Hoje acordei alegre apesar de tudo. Alegria na vida, mesmo em um dia cinzento e chuvoso, prenúncio de um outono, digamos… outonal e, de um inverno frio e chuvoso. Mas sempre teremos um vinho, uma lareira e um abraço para aquecer-nos.
E desta alegria resolvi pensar na minha Bela Pelotas. A mesma Pelotas que, segundo a turma do Cabaré, é a Capital Nacional das Bichas. Temos bichas sim, inclusive exportamos algumas para o Governo. Até o Lula sabe disso, pois uma vez esteve aqui gravando uma propaganda política e sugeriu transformar a cidade em Polo exportador de Viados, desrespeito, mas a militância LGBTFXKYZ fingiu não ver.
Quero registrar que apesar de termos os nossos baitolas, não temos culpa da Calça Tora-bago Paulista, nem da enxurrada de viados nas praias do Nordeste, mas isto, pensando bem, pode ser porque a cota do Rio de Janeiro encheu.
Deixemos para lá resolvi homenagear a bela Princesa do Sul na letra de duas músicas de Kleiton e Kleidir (pelotenses) que tocam nossa alma sulista.
Pelotas (Kleiton e Kledir)
Caminhando por Pelotas
Lembrei de quando eu nasci,
Um quarto da Santa Casa,
O palco do Guarany.
Contei paralelepípedos
A caminho da escola,
Sonhei ladrilhos hidráulicos,
Paredes de escariola.
Pião, bolinha de gude
Pandorga, ioiô, gibi,
Bici, carrinho de lomba,
Eu sou o mesmo guri.
Comi tanta pessegada,
Fios de ovos e bem-casados,
E pastéis de Santa Clara,
Que fiquei cristalizado.
E voei até a praça
Passei no Sete de Abril,
Os pardais faziam festa,
Naquela tarde de frio.
Tomei um café no Aquário
Bem quente pra ver se aquece,
Agradeci obrigado,
E a moça disse merece!
Andei até na Avenida
Entrei na Boca do Lobo,
Fui até à BAIXADA,
Pois era dia de jogo.
Naveguei pelo Porto
Fragata e Areal,
Três Vendas e São Gonçalo,
E Praias do Laranjal.
É muita guria linda
Eu fico até espantado,
Nunca vi tanta beleza,
Por cada metro quadrado.
O vento nos teus cabelos
Desenha outra escultura,
Junto à Fonte das Nereidas,
E aos traços da arquitetura.
Terra de todos meus sonhos
Princesa do Sul bonita,
O meu amor não tem fim,
Como uma rua infinita.
Pelotas minha cidade
Lugar onde eu nasci,
Ando nos braços do mundo,
Mas sempre volto pra ti!
E Lagoa dos Patos, lindíssima, que toca todos que já caminharam na praia do Laranjal.
Lagoa dos Patos (Kleiton e Kledir)
Lá no fundo da lagoa
Dorme uma saudade boa
Longe desse céu sereno
O coração pequeno
E vazio ficou
Sei que a vida içou as velas
Mas em noites belas
Sou navegador
Lá no fundo da lembrança
Dorme um resto de esperança
De voltar à vida a toa
À beira da lagoa
Só molhando o pé
Seja em Tapes, São Lourenço
Barra do Ribeiro ou Arambaré
Lagoa dos Patos
Dos sonhos, dos barcos
Mar de água doce e paixão
Ah! Essa canção singela
Eu fiz só pra ela
Não me leve a mal
Ela que é filha da lua
Que ilumina as ruas
Lá do Laranjal.
Em seguida estão os vídeos com as duas músicas e fotos da Princesa.
Peço desculpas aos especialistas fubânicos em música, mas como eles ainda não divulgaram minha terra na música ouso fazê-lo e deixo cá a sugestão.
Pelotas
Lagoa dos Patos
* * *
Mercado e Largo da Prefeitura
Praia do Laranjal
A Boca do Lobo – Lar do Gloriosos Lobão
Bom dia e bom domingo. Faltaram as fotos das lindas fazendas de charqueadas, a meu ver, patrimônio incontestável deste nosso país lindo e maravilhoso. E a contribuição dessas charqueadas para a alimentação do Brasil colônia, fundamental, através da Lagoa dos Patos e de Rio Grande. Forte abraço.
