CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

Chevrolet 1947, semelhante àquele, que transportava dinheiro para o Banco do Brasil

Na segunda metade da década de 50 chegou do Rio de Janeiro o primeiro caminhão-baú, tamanho médio, com carroceria de alumínio, que se destinaria a outras tarefas, dentre ela transportar valores, entre as agências do Banco do Brasil em Pernambuco.

A Inspetoria Geral, sediada no Rio de Janeiro, estudava a melhoria dos precários serviços de transporte de valores, cujas empresas Preserve e Nordeste estavam ainda em organização.

O “baúzinho”, como ficou conhecido, substituiria os carros-de-aluguel, utilizados precariamente para esse fim.

Tudo era improvisado naquelas viagens; inclusive os responsáveis pelas remessas, funcionários que não tinham habilidades em portar e manejar armamentos, os quais deveriam portar na cinta os “dinossáuricos” revólveres “38 cano-curto”, para a segurança do dinheiro, nas perigosas missões.

Notabilizou-se por trabalhar durante mais de 10 anos nesse serviço, o motorista-proprietário, Napoleão Carneiro, que fazia ponto na Praça Rio Branco, utilizando um automóvel Chevrolet, mod. 1947.

O pequeno caminhão passou a fazer todas as viagens de numerário da região, incluindo João Pessoa e Maceió.

Selecionado para uma das muitas “Viagens de Numerário”, fui com o motorista Joaquim de Lima, conhecido como “Quinzinho”, e o colega, que era Pastor Evangélico, Severino Melo de Freitas, um homem de cor e fina educação.

Transportávamos no “Baú” vários 150 mil Cruzeiros, em cédulas, acondicionadas em 30 sacos de tela de juta. Quanta precariedade e riscos!… Carga muito pequena para um veículo tão grande.

O pequeno caminhão não possuía nenhuma identidade externa, exatamente para não chamar a atenção por onde transitasse.

Durante certa viagem “Quinzinho” começou a soltar umas conversas safadas, “castigando” Severino com pesadas piadas, dosadas de alta “pornofonia”.

No começo da viagem Severino adotaria a máxima protestante de que se deve pregar a palavra de Deus “em tempo e fora de tempo”.

Até Paudalho Severino ficou lendo a Biblia. Depois enveredou para nos doutrinar, dando-nos exemplos de correção . Uma chatice.

Em certo momento, perto de Bezerros, Severino-pastor arretou-se de tanto ouvir safadeza e disse que estava prestes a “fazer uma representação” contra Joaquim.

E veio com esta:

– Sinto-me incomodado por ouvir tantas histórias com palavras de tão baixo calão!

Já estávamos perto de Gravatá, metade da viagem de duas horas. Mas, antes de se calar, para não piorar o clima, “Quinzinho” ainda soltou esta, finalizando a cena:

– Ôxente, quem fica incomodado é mulher menstruada!

O silêncio dominou a cabine durante quase uma hora. Uma atmosfera fúnebre. Deu até sono. Mas, ao entrar em Caruaru, no oitão da Igreja-matriz, o motorista “aplicou a presepada”, que durante os momentos de silêncio, já vinha conjuminando.

Quase 10 horas, sol a pino, o caminhão parou na esquina e sem largar o volante, o safado motorista chamou um guarda que estava meio abestalhado, abrigando-se numa mangueira que havia na calçada, e perguntou:

– O senhor sabe onde fica a Rua Severino Melo de Freitas?

Era exatamente o nome completo do Pastor. Severino logo arregalou os olhos, surpreso, prevendo ser uma presepada de “Quinzinho”.

O guarda tirou o quepe, passou a mão no rosto, enxugando o suor que lhe escorria face abaixo e respondeu:

– Já ouvi falar no nome desse corno, mas não sei onde fica essa rua não, meu camarada!…

Fechou-se a cortina do episódio que entrou para o anedotário do Banco.

24 pensou em “RUA DE CORNO

    • Ah, meu caro “Promotor de Cabaré”. Sua ideia foi ótima. Já iniciarei a agenda da escrotificação.

      Obrigado pela leitura e me perdoe por pequenos erros.

      Abração.

    • Caro Manezinho,

      Muito me honra sua leitura e obrigado pelo comentário.

