COMENTÁRIO DO LEITOR

Comentário sobre a postagem AO VENTO – Florbela Espanca

João Francisco:

Nesta poesia, o “vento” se traduz como tempo, que passa e sorri, quando se é moço e depois continua rindo, porém a gente não o quer mais, pois a querida Florbela quer que ele compartilhe a sua dor.

Teria Florbela pensado que o tempo sempre estaria ao seu lado sempre a sorrir, mesmo quando o futuro lhe trouxesse a dor?

Florbela é o reflexo atemporal da mocidade que gasta sua verve sem pensar no amanhã.

* * *

AO VENTO – Florbela Espanca

O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh’alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!

Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amor,
A tua voz tortura toda a gente! …

Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim ! … Ó vento, chora!

Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
e a gente andar a rir pla vida fora!! …

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