MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

Para confirmar mais uma vez que o Brasil já é uma ditadura onde os vários poderes mandam em tudo o que lhes dá na telha:

“O juiz federal Renato Coelho Borelli, de Brasília, proibiu os bancos de aumentarem as taxas de juros e as exigências para empresas conseguirem um crédito extra liberado pelo Banco Central para ajudar o caixa durante a epidemia do novo coronavírus. O juiz atendeu a um pedido do PDT, que chamou a decisão do BC de “medida anti-cíclica”.

Em primeiro lugar, fica claro que a livre iniciativa como fundamento constitucional, conforme consta no primeiro artigo da nossa constituição, é apenas uma piada de mau gosto. Não há livre iniciativa nem livre mercado, somos todos escravos do governo e é ele quem diz o que podemos ou não podemos fazer.

Em segundo lugar, é ultrajante a naturalidade com que o governo exige que sejamos gratos pela sua prepotência: o tal “crédito extra” nada mais é que uma redução no depósito compulsório que o BC toma dos bancos. Ou seja, o governo, além de nos roubar rotineiramente, quer que fiquemos imensamente gratos quando, por algum motivo, ele nos rouba um pouquinho menos.

Em terceiro lugar, talvez alguns percebam a diferença de tratamento: Os improdutivos, ou seja, os milhões de aspones e burocratas inúteis que mamam no governo, continuam recebendo seus salários e benefícios integrais mesmo sem trabalhar. Já os produtivos, os empresários, não ganham um centavo: receberão crédito, que terá que ser pago. Para os amigos, o governo dá. Para os que sustentam a gastança, o governo só empresta, a juros que dariam vergonha a qualquer banqueiro de país sério.

Mas deixei o mais importante por último: a tal política anti-cíclica é uma das maiores insanidades que um governo pode cometer. As duas maiores crises do mundo moderno (1929 e 2008) foram causadas exatamente por expansões irracionais da oferta monetária, como expliquei em detalhes nos artigos REESCREVENDO O PASSADO e REESCREVENDO O PASSADO – Parte 2. A situação atual é ainda pior, porque virá após uma brutal redução de oferta causada pelo fechamento compulsório de boa parte do setor produtivo mundial. É como enfrentar uma seca incentivando as pessoas a tomar banho, lavar o carro e regar o jardim. Mas faz sentido para quem nunca produziu nada e acredita que a comida surge sozinha nas prateleiras dos supermercados e que o governo pode reduzir o preço das coisas com uma simples canetada.

No mundo todo, todo tipo de coisas deixou de ser produzido, de alimentos a computadores. É a hora de incentivar a produção, eliminando entraves, reduzindo burocracias, deixando de atrapalhar. Mas o que governos do mundo todo estão fazendo é gastar dinheiro que não têm – que fatalmente será pago com mais impostos – para incentivar as pessoas a comprar coisas que não existem, porque não foram produzidas. O resultado desta política virá em pouco tempo:

– Milhões de pessoas que viviam de seu trabalho se tornarão mendigos do governo, vivendo de bolsa-família e similares. Como o pobre vota com o estômago, fica garantida a eleição de quem prometer mais “benefícios” – que serão pagos por estes mesmos miseráveis, em cada quilo de feijão que comprarem.

– Pequenas e médias empresas que conseguirem escapar da falência estarão endividadas, sem condições de investir e ameaçadas pela justiça do trabalho e MPT. Muitas destas empresas serão absorvidas pelos amigos do governo, que sempre estão protegidos das crises.

– Os aumentos de preços inevitáveis em uma situação de oferta reduzida e demanda estimulada provavelmente se transformarão em inflação, porque o governo dificilmente resistirá à tentação de fabricar dinheiro.

– O país, que já não produz praticamente nada além de soja, milho, carne e minério de ferro, se tornará ainda mais insignificante e dependente no comércio mundial, graças à sistemática política estatal de dificultar a vida de quem quer produzir alguma coisa.

