PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.

Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.

E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.

Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.

Almanaque de História: Quem é Rogaciano Leite.

Rogaciano Bezerra Leite, São José do Egito-PE, (1920-1969)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *