CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

Máquina movida a pistões e rodas-dentadas

Sinto-me um fraco diante de certos fatos! Já bati bielas, mas agora me descarbonizo!

Há poucos dias despedi-me discretamente deste jornal apresentando a Luiz Berto o argumento de que estava muito atarefado, e com idade avançada, muita coisa se complicava. Mas, na verdade, também, não conseguia dominar esta maravilhosa máquina de escrever e seus periféricos.

Enfim, requeri uma “aposentadoria literária”. Ademais, por me sentir um homem sem condições de manobrar os computadores e seus “periféricos”, todos cheios de carretilhas invisíveis, o que se tornou um inferno, entender seu funcionamento.

Charles Chaplin, em seu maravilhoso filme Tempos Modernos, que veio às telas no ano em que eu nasci – 1936 – já mostrava o modelo das “linhas de montagens” para o fabrico de automóveis, onde os trabalhadores realizavam tarefas simples e repetitivas, o chamado”fordismo”.

Mas a revolução foi vertiginosa. Hoje as máquinas fazem tudo e os computadores se tornaram os melhores amigos do homem, perdendo, certos quadrúpedes, esse título.

Mas, os cronistas não resistem às críticas, sugestões e muito menos “protestos”, pelas formas de comentar seus temas. Se por um lado algumas maneiras representam a paga pelo “serviço”, por outro nos levam à “descarbonização mental”; ou seja, mudança de conceitos, como diria Jô Mazzarolo.

Recebi de Flávio Feronato em 13 de dezembro de 2025 um gentil “protesto” a respeito da recente crônica: “Batendo biela”:

Conheço muito veículo que mesmo batendo biela continua no trecho. Como acompanho há muitos quilômetros (anos) os seus sábios artigos, me julgo no direito de protestar contra sua saída do JBF.

Diante do procedimento resolvi mudar, radicalmente, minhas noções, descarbonizando a mente e o espírito. Ou seja – de forma figurada – limpando pistões, bielas e virabrequins do meu pensar.

E diante de outros comentários – aqui não descritos por questão de ética – por força de tais circunstâncias, voltei!

2 pensou em “DESCARBONIZANDO CONCEITOS

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