– Nos lugares onde os prefeitos e governadores tomarem gosto pelo despotismo, veremos prateleiras vazias, comércio fechando, miséria avançando, sempre com o aplauso de alguns que gostam de acreditar que políticos sempre estão certos e sempre querem o bem do povo.

Vou encerrar como uma reflexão histórica: nos séculos passados, o maior inimigo dos tiranos era a chamada burguesia (burguês é quem mora no burgo, isto é, cidade). Antes disso, a sociedade tinha os poderosos (os nobres e a igreja) de um lado, o povo miserável de outro. Trabalhando de sol a sol, o povo analfabeto não tinha como pensar em mudanças – estava mais preocupado em não morrer de fome. O progresso do comércio e da indústria criou o que hoje chamaríamos de classe média, pessoas que conseguem um padrão melhor de vida por seus próprios esforços, não por favores políticos. Foram estas pessoas que não se conformaram em ver os poderosos tomarem parte de seus ganhos apenas porque podiam e porque “sempre foi assim”.

Hoje, muita gente que bate no peito e se orgulha de ser “contra os ricos” está fazendo exatamente o que os poderosos gostariam: acabando com a burguesia (que para eles virou palavrão). A sociedade ideal para estes descerebrados tem os ricos e poderosos de sempre no topo e os pobres trabalhando na parte de baixo, esfomeados e ignorantes demais para serem perigosos. No meio, uma classe média que não tem empresários, empreendedores e profissionais autônomos, mas apenas funcionários públicos, submissos e obedientes ao governo que os paga, e portanto também inofensivos.

A alienação do passado costuma ser mostrada na fala de Maria Antonieta: “mas se o povo diz que não tem pão, porque eles não comem brioches?”.

O equivalente do presente é algo como: “Gente, tem que ficar todo mundo em casa. Pede uma comida pelo iFood, assiste um filme no Netflix, e paga as contas pelo app do iPhone.”

15 pensou em “PARA ONDE VAMOS

  1. C aro Marcelo, concordo em essência com o que está em sua coluna.

    A divergência é quanto ao que está colocado no primeiro parágrafo.

    Ditadura é o que há na China, na Coreia do Norte, Venezuela e Cuba.

    Uma pessoa ou um partido manda e o resto obedece. Opressão total.

    No Brasil hoje há uma tentativa grave de subversão da ordem democrática.

    Dória fala em combater o “Bolsovírus”, mais tira todo o poder do Governo Central, prefeitos e governadores fecham estradas, aeroportos, prendem pessoas nas praças. Tudo isso com o beneplácito do STF, que apoia esta bagunça toda.

    Quando em um barco cada um rema para um lado, este não sai do lugar. Pior quando o barco está afundando e há um motim contra o Capitão.

    Se houvesse uma ditadura seria outra coisa, pois haveria um só comando.

    Estamos chegando perto do 142, se é que v. me entende.

    • Pois é, João. Vendo por esse lado, fica ainda pior. Uma ditadura tradicional, com comando único, ainda pode fazer coisas certas. Coréia, Venezuela e Cuba não fazem, mas a China, bem ou mal, transformou um país devastado pelo doido do Mao em uma potência industrial (tem o Vietnã, que também é ditadura e também está com a economia bombando).

      Nós estamos ficando parecidos com a república velha (antes de 1930), onde cada prefeito mandava e desmandava na “sua” cidade, e o governo federal (desde que não mexessem com seus interesses) não estava nem aí.

      • Marcelo, eu gosto do debate porque você tem excelentes ideias e proposições. Mas, pergunto: Existe ditadura boa? A humanidade avançou onde sempre foi livre, quando fracassou e acertou com liberdade. As decisões dos tecnocratas são em gabinete e nada como o “mercado” para validar os experimentos. A China é um mistério em muitos aspectos, o crescimento foi orientado de cima para baixo e existem “ativos” superavaliados. O lastro da divida é em parte oco. Não existe transparência, os números não são confiáveis. Quantas Transamazônicas existem por lá? E o estoque de residências sem comprador?
        Winston Churchil dizia que o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o ânimo. Isso é a democracia.
        Eu entendo que não existe boa ditadura.
        Quanto a descentralização, eu defendo isso com o mesmo entendimento do Ministro P Guedes, quanto mais próximo do cidadão o dinheiro e a decisão, melhor para cuidarmos do nosso “condomínio”. O ambiente ideal, no meu entender, seria os recursos subirem dos municípios para os estados e a União. No caminho inverso. Sei que é uma mudança enorme e um redesenho quase impossível, mas, esse eu vejo como o caminho correto. Mais Brasil e menos Brasilia
        Meu abraço

