Ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) diz que governo vai lutar para aprovar taxação de “bilionários” este ano
Se antes eu andava de bicicleta e meu vizinho a pé, e agora eu ando de carro e ele de bicicleta, essa pequena comunidade avançou ou regrediu? Parece óbvio que houve progresso, mas para a esquerda, obcecada com a “desigualdade”, as coisas pioraram, pois o “gap” agora é maior entre nós.
O que deveríamos observar é o nível geral de pobreza. Queremos a maré mais alta para todos, mas não deveria importar tanto assim a relação entre “ricos” e “pobres”. Quando o foco fica só na desigualdade, alimenta-se a ideologia da inveja, cujo outro nome é simplesmente “socialismo”.
Uma reportagem da Folha hoje cai justamente nessa falácia: “Desigualdade e pobreza atingem mínima nas metrópoles; rico ganha 15,5 vezes a renda do pobre”. Diz o texto: “A queda dos indicadores, contudo, não significa que os contrastes tenham desaparecido dos grandes centros urbanos do país. Sinal disso é que, em 2024, os 10% mais ricos ainda ganhavam o equivalente a 15,5 vezes o rendimento dos 40% mais pobres nas regiões metropolitanas. Os valores foram estimados em R$ 10,4 mil e R$ 670 per capita (por pessoa), respectivamente”.
O primeiro grande erro desse tipo de análise é considerar os 10% mais ricos como um grupo estanque, fixo. Mas isso não é verdade. Há mobilidade social. Aquele que está entre os mais ricos hoje pode não estar amanhã, e vice-versa. Em países com mais liberdade econômica, isso tende a ser mais verdadeiro ainda. O grupo dos mais ricos, portanto, não existe: é um “grupo” variável, que muda o tempo todo.
Mas cabe perguntar novamente: o foco não deveria estar nos níveis absolutos de pobreza? Afinal, é isso que deveria incomodar uma alma sensível, com empatia pelo próximo. Se houver mais desigualdade num país rico, em que os mais pobres podem levar uma vida decente, isso é pior do que todos mais pobres, mas com menor diferença entre “ricos” e “pobres”?
Margareth Thatcher alfinetava a esquerda: “Enquanto a diferença for menor, eles preferem que os pobres sejam mais pobres”. Já ela preferia mais milionários e mais bancarrotas, pois entendia que isso produzia aumento no nível geral de riqueza. Não custa lembrar que os “pobres” num país mais capitalista como os Estados Unidos seriam considerados classe média ou mesmo alta em países mais pobres e socialistas como o Brasil…
A economia não é um jogo de soma zero, onde João fica rico porque Pedro ficou pobre. Todos podem enriquecer juntos. Elon Musk acaba de chegar a US$ 500 bilhões de fortuna, e cada bilhão desses, obtido por seu empreendedorismo, não tornou ninguém mais pobre no processo. Quem tem tara por taxar “fortunas” no fundo quer só punir quem gera riqueza. É, repito, a ideologia da inveja. É socialismo.