DEU NO JORNAL

Alexandre Garcia

No Rio de Janeiro, domingo, vimos o que talvez tenha sido a maior parada de motocicletas juntas no planeta. Nenhum órgão tradicional de informação anunciou ou promoveu, ninguém subsidiou e pousou no asfalto um enxame de motos que fluíram como um rio amazônico pelas estradas e avenidas da cidade, saudadas por bandeiras nacionais agitadas nas calçadas e prédios. Bastou uma convocação do presidente da República, e milhares foram demonstrar-lhe apoio.

Desde a campanha eleitoral, eventos assim têm sido a forma de o presidente ficar próximo de seus eleitores. Por sua vez, a nova forma de a oposição se expressar tem sido a CPI da Pandemia. Em resposta, apoiadores do presidente encheram a Avenida Paulista no 1º de Maio e a Esplanada no 15 de maio. No Dia das Mães o presidente liderou milhares de motos em desfile por Brasília. Entre umas e outras, Bolsonaro também respondeu a oposição de governadores visitando com frequência estados do Nordeste, onde não ganhou a eleição, sempre provocando aglomerações, como estabeleceu o bordão.

São linguagens diferentes que se opõem, e têm se movimentado como ação e reação. A oposição de senadores da CPI e de governadores se expressa pela maior parte do noticiário que lhes dá cobertura e apoio – e o presidente, por sua vez, vai às ruas e às redes sociais para conferir sua força e comparar as imagens dos eventos com os números das pesquisas de opinião, que mostram sua popularidade em queda e a vitória de Lula no ano que vem.

Quem, afinal, tem a força da maioria? Costuma-se considerar que a dúvida sobre quem é maioria numa democracia é sempre decidida nas urnas – a hora da verdade. Mas a urna precisa garantir a certeza de que cada voto é recebido e contado com lisura. A apuração não pode ser um ato em segredo de Justiça. Na verdade, é um ato administrativo, que precisa ser transparente e acessível à compreensão de qualquer eleitor. Quando cada um tem a sua verdade, é a soma das verdades de cada um que vai decidir qual maioria exercerá o poder. O voto é secreto; a apuração não pode ser secreta.

Um comentário em “QUEM É MAIORIA?

  1. Quem afinal tem a maioria? Quem os Institutos de pesquisa aponta, ou quem é apontado pelas ruas, pequenas cidades, até mesmo os índios?

    O desespero da oposição é grande. Hoje só têm a CPI para tirar algum proveito. A coisa está dando tão para trás, que vão convocar todos novamente. O Ministro Queiroga, o Pazuelo, Fábio Vangarten. Querem levar uma nova surra.

    Vão contratar Agências de Checagem de Notícias das Grandes Mídias para dizer instantaneamente quem mente, quem não mente.

    Está tudo armado para darem voz de prisão durante as audiências.

    Querem de todo jeito afirmar que:

    – as vacinas já poderiam estar sendo aplicadas antes mesmo de estar prontas,

    – que a Cloroquina e a Invermectina, remédios que estão sendo aplicados até em Cuba e na China com sucesso; são venenos que Bolsonaro indicou;

    – que no Amazonas só houve falta de oxigênio, porque Bolsonaro não deixou o gás ir até Manaus, uma vez que os diligentes secretários do estado e do município avisaram “com muita antecedência” o que iria ocorrer.

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