      Como diria Chico Tripa: São honras que me já dão!

      Abração procê, viu?!…

    • Caro Maurino,

      Precisamos muito de alegria. Sinto-me historiador e treno muito para assim proceder. Porém, é a sacanocracia que dá Ibope.

      Só mereço comentários quando enfio na tela alguma putaria.

      Então, vamos lá pro Cabaré do Berto, esse antro de genuina putaria!

      Obrigado por sua leitura.

    • Caro Arthur,

      Primeiramente devo lhe dizer que meu velho tinha seu nome e na putaria dominava, com versos incríveis, bem declamados, sobretudo.

      Quanto ao BB sempre foi um antro de alta sacanagem. Após os expedientes dominava o ambiente o bom humor e a altíssima sacanagem.

      Sendo perto da Zona do Meretrício, nossa agência era um indisfarçável puteiro, por isso os funcionários tinham o apelido de “Bando do Brasil”.

      E vamos recordar isso no cabaré bertiolino.

      Grato por sua leitura e comentário.

      Abração.

    • Cara Constância.

      O seu “Demais” foi demais para um mísero contador de histórias as vezes indecorosas, indignas de uma dama.

      Mil perdões.

      Grato pela generosidade de sua leitura.

      Um respeitoso abraço.

      • Carlos….

        Uma Deusa estará compreensivelmente acima de eventuais histórias indecorosas ou indignas mas, sempre divertidas, como a verdadeira dama que já mostrou ser….

        Fique tranquilo……..

        Acho…….. Ka Ka Ka….

  1. Carlos Eduardo, meu amigo.. Ri até umas horas com essa historia divertidíssima. Vc é mestre em narrar as presepadas (e tb os fatos mais sérios) da sua longa estada no nosso BB. Digo nosso porque mantenho meus caraminguás (por sinal, hoje na mesma agência Estilo do nosso Papa Berto) no Banco mais Brasil que conheço desde 1974 ( de 72 a 74 tive conta no Banco do Nordeste). São 46 anos de BB, portanto. Como também fui bancário (antigo Banco da Lavoura de Minas Gerais, ag Pracinha, depois Banco Real, AMRO, Santander e sei lá mais o que..ô banquinho infiel) sei como é que funciona as presepadas da turma ue só sai da Agência quando fecha o caixa.. mesmo que seja por um tostão furado.. ) saí de lá quando passei no vestibular de Direito.. Preferi a música e virei profissional até concluir o curso. Bancário é uma raça danada pra inventar presepada mesmo. E se for fazer cara feia aí é que o bicho pega, né? Parabéns pelas suas boas histórias que não vivi mas que certifico, autentico e assino embaixo. Õ racinha !!!

  2. Porra, e ninguém convida o Carlos, Carlinhos, Carlão para palestrar lá no Cabaré do Maurício Luiz Assuero Berto em uma dessas quintas-feiras de 2021?

    • Calma Sancho … !!!

      O convite foi feito, foi bastante apoiado e pelo que entendi…. já aceito.

      Apenas problemas de agendamento, pois, pessoas especiais, sempre estao com a agenda congestionada…..

      Respila…. respila …..!!!

      • Valeu, Arthur!!!!

        É que o nosso Carlão é um desses caras que acompanho a cada crônica. Ele nos conduz para dentro das agências do BB com seus causos e acausos.

        Repetindo sempre: Besta é o sujeito que não lê a BESTA.

        É de emocionar encontrar tanta gente maravilhosa em cada crônica, em cada comentário.

        Já estamos em 2021 e estamos com quase 7 bilhões de fubânicos conectados nos JBF.

        A concorrência PIRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    • Carito Sanchito.

      Já me sinto até chambregado por tantos convites que recebi para cabarelizar-me.

      Ocorre que sou meio acanhado pra falar, contar histórias assim de forma virtual, dou tropeços e me amofino.

      Mas sempre me tenho comportado como espectador e dou boas risadas.

      Muito grato por seu Grito, emputecido de revolta.

  3. Caro Fred.

    Para mim, seu comentário foi um barato.

    Embora lhe considere caro, mais adequado seria enquadrá-lo como: caríssimo, superlativando sua figura, face à gentileza de comentar meu “merdel”.

