MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

O alarido que tem sido feito em torno dessa pandemia vai acabar matando as pessoas de susto. A impressa se encarrega de tentar apagar o fogo com gasolina porque estão vendo uma oportunidade de desestabilizar o governo assustando as pessoas e o presidente tem caído nessa como um pato. Primeiro vamos falar da imprensa.

A relação conflituosa entre Bolsanaro e imprensa não é de agora, mas se intensificou depois que ele assumiu a presidência. Daí, a gente viu ao longo do tempo as manchetes “adversativas”, ou seja, aquelas que sempre trazem um “mas”, do tipo “a industria cresceu, mas o crescimento foi rídiculo”. O que esse pessoal publicou, desde janeiro do ano passado, sobre a saída de Moro do Ministério da Justiça, não é brincadeira. Agora, começaram a dizer que “Bolsonaro tem inveja do ministro Mandetta”, ou seja, o pessoal prefere o “onde houver amor, que eu leve o ódio” num argumento contrário ao que diz São Francisco de Assis (onde houver ódio que eu leve o amor).

Nesse circo de horrores, o presidente acaba contribuindo para aumentar a peleja. Primeiro ele precisa entender que o enfretamento com a imprensa é favorável a ele, ou seja, seus apoiadores compraram a briga com a grande mídia e já boicotam determinadas redes. Pronto, não precisa mais intensificar o debate aqui. Basta mostrar, aqui e ali, que tem razão. Isso é fácil porque a própria imprensa contribui com perguntas que demonstram sua parcialidade. Então, vá cuidar de governar.

Em segundo lugar, questões técnicas deveriam ser tratadas por pessoas técnicas. Bolsonaro falou sobre a taxa de óbito, se referindo a taxa de letalidade do vírus que é menor do que o da influenza, mas, dito por ele, passa impressão de falta de comprometimento, de não preocupação com saúde pública. Chamava especialistas, nacionais ou não, e a opinião seria desses caras. Drauzio Varella falou sobre isso no Fantástico, mas quando Bolsonaro diz que é uma gripezinha, o pessoal se revolta por conta da carga de informação recebida, pelas imagens de Ilze Scamparini chorando enquanto falava da desolação na Itália, as mortes dos idosos, a Itália dizer que não vai atender pessoas acima de 80 anos, o caos na China, etc. Nós temos pessoas curadas no Brasil; na China é o segundo dia de não contaminação comunitária, mas isso não importa. A imprensa quer atingir um determinado número de mortos, talvez, suficiente para colocar a opinião pública contra o governo e nisso o presidente não sabe se comportar com tal e fica comprando brigas mesquinhas.

Muito se falou sobre o comentário de Eduardo Bolsonaro. Eu acho que ninguém tem dúvidas de que o vírus apareceu na China, que o prefeito de Whuan escondeu dados ao não relatar a saída de 5 milhões de pessoas assim que começou a surgir os problemas, que o próprio governo chinês não alertou o mundo sobre o problema, que proibiu o médico de fazer divulgação dos achados, etc. Tudo isso é parte de um processo à luz do direito internacional. Não é hora de procurar culpados, mas de achar soluções. De contribuir com o trabalho de abnegados profissionais expostos nos hospitais, implorando que fiquemos em casa (Minha sincera homenagem aos médicos, através da nossa musa Valéria Bossi, pela abnegação, e aos enfermeiros de todo país). O problema de Eduardo foi o momento e a forma como foi dito. Política tem diplomacia e a gente percebe o quanto é isso é importante num debate entre dois deputados: “a mãe de vossa excelência prestava favores sexuais”. “Vossa excelência é amigo do alheio” Veja que respeito lindo. Diplomacia.

O mais engraçado em tudo isso foram os pedidos de desculpas que se seguiram. Primeiro Rodrigo Maia. Como presidente da Câmara, o máximo que ele poderia ter dito é que aquela opinião não era a opinião da casa. Mas, antes de ‘pedir desculpas ao governo chinês, Rodrigo Maia deve desculpas ao povo brasileiro porque ele é um corrupto que recebeu dinheiro da Odebrecht, onde era chamado de Botafogo. A PF localizou passagens e visitas dele à empresa dois dias antes dos repasses efetuados. Então, caro presidente canalha, nós brasileiros esperamos suas desculpas pelo uso de caixa 2 e de caixa 3 (veja a que ponto chegou: caixa 3).

Nessa mesma linha de ação, vi que Lula enviou uma carta ao presidente da China pedindo desculpas. O cara rouba o país com uma voracidade fora do comum. Sai da cadeia e diz que o PT não tem que fazer autocrítica coisa nenhuma. Aí, de repente, submete um pedido de desculpas sem que tenha qualquer representação no governo brasileiro. Lula não fala em meu nome. É simplesmente incrível esse tipo de comportamento. Desculpas tem cabimento num ato involuntário, mas fazer algo “de caso pensado” e depois pedir desculpas, é lasca.

