A PALAVRA DO EDITOR

O homem acende a centelha
Do pesadelo da guerra
O céu cospe labaredas
A boca da morte berra
O bonde da paz enguiça
E o vendaval da cobiça
Espalha o ódio na terra

Há um muro construído
Dentro de cada cristão
Entrincheirado no ódio
Não exercita o perdão
Constrói em si barricadas
Armazenando granadas
Dentro do seu coração

Guardiões sanguinolentos
Escarnecem a fé alheia
Um míssil parindo ogivas
Rasga o céu e serpenteia
Uma sirene em alerta
Desnuda a noite deserta
O sangue jorra da veia

Nos guetos filas de ratos
Alimentando os seus vícios
Rasgando risos de raiva
Nas bocas dos precipícios
A morte ainda criança
Corta o pulso da esperança
Nas portas dos edifícios

O poder segue o seu rito
Serve a sua realeza
Rapinando os desvalidos
Roubando o pão da pobreza
Tirando dela os seus custos
Bebendo o suor dos justos
No prato da safadeza

Perdida, a humanidade
Geme de alma vazia
Cultuando falsos deuses
Vomitando hipocrisia
Sem leis severas que a dome
Sedenta e morta de fome
De paz, amor e harmonia.

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