PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Chora de manso e no íntimo… Procura
Curtir sem queixa o mal que te crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.

Só a dor enobrece e é grande e é pura.
Aprende a amá-la que a amarás um dia.
Então ela será tua alegria,
E será, ela só, tua ventura…

A vida é vã como a sombra que passa…
Sofre sereno e de alma sobranceira,
Sem um grito sequer, tua desgraça.

Encerra em ti tua tristeza inteira.
E pede humildemente a Deus que a faça
Tua doce e constante companheira…

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, Recife-PE (1886-1968)

Um comentário em “RENÚNCIA – Manuel Bandeira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *