A proteção ao sistema financeiro é uma ação fundamental. Todos sabem que os bancos operam com dinheiro dos outros, ou seja, capta recursos de quem tem superavit de caixa para emprestar a quem tem déficit de caixa. O banco ganha pela intermediação financeira que faz. Por isso, empréstimos e financiamentos devem ter garantias. Fica claro que se a inadimplência de um banco aumentar, ele terá problemas para devolver o dinheiro dos aplicadores.
Atualmente, as operações do mercado financeiro atingiram um nível de sofisticação muito grande. O Brasil, por exemplo, experimente há cinco anos o pagamento instantâneo, ou seja, o Pix que trouxe uma facilidade operacional muito grande para realizar transações. Basta dizer que no primeiro semestre de 2025, foram realizadas 36,9 bilhões de transações, totalizando quase R$ 28 trilhões e com estimativa de atingir R$ 35 trilhões, até o final desse ano. O Pix retirou uma parte da receita dos bancos que era decorrente da cobrança de TED e DOC, até então, os meios disponíveis para transferência de valores entre contas.
Apesar desse avanço operacional, o sistema enfrenta, vez por outra, problemas e o Banco Central entra em campo para arbitrar. Hoje, diante da disponibilidade tecnológica, parece até mais fácil observar os sintomas de contaminação, mas no passado a coisa era extremamente sutil e, quiçá, quase imperceptível. Um dos grandes bancos que tínhamos no passado era o Banco Nacional que chegou a patrocinar Airton Senna. Durante 10 anos, este banco gerou receitas fictícias apresentou lucros falsos e manteve-se no mercado durante esse período inteiro sem ser incomodado por ninguém. Nem o Banco Central percebeu, ou se percebeu foi conivente, com o que aconteceu no Banco Nacional.
A questão torna-se mais complexa quando o banco se entranha no poder político, como foi o caso do Banco Rural de Minas Gerais que gestou, junto com o senador Eduardo Azeredo, do PSDB, o chamado mensalão mineiro. Na verdade, o banco fez um pequeno estágio com este senador, mas fez um doutorado e um pós-doutorado com o PT, fato que levou Marcos Valério, e somente ele, ser condenado a 37 anos de prisão. Cabe aqui uma pergunta: se todos os réus foram soltos porque não houve mensalão, por que Marcos Valério, somente ele, foi condenado e preso? Como pode se prender alguém por um crime que não existiu?
Em 1996, no governo Miguel Arraes que tinha seu neto Eduardo Campos como secretário da Fazenda, o BANDEPE – Banco do Estado de Pernambuco, envolveu-se num escândalo feio, envolvendo uma consultoria financeira chamada Vetor, que ficou conhecido como escândalo dos precatórios. Ninguém foi preso, mas a consultoria foi liquidada. Ainda na década de 1990, mais precisamente em 1999, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, foi liquidado por conta de transações fraudulentas.
O caso recente é o Banco Master que quase foi adquirido pelo Banco Regional de Brasília numa operação para lá de esquisita, mas que, agora, se sabe que esse esforço do BRB era para encobrir falcatruas realizadas nas compras de CDB’s do Banco Master. Pensa que isso é tudo? O fundo de pensão de funcionários do Amapá, Amprev, investiu R$ 400 milhões na compra desses títulos, mesmo com a indicação contrária do conselho de administração. O gestor, Jocildo Silva Lemos é aliado de Alcolumbre.
Não pensem, com isso, que esse cidadão vai se responsabilizar por nada. Alguma banca de advogados famosa, vai demonstrar que a operação foi feita de forma legal e que o gestor estava maximizando os lucros da Amprev e perder dinheiro, é parte de quem investe no mercado financeiro. É daí se o dinheiro investido era destinado a buscar recursos para honrar o passivo do fundo. Quanto a Alcolumbre, ele nem conhece o cara que indicou e nem sabia que o irmão dele também tem um cargo na Amprev.
Na Inglaterra, em 1995, o então jovem diretor de operações do Barings Bank, um banco centenário, fez investimentos especulativos na bolsa de Singapura, investindo algo da ordem de US$ 1,4 bilhão, valor este superior ao patrimônio líquido do banco. O resultado foi desastroso para o mercado financeiro londrino, mas quem a pagou a conta foram os donos do banco e o jovem diretor Nick Leesson, foi condenado à 28 anos de prisão. O interessante é que ele foi preso mesmo.
Um pouco antes, em 1992, o megainvestidor George Soros, fez uma aposta contra o Libra Esterlina que estava sobrevalorizada. O Banco da Inglaterra se empenhou em manter a moeda na banca cambial, como se diz. O resultado disso é que o banco teve que desvalorizar a libra e Soros ganhou algo em torno de 1 bilhão de libras esterlinas. No Brasil, Nagi Nahas também quase quebra o sistema financeiro.
Concordando ou não essas operações estão no âmbito da máxima “tudo dia sai um burro de casa” e o pessoal ganha dinheiro com isso. É diferente quando um banco serve de instrumento para ocultar favores prestados ao mundo político, Vorcaro foi preso no aeroporto. Mas, quem acredita que ele continuará preso por isso?
Bom dia nobre Assuero, mais um texto, mais uma verdade. O dono dessa espelunca financeira, tem muita gente boa para o socorrer, isso é cortina de fumaça, podemos escrever, abafa o caso e vida que se segue.
Espelunca é ótimo.
O maior escândalo depois da lava jato.
Cada dia tem um novo escândalo que parece tornar o anterior uma merreca
Claro, se essa for ju$tiça!
Parece que é