J.R. GUZZO

Anúncio da formação da Federação União Progressistas

A vida política do Brasil é mesmo um portento mundial – Stupor Mundi, como se dizia na idade média do imperador germânico Frederico II. Fomos informados, dias atrás, que o país acaba de ganhar o seu maior agrupamento político, a “União Progressista”. É uma “federação” entre o União Brasil e o PP, que tem 109 deputados, a maioria dos prefeitos brasileiros e perto de R$ 1 bilhão de dinheiro público, fornecido por você, para gastar à vontade. Todo mundo deveria estar de boca aberta, não é mesmo? Mas ninguém nem sabe o que é isso, e nem tomou conhecimento de sua vinda ao mundo. Já não sabiam direito o que era a UB ou o PP. Agora não sabem o que é a UP, a União Progressista.

Fica-se assim, então: a imensa maioria dos eleitores brasileiros não tem a menor ideia de que o maior partido-bloco político do seu país é essa “União Progressista”. Como pode, um negócio desses? O novo grupo, com certeza, não une ninguém, não a sério, e a última coisa em que pensa é o progresso – a não ser o progresso pessoal de cada um. Em condições normais, com um eleitorado um pouco mais alfabetizado, não conseguiria eleger um guarda noturno.

Jamais vai sair dali, nos próximos 500 anos, nada que se pareça com uma ideia inteligente. Mas o que mais chama a atenção, no caso, é a comprovação de que entre a população deste país e os seus representantes políticos existe uma distância equivalente à que nos separa da Ursa Maior.

O tempo passa, o mundo gira, Lula é tirado da cadeia para assumir pela terceira vez a Presidência da República, o STF monta uma junta para governar o Brasil, a corrupção passa a fazer parte das nossas “políticas públicas”, mas uma coisa continua tão imóvel quanto o Pão de Açúcar: o fato de que os sócios-proprietários da máquina que nos governa não têm nada a ver com o povo. É como na doutrina da separação de poderes entre Igreja e Estado.

De um lado, estão os políticos que formam coisas como essa União Progressista, o novo “maior partido” do Brasil – e que, aliás, são Igreja e Estado ao mesmo tempo. De outro, isolados por uma cerca elétrica de 100.000 volts e alta amperagem, fica o cidadão cuja única utilidade, para eles, é rachar de trabalhar, pagar os impostos que sustentam toda essa gataria gorda e, de dois em dois anos, votar neles em eleições falsificadas pelo infame “voto proporcional”.

O resultado é que temos aí esse cardume de alcolumbres e de mottas, de pachecos e de liras, de kassabs e de ciros nogueiras, fora a petezada. Todos aí preferem a morte, antes de tomar qualquer atitude que atenda a um único interesse real da população que os mantém na prosperidade. Seu negócio, hoje, é Alexandre de Moraes, as emendas dos parlamentares, o “Fundo Partidário” e mais do mesmo. Não há nenhum risco de dar certo.

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