    A carreira na qual me aposentei – bancária – sem deixar de exercer a Contabilidade, como Auditor peba (extra Banco); isto é sem registro no BC, foi um tempo delicioso.

    Donzelo ainda ingressei naquela porra que se chamava The First National City Bank of New York, depois pegou o apelido de City Bank e agora se apresenta como Citicorp, onde bem convivi com os galegos americanos desde os 14 anos e com a cambada brasileira.

    Depois me mandei para o BB onde pendurei as chuteiras no “tempo regulamentar”!

    Em ambos os Bancos nem vi o tempo passar, e na atividade profissional particular não passei de Contador. Papai já dizia que eu seria um bom Contador… de histórias. E deu no que deu. Solto-me ao falar de coisas engraçadas. Porém firmei-me como historiador, já com 38 livros publicados.

    Publiquei em 1986: O BANDO DO BRASIL NA HISTÓRIA DE PERNAMBUCO e outro, em 2013: O BANCO DO BRASIL NA HISTÓRIA DO RECIFE.
    O primeiro – um exagerado volume com 675 páginas, em duas edições -, mas só me resta um exemplar e por isso não lhe poderei presentear, o que sinceramente lamento. Mas ele anda lá na Estante Virtual na Internet, oferecido em sebos virtuais.

    Nele foquei a vida bancária do Recife, e entre todos os outros Bancos, o seu saudoso BANLAVOURA, cuja primeira agência era nossa vizinha, no térreo da Rua da Guia (a rua da putagem oficial do Recife) exatamente no Edf. Alfredo Fernandes,ao lado do Beco do Mijo, prédio que tinha entrada pela Av. Barbosa Lima, l49.

    Sobre esse famoso beco, vou preparar uma crônica, porque merece, pelo grau de historicidade que encerra e as presepadas que ali ocorreram, algumas das quais tenho memória.

    Falo do tempo em que os Bancos começaram a se fundir (e alguns a se fuderem), quando os irmãos acionistas do BANLAVOURA resolveram se separar, surgindo duas instituições distintas: o Bandeirantes e o Real. Meu filho mais velho começou no Banorte e foi indo, os bancos se fundindo até que chegou a ser diretor do Unibanco e depois Superintendente Regional do Itau e fudeu-se, sem querer voltar pra SP, aposentou-se. O FDP j[á me deu sete bisnetos. É mole?…

    Passei dois anos pesquisando a frescura toda que iria publicar no livrão e tracei o panorama da Wall Street pernambucana, que era o bairro do Recife e cercanias. Depois a cambada foi se alastrando com as agências metropolitanas, inclusive a sua, que apenas mudou de nome e dono e permaneceu junto ao Diário, para quem trabalhei muito como Autônomo, etc. coisa e tal.

    Mas, no dia em que me deixei entrevistar por um puto de um repórter meia-boca, novato, foi uma desgraça. O infeliz disse que eu havia escrito um livro com os apelidos de funcionários do BB, esquecendo aquilo que considero quase uma “obra”. (porque denominar obra tem que ser de Pablo Picasso pra cima)

    Pois o .Filho da Puta deu mais destaque aos apelidos do que o restante das informações preciosíssimas que ali constam. Quiz esculhambar o safado mas deixei pra lá, porque ele meteu fotografias e a matéria deu 1/3 do caderno Viver, e ficamos amigos. Tenho a matéria guardada.

    Então, a partir daí eu comecei a ver que escrever sobre coisas engraçadas seria melhor e o fresco do Luiz Berto achou que deveria titular minha coluna como: Crônicas Cheias de Graça. De forma que sempre que publico coisa séria pensam que não fui eu. Pode?

    Sugiro que v. dê uma olhadela do lado direito do JBF, onde tem tem uma lista de todos os veados que escrevem para este jornal escroto, e poderá ler algumas crônicas escrotíssimas, de minha autoria, e assim, dar boas risadas, por minha conta.

    Muito grato por sua leitura e delicioso comentário. Se me mandar seu e-mail ou ZAP poderemos trocar outras partes sobre as histórias dos Bancos e de nossa cidade.