  2. “Os aumentos de preços inevitáveis em uma situação de oferta reduzida e demanda estimulada provavelmente se transformarão em inflação, porque o governo dificilmente resistirá à tentação de fabricar dinheiro”
    Isso é a panaceia que os governos todos querem para reduzir o estoque impagável de dívida. Uma inflação controlada com juro real negativo e a dívida sendo desintegrada lentamente. Sem nenhum confisco ou calote explicito. Inflação controlada é possível?
    A bomba está criada, não sei quando irá explodir. Mesmo com todos os BCs atuando em conjunto. As moedas nacionais, no meu entender, poderão virar o “mico”, aquilo que você precisa passar adiante antes de virar pó na sua mão. Teremos as bolhas nos títulos, imóveis, inflação, um processo descontrolado de perda de valor das moedas mais tradicionais.
    Melhor ter ações do que Reais, Dólar, Euro, Peso Argentino etc

  3. Nossa moeda já virou mico! Só não nota quem não quer.

    Saímos de uma cotação de R$ 3,60 para os atuais R$ 5,25 em menos de um ano, e continua subindo acelerado. Onde isso vai parar? Ninguém sabe.

    E isso é ÓOOOOOOOOOTTTTTTIIIIIIIIIMMMMMMMMOOOOOOO!

    Quero ver os bregas brasileiros irem “postar selfie” em Paris ou na Disney agora. ahahahahah

    • Estamos a 5,25? Então estamos bem, pois a vizinha e peronista Argentina já está na cotação onde 1 dólar equivale a 100 pesos.

    • Essa desvalorização do Real é consequência da perda de confiança nesse governo que prometeu uma coisa e está entregando outra. Uma pena que muitos brasileiros, com o Real assim desvalorizado, não terão a chance de aprender viajando para o mundo desenvolvido e tirar sef onde as pessoas são civilizadas.
      O Marcelo tem insistido aqui que moeda é confiança no emissor. Menciono sempre o Bitcoin, um animal pouco usado, pouco conhecido que vale US$ 7.000,00. Não tem lastro nenhum que não seja um sistema bockchain que os usuários confiam. Não tem atrás nenhum ativo, ouro, óleo, terra, nada, apenas confiança. O fato do real ter se desvalorizado quase 40% desde que Bolsonaro assumiu o cargo e simplesmente esqueceu seu discurso de posse passando a demonstrar pouco compromisso com aquilo que os eleitores e investidores externos (já que estamos falando de câmbio) esperavam, deu início a esse processo que poderá causar danos irreparáveis na cadeia de produção.
      28/10/2018 – “Liberdade é um princípio fundamental. Liberdade de ir e vir, andar nas ruas em todos os lugares desse país, liberdade de empreender, liberdade política e religiosa, liberdade de fazer, formar e ter opinião” – O presidente Jair Bolsonaro ordenou, nesta quinta-feira (31/10/2019), o cancelamento de todas as assinaturas do jornal Folha de S.Paulo nos órgãos do governo federal e ameaçou veementemente seus anunciantes, em mais um capítulo de seu confronto com a imprensa.
      28/10/2018 – “Um Brasil de diversas opiniões, cores e orientações” – Procura-se um Ministro para o STF terrivelmente evangélico
      Dou apenas dois exemplos bem fáceis de entender que entre compromisso de campanha e a ação atual existe uma contradição flagrante. Bolsonaro abandonou as reformas constitucionais capazes de trazer a confiança de que estaria compromissado com o que discursou no dia da vitória.
      Bolsonaro é bolsonaro e mesmo assessorado por gente capaz, preferiu trocar o projeto de Brasil Grande, Discurso da Vitória em 28/10/2018, pela política pequena de eterno deputado sindicalista que precisa agradar o seu curral (militares, evangélicos caminhoneiros, milicianos). Está perdido, ainda não percebeu que seu curral só garante a vaga de deputado que é o que ele poderá ter no futuro.
      Nós perdemos a oportunidade transformar o Brasil com um programa que pensávamos seria implementado pelo anti-PT. Bolsonaro é anti-progresso, é um tapado que não enxerga um palmo na frente do nariz. Disso nós todos sabíamos, mas acreditamos que ele falava a verdade durante a campanha. De tanto repetir João8:32.

