PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Dormia a sono solto a minha amada,
Quando eu pé ante pé no quarto entrava:
E ao ver a linda moça, que arreitava,
Sinto a porra de gosto alvoroçada:

Ora do rosto eu vejo a nevada
Pudibunda bochecha, que encantava;
Outrora nas maminhas demorava
Sôfrega, ardente vista embasbacada:

Porém vendo sair dentre o vestido
Um lascivo pezinho torneado,
Dispo-lhe as pernas e fiquei perdido:

Vai senão quando, o meu caralho amado
Bem como Enéias acordava Dido,
Salta-lhe ao pelo, pro seguir seu fado.

Colaboração de Pedro Malta

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