A PALAVRA DO EDITOR

Na antiguidade, os livros não existiam. Eram desconhecidos até no lado Ocidente do mundo. Então, para preservar e garantir a transferência do conhecimento e das descobertas do passado e da época para gerações futuras, os pensamentos eram escritos em pergaminhos.

Pergaminho é a pele de animal, caprino ou ovino, devidamente preparada para receber textos de documentos importantes.

Nessa época, Idade Média, os chineses ainda não tinham inventado o papel. Então, todo os assuntos de importância histórica eram transcritos em pergaminhos. A valiosa coletânea de textos, escritos há dois mil anos, foi descoberta no Mar Morto, no deserto da Judeia, nas proximidades de Israel. Transcorria a década de 50, porém os manuscritos ainda estavam em perfeito estado de conservação.

O Pergaminho do Templo, um dos maiores, na análise de especialistas, foi constatado que o estado de conservação do material era devido à mistura de sais, sulfatos e colágenos que dificultavam a invasão de microrganismos. Daí a conservação. Nos manuscritos constavam Livros da Bíblia judaica, além de regras da Lei Mosaica.

Mas, o que é o Mar Morto, um lago ou um mar de fato? Na verdade, o Mar Morto, distante 117 quilômetros de Jerusalém, é um imenso lago, com água extremamente salgada. Tão salgada que não permite qualquer sistema de vida em suas águas. Até os peixes que chegam pelo rio Jordão, no sul de Israel, morrem imediatamente no primeiro contato com o excesso de sal do Mar Morto, em seus 605 quilômetros de extensão.

Localizado no Oriente Médio, o mar separa Israel da Jordânia, na região conhecida por Palestina. Nesta área, 400 metros abaixo do nível do mar, está o Vale do Jordão, constituído por imensa depressão absoluta de terra, nas proximidades das Colinas de Golan.

Por possuir gigantesco grau de salinidade, com índice de sal superior a dez vezes mais do que existe nos oceanos, no Mar Morto é impossível alguém afundar. Por mais que queira, tudo nesse lago boia, flutua à toa. Da superfície não passa. Nem a pau.

O lado negativo do Mar Morto é a impossibilidade de existir vida. A exceção são as plantas halófitas, as únicas sobreviventes desse gigantesco lago. Vegetais bem parecidos com os que vivem nos mangues brasileiros, aproveitando a riqueza dos nutrientes desse ecossistema costeiro, cheio de lama escura, são utilíssimos para o planeta.

A existência do mar Morto atribui-se a falhas geológicas, derivadas de movimentos entre a placa tectônica da África e da Arábia. É graças à movimentação das placas que se formou a enorme abertura na crosta terrestre.

O impressionante é constatar que, embora seja desnudo de flora e de fauna, o Mar Morto fascina no turismo. Tanto no turismo religioso, por ter sido berço de valiosas histórias sagradas, quanto no turismo medicinal, em função dos sais minerais oferecerem poderes curativos.

Nas redondezas de Israel e da Jordânia foram construídos muitos spas, resorts e clínicas terapêuticas para atrair o turista. Por outro lado, o provável desaparecimento do Mar Morto, no futuro, incentiva as pessoas a antecipar a visita àquelas paragens para aproveitar o banho de lama, dotado de propriedades medicinais.

Por ser um lugar diferente, exótico, o Mar Morto atrai. Não é recomendável nadar, passar mais de trinta minutos em suas águas, molhar os olhos, senão o cara se arrepende. Chora de dor. No entanto, o turista encontra mil encantos. Nas proximidades, fica o Ein Gedi Beach, um belo oásis que contempla o visitante com magnífico jardim botânico em pleno deserto.

O lugar é paradisíaco. Exibe extraordinária vegetação e duas propriedades naturais. A água é cristalina e a lama negra possui propriedades cosméticas. É curativa, terapêutica e revitalizante.

Aliás, na reserva de Ein Gedi, o turista topa com grutas, cachoeiras nascentes e densa vegetação, apesar do ambiente ter clima de deserto.

No deserto da Judeia, o visitante pode passear pelas falésias, de jipe, e acampar para curtir uma bela noite, debaixo do céu estrelado do deserto. Outra atração bastante procurada em torno do Mar Morto é fazer rapel no Cânion da antiga cidade de Qumran para lá do alto admirar as antigas ruinas do local.

Assim é o Mar Morto, um verdadeiro paraíso na Terra. O fenômeno proporcionado pela natureza, coberto de água parecida com um óleo denso, que hidrata, oferece extraordinário relax a quem quiser desfrutar de suas extraordinárias potencialidades.

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