A PALAVRA DO EDITOR

Finalmente, a humanidade resolveu botar pra fora aquela coisa que tava engasgada na goela. Em todo canto do mundo rola manifestações, nos mais diversos idiomas, inglês, francês, japonês, mandarim, italiano, na língua russa e principalmente em português. A galera se une num só estribilho. Justiça.

Mesmo girando a toda velocidade, o mundo quer paz, justiça, calma, paciência e proteção. As pessoas, independente de cultura e comportamento, sonham com sossego, ordem, e menor depredação e violência.

A questão, agora pública, viralizou tanto que até o Papa Francisco resolveu intervir, emitindo opinião: “Não é hora de olhar as indiferenças e ficar calado”. Realmente, o momento pede irmandade e reação para exigir menos ganância e mais ação para evitar a depredação do ecossistema.

De uns tempos pra cá, o mundo demonstra ter perdido a paciência. Por isso, faz explodir revoltas pelo globo terrestre. No ano passado, as estatísticas registraram várias manifestações de conflitos populares.

Na Bolívia, o povo afrontou a polícia por causa de manipulação de urnas, depois que a oposição rejeitou o resultado das eleições de outubro de 2019. Desconfiada de fraudes, que garantiu a quarta reeleição consecutiva de Evo Morales, o país entrou em crise política, que forçou a renúncia do presidente eleito.

No Chile, o caos tomou contas das ruas centrais de Santiago. O povo, insatisfeito com a majoração no preço das passagens, tocou fogo em ônibus, saqueou lojas. A situação ficou tão preta que o presidente da época não teve outra saída, senão declarar estado de emergência.

No Equador, em virtude do cancelamento dos subsidio aos combustíveis, vigente há décadas, a população provocou violentos distúrbios. O motivo da maior crise dos últimos doze anos no país, foi consequência de severas medidas econômicas recomendadas pelo FMI.

Todavia, a onda de protestos não se restringiu apenas à América do Sul. Hong Kong, também enfrentou momentos de distúrbios no ano passado que culminaram em greve geral nos transportes públicos e nos voos internacionais. No aeroporto local, um dos mais movimentados do mundo, a coisa pegou fogo. Os tumultos, generalizados, de tão dramáticos, perturbaram a lei e a ordem no país por um bom tempo.

Também em 2019, em virtude globalização, o pau cantou feio nas ruas de Beirute, durante dois meses, em consequência do colapso que atacou a economia do Líbano. Em confrontos violentos, se enfrentaram os manifestantes e jovens de partidos políticos. A ira popular explodiu, por causa da rejeição do acréscimo de menos de um real na tarifa do WhatsApp.

Mas, neste ano, de 2020, os protestos se multiplicam absurdamente por todos os cantos do planeta. Dois fatos repercutem intensamente. O racismo e a violência policial. Nem a pandemia do coronavírus impedem de os distúrbios se espalhar por aí afora.

Na França, a morte do jovem negro francês, Adama Traoré, ocorrida há quatro anos, de forma também brutal, foi o estopim para reunir mais de 20 mil pessoas no Norte francês e deflagrar um tremendo confronto.

Na Austrália, a causa de manifestações de protestos foi o preconceito contra os aborígenes. De máscaras, os manifestantes protestavam respeitando a distância regulamentar, em obediência às medidas de prevenção contra o Covid-19.

No Reino Unido, bastou o Parlamento britânico suspender as atividades, conforme autorização concedida pela rainha Elizabeth 2ª, como chefe e Estado, para gerar discordâncias. Os manifestantes, sob o slogan “de assalto à democracia”, pediram a renúncia do primeiro ministro britânico, Boris Johnson.

A morte, de forma cruel e desumana do norte-americano, George Floyd, 46 anos, em Minneapolis, no estado de Minnesota, abriu a boca do furacão. O interessante é que os protestos antirracistas varreram o mundo. Avançaram em vários países, Alemanha, Inglaterra, Canadá. México, Bélgica, Espanha e Portugal. A rejeição à truculência policial é crescente entre os ativistas.

A frase dita por Floyd, deitado no chão, e sem poder de reação, “Não consigo respirar” permanece no ouvido dos manifestantes que não se conformam com a barbaridade policial. Até os italianos, inconformados, se reuniram na Piazza del Popolo, Roma, e de punho erguido, berravam “Sem Justiça, não há paz”.

No Brasil, o caso de maior repercussão no momento ainda é o de Miguel Otávio Santana da Silva, menino de cinco anos, filho da doméstica do apartamento do prefeito de Tamandaré, que morreu, no dia 3 passado, após cair do nono andar do prédio onde mora a família do gestor municipal da famosa cidade do litoral sul de Pernambuco.

O lado triste da ocorrência. Por causa da pandemia, a mãe, a doméstica Mirtes, teve de trazer o filho para o trabalho na capital pernambucana, Recife. As duas cidades são distantes uma da outra por 104 quilômetros.

Lamentável, também é o disparate. Enquanto a mãe da criança teve de ir passear com o cachorro dos patrões, na rua, o menino ficou sob os cuidados da patroa. Então, por descuido, aconteceu o lamentável imprevisto. E a sociedade, unida, clama por Justiça.

