MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

Durante o período de transição após a eleição de 2022, arrombaram o orçamento para dar sustentação as promessas feitas pelo presidente eleito na manutenção de programas sociais como bolsa família. O governo anterior pagou auxílio emergencial com recursos oriundos dos dividendos da petrobras e outras fontes sem desrespeitar os a PEC 95/2017 que limitava as despesas do governo até o ano de 2036. A proposta do governo eleito era violar esse preceito constitucional e apresentar, até agosto de 2023, o desenho do equilíbrio fiscal. Tudo bem que temos ainda alguns dias do mês, mas não parece que tenham qualquer proposta a apresentar.

A bem da verdade, puseram à mesa uma proposta tributária vazia, ou melhor cheia de vácuo, que “acabava” com cinco impostos (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS), centralizando a cobrança de um novo imposto substitutivo a ser pago para a União e daí ser repartido entre os municípios e estados na forma de quota-parte. Eu, francamente, não sei onde as pessoas estão com a cabeça para não ver os riscos que esse procedimento traz. Basta citar três: esse modelo tira do estado/município a autonomia de aplicar como bem entender os recursos próprios arrecadados internamente; estados e municípios passarão a depender ainda mais da administração central, numa forma de subjugar governadores e prefeitos e atender, preferencialmente, aqueles que são simpáticos ao governo em detrimento daqueles que se colocam na oposição; o governo pode contingenciar créditos comprometendo projetos estaduais e municipais.

Os fatos são simples de interpretação: passados oito meses o Brasil caiu vertiginosamente em desgraça. Uma gama de empresas fechando suas portas e gerando desemprego. O caso das Lojas Americanas é mínimo diante do abismo que se avizinha. Um detalhe técnico é que é possível uma empresa trabalhar tendo prejuízo, mas quando o nível de preços fica abaixo da curva de custo médio, acabou: é hora de sair do mercado. Numa visão primária é isso eu enxergo. O aumento do custo de produção, com o fechamento da economia em 2020, induziu o aumento dos custos e, embora, tenha havia aumento de preços, aparentemente, estes foram mais de reposição dos custos.

Além disso, a desconfiança de que o governo não teria nenhum comprometimento com o equilíbrio fiscal, haja vista o fechamento das contas com um déficit negativo de R$ 40 bilhões, nenhum incentivo à produção, etc. trazem a certeza de que vamos ter mais empresas quebrando. O detalhe é que o governo não busca com a reforma tributária fortalecer o sistema produtivo – alguns podem até ganhar -, mas o foco é garantir recursos para manter a população carente na mesma linha de miséria e com isso se manter no poder.

O que fazer então? A primeira coisa é mudar o foco e para isso é necessário contar com a cumplicidade da mídia e com os órgãos internos para atacar o governo anterior e particularmente, a pessoa do ex-presidente. Não parto aqui numa defesa cega de sua inocência, mas acredito que é preciso ser muito burro para participar de um esquema de vendas de joias, ainda mais, pela internet. Eu fico surpreso com o fato de que ao longo de 4 anos nenhuma matéria de corrupção foi publicada. Tentaram com a questão da vacina e tudo não passou de uma questão de um funcionário e nenhum centavo foi pago pelo governo; feito a coisa do leite condensado e se calaram porque no governo Dilma foi adquirido muito mais; depois teve a questão do tadalafila – que é usado para combater, também alterações na pressão – e era só uma tomada de preços. Obras e mais obras foram feitas e/ou concluídas e ninguém é capaz de citar o nome de uma empreiteira que tenha levado vantagem financeira, no entanto, se falarmos Odebrecht, OAS, UTC, etc… todos sabem em que governo elas se locupletaram.

Teremos 4 anos de um país devastado, com necessidade de reconstrução. E esse ponto é crucial: sucessores! Jair Bolsonaro ficou inelegível e está fora do pleito, muito embora eu tenha minhas desconfianças de que não seria muito diferente do que foi em 2022, com ele concorrendo. Restam dois nomes: Tarcísio e Zema. Como se sabe os governadores do Sul-Sudeste criaram uma espécie de consórcio que tem sido duramente criticado pelo governo atual. Disseram que Zema está implantando uma visão separatista, mas francamente, eu acho que precisamos ser realistas: não tem como ajudar uma pessoa que não quer ajuda e mesmo sendo nordestino entendo que temos uma parcela de responsabilidade por votar em canalhas corruptos como Lula e eleger desgraças como Fátima Bezerra.

O nordeste capenga e tudo que se faz aqui é para manter o estado de miséria do povo. Acho que todos sabem a ciclovia de 10 km que o governo petista do Piauí entregou à população por uma bagatela de R$ 6 milhões. A ciclovia, em cor vermelha, ocupava a faixa central de uma BR sem a menor proteção para quem por ela se aventurasse. Depois de ganhar os noticiários, o governo resolveu acabar com a ciclovia, gastando mais dinheiro para isso. Quanto aos R$ 6 milhões … bem, é dinheiro público que volta para fortalecer a campanha à reeleição do governador.

Não sei você, mas vou me colocar à disposição para contribuir com uma possível candidatura de Zema ou Tarcísio.

4 pensou em “PRAZO LIMITE

  1. Caro Mauricio, sou nordestino mas nunca votei em vagabundos, em nossa região carreia o voto de cabresto. Você tem razão, vamos pensar em alguém que tenha projeto de país e não de poder. Agora haverá perseguição e falsas notícias, com essa mídia comprada fazendo o jogo da canalhada.

  2. Pelo andar das ações ditatoriais em andamento, tenho cá minhas dúvidas se haverá eleição.
    Como diz aquele ditado português: agora Inês é morta.

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