O partido português Chega, de direita, convocou uma manifestação em 25 de abril contra o presidente Lula. Em publicação nas redes sociais, a legenda de André Ventura divulgou neste sábado (15) uma chamada para o ato: “Lugar de ladrão é na prisão”.
Lula fará um discurso no Parlamento de Portugal, mas não na sessão principal. Após pressão de parlamentares da direita, ficou decidido que o petista participará de sessão solene que não fosse a principal.
A data ainda não foi anunciada. O presidente chegará ao país dia 21 e permanecerá até o dia 25, quando seguirá para Madri.
Em publicação no Twitter, André Ventura, líder do Chega, afirmou: “Já temos corrupção a mais em Portugal, não precisamos de importá-la!”
Sabem quem é o tal ladrão? É o Presidente do nosso país. Dá prá ter fé e esperança num lugar assim?
E só pra informação , Portugal que é governado pelo amigo do Lula , sofre dos mesmos problemas que o Brasil : salário mínimo insuficiente , o SUS deles que não atende dignamente a população ; pessoas que recorrem a Cruz Vermelha para poder as suas contas básicas ( água , energia elétrica , etc ) .
O presidente do CHEGA defen-
deu que este discurso, no Parla-
mento, no dia em que se celebra
o 25 de Abril, “envergonha a de-
mocracia portuguesa”.
“Fazer isso no dia da nossa de-
mocracia, num dia que não é de
esquerda nem de direita, é de
todos, é uma provocação des-
necessária, é abrir um conflito
latente num dia que devia ser
de festa e que devia ser máximo
consenso”, frisou o líder do ter-
ceiro maior partido português.
Em sentido oposto encontram-
-se os partidos de esquerda que
não apontaram qualquer proble-
ma ao facto de homem conde-
nado em tribunal por corrupção
discursar no dia e na casa da de-
mocracia portuguesas. Já o PSD,
através do seu líder parlamentar,
Joaquim Miranda Sarmento, fez
saber que a sessão solene de
receção a Lula da Silva “merecia
a dignidade de um dia próprio”,
não se opondo, assim, a que o
presidente do Brasil discurse na
Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas,
o presidente do CHEGA salientou
que “nunca colocou em causa a
possibilidade de uma visita de
Estado” de Lula da Silva a Portu-
gal, apesar de ser “absolutamen-
te contra”, e afirmou que respeita
o convite feito ao Presidente bra-
sileiro, “que é um convite do Go-
verno legítimo de Portugal”.
No entanto, este discurso de Lula
da Silva na sessão solene do 25
de abril significa uma “contami-
nação externa, que terá uma res-
posta firme e frontal do CHEGA”.
Na manifestação que está a pro-
mover, o CHEGA vai contactar
com membros da comunidade
brasileira em Portugal, deixan-
do claro que Luiz Inácio ‘Lula’ da
Silva não vai ter a vida facilitada
em Portugal. André Ventura pro-
mete mesmo que esta vai ser a
maior manifestação de sempre
contra um chefe de Estado em
Portugal, de visita às institui-
ções portuguesas.
“O tipo de política e de alianças
que Lula da Silva promove não
prestigiam a democracia e des-
troem a democracia portugue-
sa”, assinalou Ventura.
Recorde-se que em dezembro,
quando foi a Brasília para a pos-
se de Lula da Silva, o chefe de
Estado português anunciou que
o Presidente do Brasil iria a Por-
tugal para uma cimeira luso-bra-
sileira e visita de Estado de 22 a
25 de Abril deste ano, que culmi-
naria com a sua participação na
cerimónia do 25 de Abril.
Em fevereiro, o ministro dos
Negócios Estrangeiros, João
Gomes Cravinho, falou explici-
tamente num discurso do Presi-
dente do Brasil na sessão do 25
de Abril na Assembleia da Repú-
blica, assinalando o seu caráter
inédito, o que provocou polémi-
ca e suscitou críticas por se tra-
tar de uma cerimónia da respon-
sabilidade do parlamento.
Em vez de uma intervenção do
Presidente do Brasil na sessão
solene anual comemorativa do
25 de Abril, o parlamento deci-
diu antes realizar uma sessão de
boas-vindas à parte durante a
visita de Estado de Lula da Silva
a Portugal, ocorrendo antes da
tradicional sessão solene da Re-
volução dos Cravos.
CHEGA manifesta
desagrado com agen-
damento do discurso
de Lula para o dia 25
de Abril
A tradicional sessão solene co-
memorativa do 25 de Abril vai
arrancar às 11:30 e terá interven-
ções dos grupos parlamentares
e deputados únicos, do presi-
dente da Assembleia da Repú-
blica e do Presidente da Repú-
blica, Marcelo Rebelo de Sousa,
que encerra.
De acordo com a porta-voz da
conferência de líderes, Maria de
Luz Rosinha, Augusto Santos Sil-
va endereçou um convite para
que o Presidente brasileiro “possa
assistir à sessão do 25 de Abril”,
mas “ainda não veio a resposta”.
Maria da Luz Rosinha indicou
ainda que na sessão de boas-
-vindas o hemiciclo já estará de-
corado com os habituais cravos
vermelhos, uma vez que “não
haveria condições para preparar
a sala depois”, garantindo não
ter havido qualquer oposição a
esta decisão durante a reunião
dos líderes parlamentares.
Logo de seguida, e também em
declarações aos jornalistas nos
Passos Perdidos, no Parlamento,
o líder parlamentar do CHEGA
desmentiu a porta-voz da confe-
rência de líderes, garantindo ter
manifestado a posição do partido
“contra esta cerimónia de boas-
-vindas ao Presidente brasileiro”
e que pediu que ficasse “em ata”.
“Não houve votação. No entan-
to, apesar de não haver votação,
exprimimos a nossa opinião e
dissemos que somos contra que
Lula da Silva viesse discursar a
esta Assembleia da República
no dia 25”, salientou Pedro Pin-
to, reiterando que o partido irá
manifestar-se “na rua” contra a
realização das duas sessões no
mesmo dia, o que na sua opinião
“é uma promiscuidade”.
Quanto à presença do CHEGA
no plenário, Pedro Pinto disse
que o partido ainda vai decidir
se estará ou não, mas indicou
que “alguma coisa será feita”.