O filósofo alemão Friedrich Hegel, em sua obra “Filosofia do Direito” ilustra muito bem a harmoniosa relação entre a coruja e a filosofia.
Escreve ele: “A coruja de Minerva alça seu voo somente com o início do crepúsculo. O papel da filosofia é justamente elucidar o que não é claro ao senso comum, é alertar acerca da vida. O crepúsculo é o linear do dia pra coruja.”
E enquanto terminamos nosso trabalho e nos recolhemos aos nossos lares, a coruja “alça seu voo” a trabalho. É a noite que a fascina, por isso seu nome em latim é “Noctua” – , “ave da noite”.
O destaque da coruja não é a beleza, mas a capacidade de ver o que aves diurnas não conseguem ver. Seu pescoço gira 360º, dando-lhe uma visão completa, capacitando-a a ver o todo. É também uma ave de rapina, rápida na escolha, e que por ver a presa e não ser vista, sempre tem sucesso na caça, apanhando os despreparados e desprovidos, que se arriscam na noite escura.
A coruja, o pássaro de Minerva, voa apenas á noite. Mas a funesta coruja da supremacia togada voa diuturnamente. Destila seu veneno e vomita seu ódio sobre a parte decente do País, que clama por justiça, revoltada com as injustiças supremas.
Os dias se passaram e a situação política da Nação permanece a mesma. Os doentes morais continuam se embebedando para afogar os seus infortúnios nos surtos amnésicos do álcool e nas comilanças milionárias em hoteis internacionais, às custas da Nação.
O bobo da corte vermelha se refugiou, com incandescente avidez, no turbilhão embriagante da política, para nesse ignóbil mostruário de compra e venda de intrigas adormecer e esquecer as suas desditas.
O cheleleu substituto continua bajulando-o incessantemente. É um grande e incorrigível ambicioso; uma criatura sem escrúpulo, a quem se aplicam estas banais considerações e melindres, que para o público vulgar são um tema de respeito. A convivência já havida com o bobo da corte fora bastante para que a astuta raposa formasse infalível juízo sobre o seu caráter, recursos, méritos e talentos.
O bobo da corte vermelha está sempre pronto e arrogante, na inflamada fé que lhe assegura o seu permanente sucesso. É tão corajoso e insensível, que não tem vergonha do seu passado nebuloso.
Estamos em pleno governo de transição, constituído de políticos com processos nas costas, alvos de investigações e, com raras exceções, longe dos “fichas limpas”. Todos com passagem pelos tribunais e com ligações com o bandoleirismo rotativo, afoitos e ávidos por manejar o implacável facão da economia.
E o governo de transição já anunciou a que veio. Veio para quebrar, mais uma vez, o País, extrapolando todos os limites do teto fiscal, querendo invadir a propriedade privada, confiscar imóveis e contas bancárias do menor ao maior investidor. A Nação está revoltada, sem aceitar ser imolada no altar de sacrifícios onde o povo brasileiro sempre esteve.
Mas, é evidente que esse proceder do governo, pela dureza flagrante dos atritos, deverá desgastá-lo brevemente. O plano agora é fortalecer o partido e engrandecer-se por meio de uma dupla manobra – avocar a si os descontentes e simultaneamente impor-se com o seu poder.
A situação política do País continua instável, apesar de já haver transcorrido quase um mês das eleições. Até hoje, os resultados duvidosos não tiveram o condão de convencer totalmente o eleitorado. O descrédito na apuração das urnas eletrônicas continua. Como é triste a frase fatídica escorrida da boca de veludo de um ministro togado: “eleição não se conquista; eleição se toma”. E foi o que aconteceu.
Para legitimar a indecente usurpação do poder, desvirtuaram o grande princípio racional da eleição. Metade do poder legislativo é verdadeira e a outra metade é de pura e completa manipulação do governo. E graças à corrupção, devida em grande parte à estupidez do corpo eleitoral, na mais absoluta impunidade e com êxito absoluto, o poder explora, esmaga e domina sempre!
A manutenção do princípio da autoridade é condição essencial na vida do povo, desde que essa autoridade seja legítima. Entretanto, não tem legitimidade a açambarcante usurpação do poder por parte dos togados, num desrespeito gritante à Constituição Federal.
À Suprema Corte, cabe impedir o malfeito, e não se tornar coautora dele. Mas o que vemos são as tendências políticas dos togados, que impõem suas preferências pessoais, ignorando o ordenamento jurídico e muitas vezes investindo sem disfarce contra ele.
