ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

A origem do mal se encontra na mente humana. Pensamentos de violência, intolerância, impulsividade, egoísmo, dentre tantos outros, afetam a conduta dos seres os levando a cometer um erro após o outro. E são esses erros que fazem com que no mundo haja tanto mal, sendo a origem dos diversos problemas e adversidades que se apresentam na vida do gênero humano.

Há uma eterna luta entre o bem e o mal que se trava na consciência e no âmago de todo indivíduo. Devemos desenvolver e fortalecer a cultura da não violência para buscar soluções pacíficas diante de conflitos e divergências. Quando todos os seres humanos se propuserem a cometer menos erros, refazendo a ação com acerto, a humanidade estará pronta para viver em um mundo mais feliz, com a paz que tanto ambiciona.

O repentista alagoano Gilberto Alves conduziu muito bem esse assunto, durante um festival de viola, quando foi sorteado o tema: Pra se defender do mal. Selecionamos três sextilhas para mostrar o poder de síntese, a criatividade e a religiosidade do cantador nordestino:

O que eu devo fazer
Pra mim defender do mal
Primeiro é amar o próximo
Segundo é ser fraternal
E terceiro é não dar valor
A coisa material.

O que devo e o que faça
É amar ao soberano
Pedir se for necessário
E mentir se for por engano
Que a verdade é a virtude
Maior para o ser humano.

O que devo e o que sigo
Sou capaz de corrigir
Rezar para os meus inimigos
Que tentam me perseguir
Esta é uma das maneira
Melhor que eu tenho de agir.

7 pensou em “PRA SE DEFENDER DO MAL

  1. Um dos pilares de nossa civilização é a ideia de que o mal será punido e o bem recompensado, não importando o quanto isso demore – e às vezes utilizando a medida do tempo para ampliar o castigo e a recompensa. Desde a mais primitiva pulsão – forças internas, inconscientes, alheias ao processo decisional – religiosa até o complexo sistema de crenças atual, sem este conceito não há como atribuir valor as boas ações e nem separar aquele que merece as benesses prometidas pelos deuses daqueles que devem sofrer eternamente as mais terríveis punições.
    As sextilhas do repentista Gilberto Alves são pérolas do repente e demonstram conhecimento da religião.

    • Vitorino,

      Gostei demais da conta de suas observações sobre a ideia do mal ser punido e o bem recompensado. Aproveito esse espaço democrático do Jornal da Besta Fubana para compartillhar a ideia de Sócrates sobre o bem e o mal.
      O bem era, para Sócrates, o caminho que a razão apontava, de modo que eram boas, belas e justas todas as coisas que eram verdadeiras. … Já o mal é a ausência da sabedoria, de modo que ninguém agiria mal por vontade, e sim apenas por ignorância do que seria o verdadeiro bem.

      Saudações fraternas,

      Aristeu

  2. Observo que se vive em um mundo dualista, a questão de cada ideia ou ação corresponde a uma reação pode-se então concluir, que não existe o bem sem o mal e a recíproca é verdadeira, portanto os dois se completam apesar de serem praticados distintamente, mas não sobrevivem um sem o outro. Para conhecer o bem necessariamente tem que se saber o que é o mal porque somente assim pode discernir e julgar o que é de fato materializado nas atitudes.
    Os versos do repentista alagoano Gilberto Alves nos ensina a se defender do mal utilizando os preceitos da religião. Essa maneira simples e objetiva de esclarecer atinge a população nordestina difundindo ensinamentos necessários para a formação ética do nosso humilde povo das pequenas cidades do interior. Muito bom o artigo!

  3. Messias,

    O seu comentário complementa o meu artigo. Temos a tendência de nos consideramos, e aos que nos rodeiam, como pessoas de bom caráter. Todavia, são crescentes os estudos que asseguram que ninguém é intrinsecamente bom ou mau, mas sim que toda a gente tem dentro de si uma mistura de bem e de mal. Exemplos de falhas de caráter não faltam. Seja na política, no entretenimento, nos negócios ou no vizinho do lado, são ilimitadas as histórias de pessoas prenhas de comportamentos indecorosos, maliciosos, corruptores, perversos, abusivos, entre outros adjetivos que definem a ausência de valores e de virtudes. E em particular quando os comparamos a nós próprios e aos que nos são queridos. Se fecharmos o círculo onde pertencemos e onde cabem os nossos familiares e amigos, tudo fica menos nublado. A tendência é considerarmo-nos como pessoas generosas, de bom coração, de confiança, incapazes de cometer qualquer ato menos ético. Ou e em suma, temos um bom caráter.
    O assunto é muito árido, entretanto fica mais leve quando lemos as sextilhas do poeta e repentista
    Gilberto Alves. Aproveito a ocasião para compartilhar uma sextilha de temática religiosa de Chico Viola com o prezado amigo:

    Numa expressão de bondade
    Teus atos são concluídos
    Jesus, Tu és claridade
    Refúgio dos excluídos
    Tecido fino das pétalas
    Dos paraísos perdidos.

    Saudações fraternas,

    Aristeu

  4. Parabéns pela rica postagem, prezado Aristeu Bezerra!

    O Bem e o Mal, ou o certo e o errado, o moral e o imoral; o justo e o injusto, são os alicerces básicos da Filosofia. . A justiça, o direito, a moral, o bem, são valores absolutos, os quais deveriam reger a vida de qualquer ser humano desde que este se entendeu como tal, até que resista à extinção.
    A obra de Friederich W. Nietzsche, “Além do Bem e do Mal”, explica essa dicotomia de forma profunda .e de difícil alcance.
    .
    Sob o ponto de vista religioso, a luta entre o bem e o mal sempre existiu.

    Nos dias atuais, vemos a violência e a impunidade triunfando nas mãos dos maus, e o homem de bem ficando, cada vez mais, descrente da humanidade,

    Gostei muito das sextilhas do repentista alagoano, Gilberto Alves, sobre o tema “Pra se defender do mal”! Viva a Cultura Nordestina!

    Uma ótima semana!

    Violante Pimentel Natal (RN)

  5. Violante,

    É gratificante receber seu valioso comentário. Deus nos fez á sua imagem e semelhança, entretanto deu-nos o livre-arbítrio, onde as escolhas e os caminhos somos nós que fazemos. Portanto, nós seres humanos, escolhemos entre o bem e o mal, o certo e o errado.
    O bem é tudo que nos eleva, tal como: respeitar o limite dos outros e da vida; é não querer para os outros o que não quer para si. É respeitar o planeta como a sua casa, sua morada.

    Aproveito esse espaço democrático do Jornal da Besta Fubana para compartilhar um poema de minha autoria sobre a temática do bem com a prezada amiga:

    FAZER O BEM

    A prática de fazer o bem,
    Ajuda quem faz também.
    Não seleciona a quem
    Para não ficar refém,
    Nem discriminar ninguém,
    Sem ofender quem nada tem.
    Seguindo Jesus de Belém
    E ir firme para o além.

    Uma semana plena de paz, saúde e alegria

    Aristeu

  6. Obrigada, Aristeu, por compartilhar comigo, este lindo poema da sua autoria, com a temática do bem! Adorei! Você é um grande poeta!

    Muita Saúde e Paz!

    Violante

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