    PS – Você mora no Recife? Fui muito amigo da família de Jaime Monteiro, que foi tenista do Country, meu padrinho do primeiro suicídio casamental.

    Um abração e aguarde a crônica, já iniciada, em sua honra: O BECO DO MIJO.

  4. Amigo Carlos, eu já o conhecia (e como não conhecê-lo) desde os tempos em que mantive no JBF a coluna Mascate das Lembranças. Sem ser cronista ou historiador, inventei de fazer cordel e rimar minhas prosopopéias de maneira mais livre que a língua de Dilma, A Letrada, discorrendo sobre as mandiocas brasileiras, as quais, julgo eu, devem ter ocupado boa parte da sua vida de, digamos, garota moderninha, explodindo quartéis e pobres recrutas pela vida afora, com uma “Lurdinha” na mão e “Che Quervara” no coração (ou sei lá mais onde!) kkkkkkk.. Muito obrigado pela classificação do comentário.. E quanto ao complemento logo no parágrafo seguinte, realmente fico envaidecido com tanto superlativo. Abração, amigo, e parabéns pela sua constante atuação nesta Gazeta (no dizer do dono) Escrota.. que de escrota não tem nada. É, isso sim, um repositório de boa leitura, de crônicas, contos, poesia e causos pra lá de importantes !!! ABRAÇÃO E FELIS ANO NOVO, com muita Fubanidade seja cabarelística ou aqui nesse ponto de encontro ! Saudações bancárias !

  5. FELIS, uma ova ! eu brigo mais com esse corretor desqualificado do que Chupicleide com Berto pedindo aumento de salário e dizendo que amanhã arruma as trouxas e desiste…vcs entenderam … é FELIZ mesmo..

  6. Caro Fredão,

    Aproveito para dizer que v. se tornou Musa Inspiradora – no caso, muso. Botei na agenda do nosso jornal esta besteira que segue sem as ilustrações, porque o sistema não aceita. Se me mandar o e-mail (o meu é santosce@hotmail.com) mandar-lhe-ei a crônica com as fotos e assim v. reviverá o banco qe incorporou o Nacional, penso eu.

    CARLOS EDUARDO SANTOS – CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA
    O BECO DA MIJADA

    Meu leitor Fred Monteiro caiu na besteira de comentar sobre o passado bancário do Recife e isto me lembrou o “Beco da Mijada”, célebre ruela situada em plena zona da raparigagem portuária.

    O primeiro emprego do meu caro leitor foi no Banlavoura, agência da Praça da Independência, mas a sede regional estava situada em plena Rua da Guia, “sede oficial” do Baixo Meretrício da Capital.

    O Edifício Alfredo Fernandes, construído nos idos de 1930, foi um dos mais modernos do bairro portuário do Recife, formando, um quarteirão de um único imóvel, daqueles construídos nas Américas, após a Primeira Guerra Mundial.
    O arquiteto definiu que a entrada lateral ficasse meio voltada para a Rua da Guia, mas transversalmente localizada, dando a impressão que não estava virada para lugar nenhum.

    A entrada principal, recebeu a numeração pela Av. Alfredo Fernandes, 149, uma porra de rua estreita, mal pavimentada, que jamais teria fisionomia de avenida. Os trilhos dos bondes ainda estão lá para comprovar nossa história.
    Vale nos reportar ao fato pitoresco.

    O Restaurante Gambrinos sempre foi o chic do lugar. Seu maior movimento era justamente durante às noites. Entretanto, em que pese sua distinta clientela, sofria muito com a “putanagem reinante nas noitadas da alta boemia
    A prostituição dava intensidade à vida do bairro e lucro aos restaurantes e bares. Incomodado com o fato de sempre estarem os sanitários do restaurante cheios e mal cheirosos, o Gerente José Pacífico decidiu só permitir o uso dos “WCs” para a clientela.

    Não sendo cliente da Casa, que fosse urinar no inferno!… Para isto criou o velho sistema de mantê-los fechados, só permitindo o acesso através da obtenção de uma chave, que ficava em poder do Caixa.

    Os cavalheiros desconhecidos não teriam direito às privadas. Acabaria assim com a esculhambação reinante. Isso motivou um fato “gineco-urológico” que ficaria no anedotário e na própria História do Bairro do Recife.