14 pensou em “PROTESTOS

  1. No fundo, no fundo, clamar nas ruas por justiça parece ser um anseio das sociedades. Independente do tempo e do espaço.
    A História nos dá um roteiro interessante através dos séculos, de momentos nos quais o povo se reuniu pelas ruas, praças e jardins em busca de justiça, de igualdade, em favor da liberdade; ou seja, lutando contra algum ato insano, por seus direitos e equidade social.
    O que hoje chamamos de manifestação, num passado bem recente foi protesto – e isso depende muito do motivo pelo qual o povo sai às ruas.
    Mais para trás na linha do tempo já foi chamado de rebelião.
    A leitura que faço dessa observação: mudam os tempos e os ambientes, evolui o homem em conhecimentos, as ciências se multiplicam, a tecnologia alcança áreas inacreditáveis para facilitar a vida da humanidade, nunca se escreveu tanto sobre vontade divina, amor, solidariedade, paz, empatia humana; porém, o homem continua escravo do próprio homem em algum sistema político, financeiro ou religioso, e quando não aguenta mais tanta servidão física ou moral, levanta sua voz, fecha seu punho sobre a cabeça, e levanta a voz em clamor por justiça e liberdade como clamavam seus ancestrais mais valentes.
    “A história se repete e os genes também”, já me diz um bom amigo meu.
    “Mudam apenas os atores e os ambientes”, eu sempre lhe respondo em nossas conversas.

    • Caro Jesus de Ritinha de Miúdo no fundo, no fundo, vc fez uma justa manifestação ao povo que nunca se cansou de lutar por seus direitos de usufruir de justiça, igualdade e liberdade. De maneira sábia, vc fotografou os anseios da sociedade. ,

  2. OBAAAA!!!!!!!

    Eu estou puto com tudo. Minha vida está uma merda. Milhões de filhos da puta se assenhoraram do aparato estatal e vivem nos fudendo diuturnamente (e à noite também, como diria Dilma – A ANTA).

    Então, só por causa disso, vamos para as ruas e vamos sair quebrando tudo e tocando fogo. ahahahah

    Morrem mais de 60.000 assassinados, todos os anos, só no Brasil, e ninguém diz porra nenhuma. Basta morrer alguém que os manipuladores de opinião se engrassem, e o mundo desaba. QUE MERDA É ESSA,PORRA???

    Eu prefiro atuar de forma cirúrgica: Invadimos o STF e fuzilamos os onze. Invadimos o congresso e fuzilamos uns cinquenta ou cem. Invadimos os governos dos estados e fuzilamos uns quinze ou vinte. Invadimos as prefeituras e fuzilamos uns mil.

    E O BRASIL NÃO VERÁ CORRUPÇÃO POR MAIS UNS VINTE ANOS! Como foi quando os militares tocaram o foda-se em 64. Para isso, só precisou matar uns trezentos. Saiu barato.

    • Danousse siô Adônis! Eita lasqueira disgramada di textu, cruzincredu, vixe Maria! Depois de tal desabafo INDICO Adônis para ganhar a comenda “Iron Balls Awards”, no grau máximo.

      • Caro Sancho Pança seu jeito frio e artístico de encarar problemas lhe abre muitas portas para evitar dissabores e dores de cabeça. .

    • Um policial NEGRO, com mais de 70 anos, foi morto por esta cambada que protestava pela morte de outro negro. Uns valem mais que outros.

  3. Caro Adônis Oliveira vc falou pela boca do povo. Disse tudo o que muito gente tem de vontade de abrir o bocão, também. Concordo plenamente com seu ponto de vista. Mas, se esqueceu de alertar um detalhe. Até quando o brasileiro da pobreza. vai ter o direito de ver os Tribunais de Conta agir contra certos prefeitos que pagam o salário de suas empregadas domésticas com o dinheiro das Prefeituras., como se fossem servidoras públicas. Dinheiro que é do povo, porém sem nenhuma utilidade social. . Será que as falcatruas só são descobertas quando acontecem ocorrências como essa de Tamandaré?. Na pura sorte. Não precisa invadir as prefeituras. Basta apenas, agir. Mas, quem cobra?

  4. Gente, vamos ver os vários aspectos desse fato gerador de toda essa confusão, que é a morte do George “Mano” Floyd, pois já circula – até agora sem desmentidos, um resumo de sua folha corrida, em que ele aparece como dono de registros pouco recomendáveis.
    Esses registros, é bem verdade, não justificam o que lhe foi feito, mas, no mínimo, pode ser considerado como a materialização daquele dito que afirma que “quem semeia ventos, colhe tempestades!”.
    Como bem disse um negro americano cujo nome não registrei na hora, “não é quebrando vitrine da loja Chanel em Nova Iorque que se resolve problema dessa natureza”.
    Vamos chamar o feito à ordem e resolver o assunto com bom senso.

  5. O que me chama a atenção nestas sua lista de pais que viram explodir os protestos violentos , deixando de lado se foram com razão ou não, e enxurrada de manchetes da imprensa que vivem em países com relativa democracia. Pouco se ouve de protestos em mais com regimes mais autoritário, China Cuba, irá, Iraque , Arábia Saudita, etc. Fica minha pergunta…não ha protestos por imposição de força ou se há protestos é por que a imprensa é controlada. Imagino o Antifas nestes países

  6. Caro Carlos,

    No fundo, a sociedade honesta, ordeira, trabalhadeira, produtiva e pagadora de impostos, está de saco cheio com os poderes executivo, legislativos e judiciário, principalmente este último, que depois das gestões petistas no Brasil, o que fazem mesmo é ganhar rios de dinheiros do contribuinte para não fazerem justiça porra nenhuma!

    Na época da eleição, principalmente na que está se aproximando, a população, puta da vida, se arreta, e fuzilar em praça pública, nas caminhadas e comícios em caminhões e outros meios, uns mil candidatos a cargos eletivos, esses felas-da-puta vão começar a pensar melhor no povo, não porque o respeitem, mas porque o temem!

    Quem tem cu e sabe a merda que faz, tem medo!

    Morte a esses traidores da democracia e assaltantes do dinheiro do povo!

    O que está acontecendo em Minneapolis, no estado de Minnesoto, com o assassinato do negro George Floyd por um policial branco facínora, pode ser o início de uma guerra sem fim entre o Estado e a População.

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