  4. Que maldade, Adônis. Para que tanto ódio nesse coraçãozinho?

    Falando sério, quero ver os brasileiros descobrirem que quase tudo que eles consomem depende de insumos importados e cotados em dólar.

  5. Eis o fecho pefeito de um texto brilhante:A alienação do passado costuma ser mostrada na fala de Maria Antonieta: “mas se o povo diz que não tem pão, porque eles não comem brioches?”.

    O equivalente do presente é algo como: “Gente, tem que ficar todo mundo em casa. Pede uma comida pelo iFood, assiste um filme no Netflix, e paga as contas pelo app do iPhone.”

    Gente, tem que ficar todo mundo em casa. Texto que sai com extrema facilidade da boca de pessoas que jamais pisaram nos milhares de bairros pobres deste CONTINENTAL BRASIL, onde pequenas, muito pequenas moradias humildes abrigam 10 ou mais pessoas em espaços onde muito mal viveria um casal. ´Comunistas de i-phone e a nossa esquerda caviar, mauricinhos e patricinhas ao estilo doriana são pródigos em DESCONHECER o país em que vivem. Falam muito em povo, mas QUANTOS DELES viveram em uma comunidade pobre? Quantos deles ganharam o pão com o suor dos próprios rostos? Quais deles tiveram que ir à noite para fora da tapera dar uma caggacinha? Quais deles sabem que água é luxo para pessoas que crescem na periferia de qualquer cidade deste país? Coleta de lixo é luxo, água tratada é sonho, comida na mesa é raro, saneamento básico o povão nem desconfia o que seja. Enquanto pedem comida pelo iFood, assistem filmes na Netflix, e pagam as contas pelo app do iPhone, fingem que se importam com o tal POVO BRASILEIRO. São apenas e tão somente um bando de hipócritas. Eu, que nasci em uma dessas cidades (na verdade, um distrito), que era tão pobre, mas tão pobre que antigamente tinha o nome de DESENGANO, sei o que é ser pobre e sei que só podemos VIRAR O JOGO SE, E SOMENTE SE: ganhar na mega sena, arrumar um casamento rico, descobrir que somos filhos de algum ricaço que teve um caso com nossa mãe, se tornar jogador de futebol famoso ou ESTUDAR COM AFINCO para ter uma profissão que irá alçar o pobretão ao status de classe média, com um salário digno para o sustento da prole. O resto é blá, blá, blá…

    • Exatamente, Sancho. E todos eles sabem exatamente “o que o povo quer”. Só que este povo de quem eles falam não tem nome, não tem endereço, não tem vontade própria. É um povo virtual. Como vc disse, eles nunca viram um pobre de perto.

      E se quiser deixar um mauricinho doriana destes putinho da vida, mostre um pobre que se esforçou e conquistou alguma coisa com seu esforço. Vai ser xingado de burguês, de egoísta, de ganancioso, de “vendido ao jogo da direita”, de traidor da classe. Pobre para eles só serve para trabalhar muito, ganhar pouco, receber esmola do governo e votar na esquerda.

      Por último: deixando de lado mega-sena ou futebol, não é tão difícil ser classe média: é estudar com afinco, como vc disse, e aprender uma profissão. Conheço empresários que, ao contrário do que eu fiz, ainda não desistiram. Segundo eles, um bom soldador ou torneiro mecânico, ou qualquer técnico de manutenção que saiba o que faz, ganha muito bem e escolhe serviço. Mas tem que ter vontade de trabalhar, coisa que a maioria dos nossos jovens foi ensinada a não ter.

