A PALAVRA DO EDITOR

Priscila Fonseca da Cruz é a simpática diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, fundado no Brasil em 2006. Trata-se de uma entidade privada, sem fins lucrativos, que reúne representantes de diferentes setores da sociedade em torno de um objetivo deveras crucial para o nosso país.

Integram o Todos pela Educação educadores, pesquisadores, profissionais de imprensa, gestores públicos e privados, e quem quer que tenha interesse em contribuir para que o Brasil consiga uma educação básica de qualidade até 2030. De início, a instituição opera em três vetores primordiais: planos educacionais, comunicação e mobilização.

O enorme desafio do Todos pela Educação é reduzir as desigualdades que persistem no sistema educacional público brasileiro, onde 48 milhões de alunos convivem com uma qualidade muito baixa no ensino básico, no qual apenas 7% deles, ao final do Ensino Médio, aprendem o mínimo esperado em Matemática.

É louvável o trabalho dessa paulista formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e em Direito pela USP, que encampou a ideia de melhorar a qualidade do ensino fundamental no Brasil, em vez de trilhar uma carreira de sucesso nas profissões em que se especializou.

Priscila acredita que somente mediante uma boa Educação evitaremos de continuarmos travados no subdesenvolvimento e nas desigualdades sociais. Ela defende o direito do estudante de aprender com professores mais bem qualificados. É hoje, sem qualquer dúvida, a maior autoridade brasileira em Educação.

A bandeira de Priscila é de uma verdade tão palpável que clama aos céus ou, como diria Nelson Rodrigues: “é o óbvio ululante”. Quem não concorda que a Educação é a base do desenvolvimento e que é fundamental para a transformação de uma nação.

Miremo-nos em exemplos de quatro países da Ásia: Coreia de Sul, Cingapura, Taiwan e Hong-Kong – os chamados Tigres Asiáticos. O desenvolvimento econômico desses países contou com o apoio de seus governos na infraestrutura básica – transporte, comunicação e energia -, e maciços investimentos em educação e na qualificação profissional.

Por que não se tem o mesmo entendimento no Brasil? Qual a razão de a Educação não ser, entre nós, uma prioridade capital? A quem interessa manter o povo analfabeto? Quando jovem, eu sempre ouvia este comentário: No Nordeste, nega-se ao povo uma educação de qualidade, para mantê-lo refém de chefes políticos mediante o voto de cabresto – cabresto é trocar o voto por favores e benesses irrisórios.

Conheci Priscila Cruz ao ler recente artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Logo me encantei pelo trabalho e dedicação dessa mulher ao me aprofundar na essência do que ela almeja e planeja para o futuro do nosso país. Uma encantadora visionária com determinação férrea e amor à pátria.

Por que não dotarmos tal educadora de asas, para que possa sobrevoar por uma área que ela bem conhece, gosta e em prol da qual dedica o seu labor. Sim, colocar Priscila Fonseca da Cruz no Ministério da Educação seria uma excelente solução técnica, capaz de engajar todos nós brasileiros na sua cruzada por uma Educação de qualidade.

Afinal, é ou não é Tudo pela Educação?

Um comentário em “TUDO PELA EDUCAÇÃO

  1. Não há dúvida de que sem educação de qualidade o Brasil não tem futuro. Mas me pergunto como faríamos, se por milagre decidíssemos buscar este objetivo.

    Quem seriam os professores responsáveis por esta educação de qualidade? Estes que se formaram nas últimas décadas sem saber nada, tendo passado o curso superior pensando apenas no diploma e no concurso público?

    O responsável por esta mudança seria o Ministério da Educação que esta semana divulgou um documento onde se grafava “Comição” com ç? Ou a Secretaria Estadual de Rondônia que baniu Machado de Assis, Euclides da Cunha e Mário de Andrade?

    Ontem, em outro site, li o seguinte comentário em uma postagem sobre educação:
    “Morei por três anos na Europa. Certa vez, na empresa em que trabalhava, foi contratada uma jovem sul-coreana de 18 anos. Trabalhamos juntos em um projeto e descobri que a menina entendia mais de matemática do que qualquer universitário brasileiro. Seu conhecimento sobre estatística e cálculo integral e diferencial deixava para trás muito engenheiro ou físico. Perguntei onde ela havia aprendido tudo aquilo. Resposta: “no segundo grau, lá na Coréia”.

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