Rodriguito, meu lindo,
Poderia encher o cronista de elogios, mas (inútil mas), sua história dentro deste JBF já o colocam dentro os imensos gigantes que aqui escrevem, tornando-se qualquer chaleiragem desnecessária, por isso ESCULHAMBEMOS…
Para falar mal de ti recorro aos gaúchos KK:
Entrei na Boca do Lobo,
Fui até à BAIXADA,
Pois era dia de jogo.
IMPERDOÁVEL: Fostes até a BAIXADA e omitistes algo grandioso que lá existe, em cores rubro-negras.
Clássico Bra-Pel – EC Pelotas e Brasil (Grêmio Esportivo Brasil). GRENAL? Quem são esses? nunca nem os vi.
Crescer em Pelotas impõe uma condição de berço, escolher entre o áureo-cerúlio (Lobão) e o rubro-negro (Xavante). Opções clubísticas que devem ser as prioritárias e principais.
O vermelho e preto tem na letra do hino do clube uma indicação que diz: “(…) as tuas cores são o nosso sangue e a nossa raça”.
Despeço-me do amigo deixando um beijo sanchiano nas rosadas bochechas da rubro-negra Mercedita, uma torcedora que tem os fundilhos gastos pela arquibancada, estando no Bento Freitas a ver a mágica acontecer, alimentando paixão e paquerando os bonitões xavantes.
Sancha,
Biba linda. Mercedita é aureo-cerúleo. Adora um lobão. Besos de Mercedita
Lobinha aureo-cerúlea das Mercês,
Favor não me chamar de Sancha, pois estou tentando apagar esta “página colorida” e arco-írica de minha biografia.
Agora sou o cruel e macho bigodón Coco Loco. kkkkk
Aí, contam à boca pequena, lá no cabaré de Dona Zefa, parede meia com o do Berto, a história de um prefeito da cidade de Pelotas, muito expedito, que mandou fazer uma pinguela, em uma valeta que cortava uma comunidade da periferia da cidade, visando facilitar o trânsito dos moradores, de um lado a outro dessa comunidade.
No dia da inauguração da grande obra e temendo que ela se tornasse via de tráfego de motos e outros afins, o prestimoso edil mandou colocar nos dois acessos à essa passagem um vistoso cartaz dizendo “passagem de pedestres.”
Acontece, que traído pela consciência e, decerto, pela vivência, o publicitário tascou “passagem para pederastas”, situação que só veio a ser percebida quando do descerramento da bandeira que cobria a bela placa e a sua bênção pelo vigário, que ao ver o escrito, chamou o prefeito de lado e cochichou: “prefeito, não é pederasta, mas pedestre. Mande corrigir.”
Ao que o prefeito retrucou: “deixa prá lá, caro padre. O senhor acha que vou estragar uma placa tão bonita, só por causa de uns dois ou três oposicionistas.”
Já sei de onde saiu a ideia contra a Ivermectina .
Tenho uma grande Paixão pela Mercedita. Mesmo quando ela me olha de soslaio e diz: “Deu pra ti”. Choroso pego a primeira Maria Fumaça e vou derramar minhas lágrimas na Fonte da Saudade. Por vezes deixou Pelotas e vou bater um papo com o Analista de Bagé. De Corpo e Alma em entrego em buscas de novos Horizontes, naquela maior leseira, olhando o tempo passar e murmurando baixinho: “Navega, coração”. Se ela se virar para pra mim e sorrir, é uma alegria, quando não ficou naquela torcida “Vira, virou”. De ladinho? E ela, curta e grossa: “Nem pensar!”. As vezes penso trocar Mercedita por Tassy, fazer uma Viração, inventar um lero, botar uma bombacha para dançar quadrilha na Noite de São João. Sabe o que Mercedita é de fato? Estrela, Estrela, vai fazer um Autorretrato e botar na Lagoa dos Patos antes que comece a tocar a Canção da Meia Noite.
Rapaz, Kleiton e Kledir fazem parte da minha adolescência.
Meu irmão mais velho tem o LP. Ainda hoje lá na casa de papai.
Êita, boa lembrança!