Cabe ao juiz interpretar o Direito e, com base nele, decidir as causas que lhe são apresentadas. Não pode, contudo, julgar contra as leis, principalmente contra a Lei Maior.
Quando ministros do STF contrariam a Constituição Federal, suas decisões atentam contra as normas instituídas para assegurar a convivência humana e zelar pelo cumprimento dos fundamentos da República: Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana e valores sociais do trabalho.
Nesses casos, suas decisões deixam de emanar a luz que deveriam, e passam a emanar a luz que cega e que não tem nada de divino.
Não são decisões que iluminam, mas decisões que já nascem cegas pelo ódio e pela tirania. Ainda que essas decisões devessem trazer a luz, trazem as trevas. São decisões inspiradas em Lúcifer, o rei das trevas. São decisões tiranas que tem o objetivo de humilhar e oprimir os cidadãos de bem.
Os supremos togados não podem correr o risco de ir buscar luz nas chamas mantidas por Lúcifer, porque as consequências danosas atingirão a toda a sociedade e cada um dos indivíduos que a compõem. Pior do que isso: elas se propagarão e contaminarão a vida institucional do País por muito tempo.
Violante ,
Mais uma vez surpreendido com a clareza e a inteligência que também escreve temas políticos.
Estamos sendo massacrados pela soberba de grupos de poderes que não tem interesse nenhum pelos verdadeiros desejos do povo brasileiro.
Já tá na hora de um basta mais contundente.
Obrigada pelo honroso comentário, prezado Marcelo.
É revoltante a passividade do povo brasileiro, diante do massacre feito pelo lacaio ou empregado do “nove dedos”, que parece estar possuído por Satanás, quando vomita seus pronunciamentos delirantes e verdadeiramente antidemocráticos, posicionando-se contra tudo e contra todos!!!, O egocentrismo exacerbado que domina o poderoso chefão “Alexandre, o Grande”, é uma ignomínia contra a Nação Brasileira!,
Bom final de semana!
Vivi, açambarcadora de leitores sexta-ferinos,
« açambarcamentos »… Já que açambarcados estamos, e como escreves: (…) sem aceitar ser imolada no altar de sacrifícios onde o povo brasileiro sempre esteve.
Como dizia Zé Istevis, nobre lavrador nas terras de meu pai, “como a inteligência torna ainda mais bela uma mulher.
E certamente os que por aqui passarem, darão razão ao nobre Istevis e, por óbvio, irmanados (sem aceitar serem imolados no altar de sacrifícios onde o povo brasileiro sempre esteve.) estarão à cronista, na “justa revolta” que explode em cada parágrafo lido.
As tempestades de final de tarde aqui na Região “Chuveste” se alastraram pelo cenário político do Brasil e anda difícil fazer qualquer “vidência” sobre “o que será o manhã,mesmo que a cigana leia nosso destino”, como canta a Simone…
E meu desejo de que seu final de semana seja conforme deseja vosso coração, apesar da dificuldade extrema em ver sol entre tanta nuvem de tempestade no horizonte do Brasil.
Que DEUS, Pátria, Família e Liberdade jamais sejam riscados de nossas existências, caríssima senhora das sextas-feiras desta bertiana gazeta. Abraço fraterno em um sempre agradabilíssimo encontro às sextas, enquanto aquele rapaz de lustrosa calva assim o permitir…
Luiz Carlos Sancho Nunfazzuely
Obrigada pelo carinho do comentário, querido Sancho Pança!
Não fomos feitos de sangue de barata. Nossos corações sangram todos os dias, diante da demonização que se opera no supremo poder togado, que oprime, humilha e despreza a humanidade, esquecendo a máxima que diz: “Quem semeia vento, colhe tempestade.”
Temos assistido, diariamente, a uma verdadeira sangria moral de brasileiros honestos e trabalhadores, numa virada sub- reptícia de regime de governo, onde um dos nove togados concentra o delirante poder em suas mãos, passando por cima do Presidente da República legitimamente eleito, e cujo mandato só terminará no dia 1º de janeiro de 2023.
Os brasileiros não podem continuar assistindo de camarote ao “circo dos horrores” onde as feras “supremas” continuam humilhando, prendendo, calando a boca, impondo multas mirabolantes e destruindo a alma do povo brasileiro.
Grande e fraterno abraço!… .