O governo começou com dois ministros fortes: Sergio Moro e Guedes. Tarcísio Freitas ganhou a confiança do governo e da população e agora Mandetta demonstrou conhecimento, segurança e capacidade aglutinação. Mas, Bolsonaro precisa entender que é necessário avaliar, primeiro, o impacto de certas medidas. As ideias discutidas internamente não podem chegar ao público antes de avaliadas tecnicamente. Por exemplo, a Medida Provisória Nº 927, de 22.03.2020, foi anunciada e depois vetada porque teve repercussão ruim. Política é como placa de sinalização de estradas: na dúvida, não ultrapasse. Já bastam as medidas adotadas de fechamento de shoppings, feiras, etc. que vão lascar a economia, mas essa pode se recuperar. Nesse instante o negócio é salvar vidas.

9 pensou em “PROLIFERAÇÃO DA CANALHICE

  1. Assuero, aos poucos cada ministro vai mostrando sua capacidade administrativa.
    O país avança no ritmo lhe permitido avançar, porque as forças da oposição pressionam no sentido contrário.
    Contribuindo para isso, para essa oposição tantas vezes irresponsável ter argumentos para continuar um discurso tantas vezes nojento, segue o nosso presidente vez em quando falando quando deveria apenas calar e levando praticamente para o embate pessoal, sem compreender o velho adágio popular dizendo “em merda quanto mais se mexe, mais fedorenta fica”.
    E o povo – falo daquela parte desejando de fato um país melhor para ser melhor – fica com o sentimento que saiu de casa para um show de rock, mas assiste a banda tocar frevo, o astro principal cantar bolero, enquanto parte da plateia ouve um forró e a outra parte pensa que é um tango.
    Ninguém se entente.
    Ainda bem que os ministros foram bem escolhidos.
    Pelo menos eles!

    • Você tem razão. Esses tiverem oportunidade de agir com capacidade. Ninguém falava em Mandetta e agora ele tem 64% de aprovação.

  2. Caro Assuero,

    Por qualquer coisa que Jair Bolsonaro falar ou fizer, ele vai ser atacado pela imprensa e a nova esquerda new left isentona.

    Ele tem o seu jeito peibufo (obrigado Berto), porém é leal aos amigos, humilde, honesto (eita palavra desgastada) e é respeitado pelos seus.

    Às vezes fala ou faz alguma coisa fora do que queríamos ouvir, porém nunca traiu seus eleitores ou apoiadores. Sabe voltar atrás e quando necessário pede desculpas, palavra esta fora do dicionário das esquerdas.

    O time que está aí, os 22 mais os secretários são muito competentes e estão unidos pelo seu Capitão.

    O barco que está sendo tocado é o nosso Brasil e se afundar, como querem alguns, vamos todos para o fundo.

    É hora de ter calma e ousar pensar fora da caixinha.

    • JF, existe afobação e falta de diálogo. Veja a medida provisória 927 de ontem. Aquilo foi discutido publicamente. Há mais de uma semana se fala que Guedes ia propor aquilo. Aí, o cara pública e 2h depois revoga. Os caras ampliam a ideia de que vai suspender contratos e a credibilidade do cara vai lá pra baixo. Ontem eu mandei 10 sugestões pra o ministério atenuar os efeitos econômicos, sem sacrificar ninguém.

      • Não existe almoço grátis, já dizia Milton Friedman.

        Qualquer medida efetiva para atenuar os Efeitos catastróficos que vêm aí na economia em função da crise e histeria do vírus chinês vão sacrificar alguém.

        A medida do art. 18 (funcionários em casa com redução de salário) proposta por Guedes era boa, faltou detalhar as contra partidas do Governo em cada caso.

        Porém, antes de discutir, o PR sentiu cheiro de queimado vindo do congresso e voltou atrás somente em um artigo da MP.

        Ah, e não foi apenas em 2 horas que ele voltou atrás, foi um pouco mais.

  3. A imprensa , e nem a recém chegada CNN escapa , trata Rodrigo Maia , codinome Botafogo , como primeiro ministro e lhe dá espaço para falar coisas que não lhe dizem respeito , sem nunca citar que ele está denunciado pela Lava Jato .
    O governador de SP , a cada coletiva ” enche ” de elogios a imprensa por ela ” estar levando a informação correta” , mas anteontem , quando um repórter da GLOBO lhe fez uma pergunta sobre algo respondido, ele disse ao repórter : – eu vi que você estava no celular e não prestou atenção a informação . Você deveria prestar mais atenção ao invés de fazer uma pergunta já respondida “.
    O JN fez algum comentário ? Disse que o Dória atacou o JORNALISMO ?
    Esta é a imprensa brasileira .

  4. Airton, concordo plenamente com o que você disse. Não temos mais repórteres, temos correspondentes de guerra. E aqui eles estão, a maioria, no contra ataque.

  5. Assuero: Para nós, que torcemos e queremos um Brasil melhor, as declarações do presidente Bolsonaro são normais, lhes são peculiares. Mas para os marginais da “oposição” que perderam a boquinha no lulopetismo, é um prato cheio para rasgar o verbo contra o presidente.

    Mesmo não crendo que ele venha a agir assim (com má fé, é claro!!), o presidente deveria se espelhar no ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, e desmoralizar a imprensa mesmo ficando mudo.

    “O que combinamos foi comentar o que estivesse no programa; do contrário, eu me retiro!”

    Tem resposta melhor?

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