    Tempo houve em que a cambada enchia a cara de cerveja nos bares menos “alinhados” e na hora de fazer o “depósito urinário” corria para o Gambrinos, a casa chic, que mantinha seus “aparelhos” impecáveis.

    Impedidos de fazerem seus “derrames” no antigo local e estando com o saco cheio, corriam os mijantes para qualquer esquina, a fim de despejar o que já fora o “precioso líquido”; agora já um “líquido enferrujante”, além de mau cheiroso.

    Havia uma ruela que separava a Rua do Apolo e a Rua da Guia, exatamente nos fundos do Edf. Alfredo Fernandes, local onde se havia instalado, em 1949, o Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. O local tornou-se mictório popular.
    Às caladas da noite, “na moita” a “urinagem” fora da Lei de Posturas ocorria indecorosamente. Os que se viam “apertados”, iam até o meio da ruela, para melhor se ocultar e soltavam seus “jatos aliviantes”.

    Nas manhãs dos dias úteis o funcionalismo do Banco da Lavoura – que ficava exatamente na esquina do beco- não suportava o mal cheiro; e para sanar a problemática, o Gerente, sr. Bravo Rodrigues, mandava jogar baldes de água com detergente, todos os dias, para aliviar.Mas de nada adiantava.

    Como solução extrema, meses depois, veio outro Gerente do Banco e teve a “luminosa” ideia de mandar instalar um portão de ferro, com ferrolho e cadeado. Mas, mesmo assim não tinha jeito: a mijação continuaria. A “negrada”, como diria Capiba, arrodeava pela Rua do Apolo e tinha acesso da mesma maneira ao mictório indesejável.

    Outra tentativa de solução veio depois de alguns dias, o Síndico do prédio resolveu fechar o lado oposto. Foi ainda pior porque os mijantes, com raiva, passaram a urinar nos portões, principalmente naquele situado na porta do Banco; ou seja ainda mais próximo da entrada de funcionários e clientes.

    Ficou na história aquele espaço sem dono, batizado pelos usuários: “O beco da mijada.”

    • kkkkkkkkkk Uma bela história dos bons tempos do Recife Antigo, meu amigo Carlão ! Não fui do tempo da Agencia do Banlavoura lá no meio da zona.. Eu entrei no Banco em 1965, na Agência da Pracinha (onde hoje laputa a putaiada…;que atração pra Banco da gota é essa? Só os $$$ explicam, né? Fiquei até meados de 1966, porque não daba pra conciliar o horário do Bannco com o da facudade de Direito e o do Conjunto Os Tártaros, que até aí era somente um bico musical de fim de semana e passou a ser obrigação diária de vários empregos.. Tocávamos no Restaurante Candomblé, depois no Rest e Boate A KANCELA, lá em Setubal.. Eu sem carro e com uma guitarra pesada na mão pegava um busão no JArdim Atlântico em Casa Caiada, descia na PçaJoaquim Nabuco e pegada outro busão pra Piedade.. isso entre as 6 e oito da noite, depois de estudar a tarde toda.. LArguei o Banco e fiquei só com Os Tártaros..até as vésperas da formatura,já cursando o 4o.Ano de Direito, E ATUANDO COMO sOLICITADOR, categoria que acho que nem existe mais..Parabéns por mais essa jóia da história do nosso Recife !

  7. Desse jeito, Fredão, nem precisa mais a gente ter jornal.

    É só aproveitar e escrever aqui nas páginas destes comentáris.

    E aproveitando, concluo o tema da mijação no bairro mais antigo da cidade.

    Em maio de 1963 o BB resolveu solucionar o problema da improvisação de um mictório que se formou na esquina da Av. Rio Branco com a Rua do Apolo.

    Por definição arquitetônica da planta do prédio ficou com uma espécie de triângulo sem bermuda, verdadeira buceta, bem na esquina.

    Adotando o estilo do Banlavoura, o BB providenciou a criação de um jardim mas as plantas pereciam diante da força destruidora da mijação continua da.

    Perdemos o jardim e o que se vê é um gradil, porque a negrada mijava ali até de dia. Coisas do Recife ainda nem tão antigo assim, porém cheio de coisas pitorescas.

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