Violante,
Parabéns pela excelente crônica ilustrada com a relação bem-proporcionada entre a coruja e a filosofia baseada na obra “Filosofia do Direito” do filósofo alemão Friedrich Hegel. A coruja tem muitos simbolismos. A ave de aparência feia atrai pensamentos sobre a noite, sobre a vida e sobre a filosofia.
Para muitos povos, a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Seus hábitos noturnos fazem a pequena ave ser muito respeitada. A sua habilidade de ver através da escuridão, faz com que ela enxergue além do que os outros enxergam, definindo assim a sua capacidade de decifrar os sinais de perigo e de garantir uma boa caça, bem antes do que os outros animais.
Na mitologia grega, Athena, a deusa da sabedoria, tinha a coruja como símbolo. Pela sua característica de animal notívago, era vista pelos gregos como símbolo da busca pelo conhecimento. Os gregos acreditavam que a noite é um tempo destinado a reflexão.
Aproveito a oportunidade para compartilhar um poema do escritor e poeta Ledo Ivo (1924-2012) com a prezada amiga:
A coruja branca
Em minha casa entre as árvores ouço o rumor da noite.
O vento escorraça os astros crepitantes.
As montanhas descem em direcção ao mar como rebanhos
que não tivessem esperado a licença da aurora para a migração necessária.
E a erva cresce. E a água corre. E o mundo recomeça
como uma palavra interrompida. E as nuvens caem do céu
e rastejam no caminho danificado pelas chuvas de janeiro.
Um pio atravessa a folhagem murmurante.
A coruja branca, minha irmã sedentária,
vigia na escuridão o mundo abandonado
por tantas pálpebras fechadas.
Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e harmonia
Aristeu
Obrigada, prezado Aristeu, pelo generoso comentário!
A coruja, como você disse, é o símbolo da sabedoria. Coleciono corujas e tenho predileção por elas.
Suas excelentes considerações sobre a coruja enriqueceram meu texto.
Obrigada, também, por compartilhar comigo o belo poema do grande poeta e escritor Ledo Ivo ((1924-2012) , que diz:
“A coruja branca
Em minha casa entre as árvores ouço o rumor da noite.
O vento escorraça os astros crepitantes.
As montanhas descem em direção ao mar como rebanhos
que não tivessem esperado a licença da aurora para a migração necessária.
E a erva cresce. E a água corre. E o mundo recomeça
como uma palavra interrompida. E as nuvens caem do céu
e rastejam no caminho danificado pelas chuvas de janeiro.
Um pio atravessa a folhagem murmurante.
A coruja branca, minha irmã sedentária,
vigia na escuridão o mundo abandonado
por tantas pálpebras fechadas.”:
Gostei imensamente!
Desejo a você também, um final de semana -pleno de paz, saúde,
e harmonia!
Divina Violante:
Não basta apenas sua verve poética, mas sua análise política é tão profunda quanto a poesia com que você nos brinda. Parabéns.
Muita alegria, saúde e paz em seu final de semana.
Beijão estralento cheio de corujices.
Magnovaldo
Obrigada pelo gratificante comentário, querido amigo Magnovaldo!
Fiquei muito ancha com suas palavras.
Sou fã de coruja e até coleciono. A coruja é o símbolo da sabedoria.
Desejo a você também, um final de semana com muita alegria, saúde e paz, e um beijão estralento cheio de corujices!
Querida Violante,
Parabéns pelo brilhante texto.
Obrigada pelo honroso comentário, querido adonisoliveira!
Grande abraço e um final de semana com muita saúde, alegria e Paz!
Excelente crônica, Violante Vivi, sobre o putrefato Poder Judiciário do Brasil, que Nove Dedos há muito avacalhou.
Uma pena, sem consolo!
Espero que venha mais, já que a nobre Mulher de Nome Lindo domina o tema melhor que ninguém.
Xêros com ótimo final de semana”
Obrigada pelo comentário gentil, querido cronista Cícero Tavares!
Os brasileiros decentes não suportam mais, o deboche úsado pelo ministro togado, levando na galhofa a fraude eleitoral ja comprovada e usando uma expressão chula, própria de marginais, para dar uma resposta a uma senhora que, em New York, lhe fez uma pergunta referente a esse fato
O “Perdeu, Mané. Não amola”,” mostra o baixo nível de um ministro, togado, que, abertamente exibe sua preferência vermelha.
Grande abraço e uma ótima semana!,