Leandro Ruschel
Diferentemente do que muitos militantes de redação apontam, a polarização política não é um problema. Ao contrário. Só há polarização em sociedades livres. Em ditaduras, não há espaço para dissenso, ou seja, não há polarização.
Ou você concorda com o grupo no poder, ou você será perseguido, censurado e morto.
O problema ocorre quando a polarização descamba para a violência. As instituições democráticas servem justamente para resolver as diferenças de forma civilizada, em que há a possibilidade dos diferentes grupos antagonistas negociarem e chegarem a um consenso mínimo sobre as regras que organizam as relações humanas.
A polarização descamba para a violência e para o caos justamente quando um grupo quer impor aos outros a sua visão de mundo.
Se as pessoas percebem que as instituições não são minimamente isentas e justas, há uma maior chance de partirem para o conflito violento.
Ora, quem no espectro ideológico adota a postura de imposição à força da sua agenda?
A esquerda por natureza é revolucionária: quer transformar a sociedade de cima para baixo, através da atuação de uma elite “iluminada”, que formaria a vanguarda da humanidade rumo ao “progresso”.
Quando alguém vier com propostas “progressistas” e “igualitárias”, é necessário apenas uma pergunta para desmascarar os totalitários: como lidar com aqueles que não concordam com as suas ideias?
Nos últimos anos, a esquerda tem ficado cada vez mais extremista e intolerante, deixando de lado a defesa da liberdade de expressão e de associação, em nome da implementação da sua agenda. Ironicamente, e diabolicamente, acusam seus opositores de extremismo e intolerância.
Dessa forma, a esquerda faz girar o ciclo do autoritarismo: leis e líderes sem apoio popular são empurrados goela abaixo do povo. Quando as pessoas reagem à agenda nefasta, a resistência é tratada como “extremismo” e “discurso de ódio”, além de “fake news”, produzindo mais ações arbitrárias e repressão, que por sua vez encontrarão mais resistência.
A resistência cessa quando a repressão é total. Nesse momento, acaba a polarização. É o que acontece hoje em Cuba, na Venezuela, na Nicarágua, e em outros regimes dos sonhos da esquerda brasileira.
Não é uma estratégia nova: quando o poder dos bolcheviques era questionado, eles tratavam os críticos como “fascistas”, “mentirosos” e “inimigos do povo”. Até mesmo Trotsky e outros líderes do movimento foram tratados assim, e assassinados sob a justificativa de proteger a revolução.
O objetivo da esquerda brasileira, que já aparelhou boa parte das instituições, é acabar com a polarização política através da submissão de todos os brasileiros à sua agenda, com a repressão cada vez mais agressiva contra aqueles que resistem.
É a busca da paz pela destruição dos opositores, e a consolidação de uma ditadura baseada no consenso pelo medo, como ocorreu tantas vezes na história.