Como a ave que volta ao ninho antigo,
depois de um longo e tenebroso inverno,
eu quis também rever o lar paterno,
o meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
o fantasma, talvez, do amor materno,
tomou-me as mãos, olhou-me grave e terno,
e, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala… (O se me lembro! e quanto!)
em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe… O pranto
jorrou-me em ondas… Resistir quem há-de?
– Uma ilusão gemia em cada canto,
chorava em cada canto uma saudade…
Luís Guimarães Junior, Rio de Janeiro, (1847-1898)