da diplomacia da vergonha.
Mas os livros de História — esses, sim, imortais — registrarão com tinta indelével o nome dos que viraram as costas à memória dos seis milhões de judeus exterminados nos campos da morte. E Lula, ao lado de sua trupe de fanáticos, será lembrado não como defensor dos pobres, mas como um traidor da humanidade.
A memória é um dever. E ao abandoná-la, o Brasil abdica de ser uma nação civilizada.
“Os lugares mais sombrios do inferno estão reservados àqueles que, em tempo de crise moral, podendo fazer algo, não fazem nada…” Dante Alighieri.
Você foi cirúrgico em seu comentário, Roque.