A PALAVRA DO EDITOR

No centro do fogo cruzado de tantas guerras de informações, nós, simples mortais, somente desejamos saber o que é verdade e o que é mentira nessa disputa e tentar descobrir se, ao final do embate, sucumbiremos ou sobreviveremos à mortalidade da pandemia. Para tanto, urge deixar as paixões políticas de lado para esclarecer, com nitidez e honestidade, a situação do sistema de saúde do Brasil.

Dizer, se é verdade ou balela o número de pessoas contaminadas pelo coronavírus no território nacional; se, faleceram ou não, amazonenses por falta de oxigênio nas UTI’s; se faltam ou não leitos nos hospitais para enfermos da Covid-19; e, se morrem ou não pacientes em ambulâncias e nas filas por vagas em hospitais públicos.

Se o resultado da desgraça já ultrapassou os 261 mil mortos ou tudo se resume a um erro grosseiro na contabilidade dos casos; se existe ou não, uma pandemia perambulando mundo afora; se é, verdade ou miragem, a visão de pessoas vagueando pelas ruas de cidades brasileiras procurando emprego sem encontrar; e, quem falou que fábricas fecharam, que a inflação disparou ou que a pobreza aumentou.

Será real a imagem de cemitérios repletos de covas abertas, à espera de féretros, ou é teatralidade para defuntos de mentirinha; se é, verdade ou falácia, o que alardeiam expoentes da medicina, em veículos de comunicação, sobre a letalidade do vírus; e, se conhecidos e amigos nossos, cujos parentes encomendaram as suas almas, foram realmente sepultados ou estão escondidos simulando os próprios óbitos.

Como devem pais se explicar, ante filhos pequenos, sobre as mortes prematuras de avós derrotados pelo vírus maldito; qual justificativa oferecer, a crianças, sobre o impedimento delas em salas de aulas; como aliviar a dor de quem perdeu entes queridos para a Covid-19, por falta de medicamentos nas unidades públicas de saúde; ou, ainda, se é culpa de autoridades ou da fatalidade o caos instalado no país.

Proibir ou liberar aglomerações? Isolar-se ou não do mundo? Usar ou não máscara? Lavar ou não as mãos? Qual medicamento tomar ou evitar? Manter o equilíbrio até o limite do suportável ou contar com a sorte de ser ou não contaminado? Vacina sim ou não? Isso tudo não passa de um pesadelo ou somos uma nação tomada por medo desproporcional numa catarse coletiva por falta de informações precisas.

Se como cidadãos livres não merecemos tais esclarecimentos, que, ao menos, ouçam as multidões apavorados, em labirintos sem saídas, com a presença da morte nos calcanhares. Pessoas que temem que os próximos mortos sejam os seus mortos para não sentirem, nas próprias peles, a angústia do problema – reflitamos, o quanto é devastador é o efeito de mentiras e meias verdades em mentes inseguras!

Enquanto isso, legiões de desajustados psicologicamente, vítimas do isolamento espontâneo forçado e do pavor de serem atacados por um inimigo mortal invisível, em breve abarrotarão consultórios de psiquiatras e psicanalistas. Indivíduos assemelhados a zumbis ambulantes, após dias seguidos de tédio.

Desejamos ouvir explicações verdadeiras que nos tranquilizem e nos motivem ao enfrentamento da terrível peste, socorrendo-nos nas necessidades médicas em unidades de saúde pública bem estruturadas – eis um pedido humanitário e justo!

Certamente, ninguém em sã consciência, deseja integrar o escatalógico mundo de Raul Seixas e, como um maluco beleza, sentar-se num trono de apartamento com a boca escancarada e cheia de dentes, para esperar a morte chegar.

7 pensou em “VERDADE OU MENTIRA

  1. Verdade Narcelio…o mundo está muito louco e terminaremos loucos também, em razão da irresponsabilidade dos políticos…

  2. Se considerarmos 50% de Verdades e 50% de mentiras, com toda a certeza as mentiras serão extremamente exploradas pela mídia. As coisas vão mal, como agora na pandemia, e vai piorar. Os pobres estão ficando mais pobres e o número é crescente sem parar. Os recursos naturais vão acabar e não estamos fazendo nada. Ou seja, a mídia transmite uma visão do mundo enormemente dramática. A famosas normas “se sangrar é manchete” e “notícia ruim é que vende jornais” ainda não foram colocadas para escanteio na maioria das revistas, jornais e programas jornalísticos nas rádios e TVs. Mas acredito que existe uma luz no fim do túnel, e que tudo poderá melhorar ainda este ano de 2021, mesmo com a mídia transmitido notícias tão negativas.

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