      • Prezados Marcelo e Carlos Eduardo,

        Com todo o respeito e admiração que tenho pelos senhores, permitam-me dizer que não é bem assim não!

        Apesar de haver um componente volátil ligado à credibilidade de uma moeda, não é nem de longe apenas isso. Tem muito mais carne debaixo desse angu.

        Para não encompridar muito a conversa, direi apenas que um dos principais fatores a definir o valor relativo de duas moedas é a produtividade das respectivas economias. Alguns autores, como Michael Porter, chega a dizer que este é O ÚNICO FATOR, no seu livro ESTRATÉGIA COMPETITIVA DAS NAÇÕES.

        Quando Deng Xio Ping assumiu o comando da China, uma das suas primeiras providências foi desvalorizar brutalmente o yuan. Saiu de uma condição de quase paridade (um para um), para uma cotação de mais ou menos 12 por um. Este ato visava tornar os produtos chineses irresistivelmente competitivos no mercado internacional. Eram de baixíssima qualidade e semi-artesanais mas, o preço era tão ínfimo, devido a esta cotação da moeda, que inundaram todos os mercados onde entraram. Depois, à medida que a produtividade dos fatores de produção foi melhorando, através da curva da experiência, investimentos em infra-estrutura, equipamentos, tecnologia, qualificação da mão de obra, etc… foram deixando a cotação ir se fortalecendo passo a passo com os ganhos de produtividade. Chegou a 6 Yuans por 1 dólar. Hoje, com a valorização recente do dólar, está um pouco acima de 7 por um.

        Já no Japão, ocorreu um fenômeno interessante, só que na direção contrária. O Yen era cotado a mais de 300 para um dólar. Empresas japonesas inundaram o mercado americano de automóveis. Para combater essa invasão, Richard Nixon optou por desvalorizar a moeda americana, mesmo tendo de renegar o lastro em ouro, conforme a convenção de Brenton Woods, depois da 2a guerra, que fixou esta cotação e colocou o dólar como a moeda mundial. A desvalorização que ele deu foi de maneira a tornar os preços dos automóveis japoneses mais caros que os americanos. Só que, a cada desvalorizada que ele dava no dólar, os japoneses faziam uma campanha nacional para darem ganhos de produtividade e reduzirem os custos dos automóveis que produziam, de modo a mantê-los competitivos. Quando a cotação chegou abaixo de 100, a moeda japonesa estava valendo três vezes mais. Foi a hora de sairem comprando a Sony Pictures, o Rockfeller Center, e mais uma porção de ícones da cultura americana. De quebra, instalaram imensas fábricas de automóveis NO TERRITÓRIO AMERICANO e morderam mais de um terço do mercado.

        Então:
        O fato de ser 100 yenes por um dólar, igual ao peso argentino, NÃO QUER DIZER NADA.
        Depois: Se quisermos retomar papel significativo na arena internacional dos produtos de alto valor agregado, teremos de passar por esse inferno astral.

        Não é ódio meu contra a breguice da classe média não, Marcelo,

        • Meu caro professor Adônis, a admiração é recíproca. Mesmo quando o Professor range os dentes de raiva e isso não é raro, não deixamos de entender que tem uma razão para isso. Razões para ficar aborrecido não faltam aqui nessa nossa terra.
          Sobre o nosso debate do que move as moedas, o seu argumento carece de uma explicação: “Para não encompridar muito a conversa, direi apenas que um dos principais fatores a definir o valor relativo de duas moedas é a produtividade das respectivas economias”
          Por que as pessoas pagam US 7.000,00 pelo Biticoin? Não tem nenhuma economia produtiva atrás dele.
          O ouro é uma quase moeda. Seu preço não é determinado pelo valor de elemento químico e sua utilidade industrial. Vale pela confiança como reserva de valor e a aceitação nos mercados.
          Professor, são tantas as explicações para o valor de troca das moedas, cada um escolhe a que melhor lhe servir. Por isso os preços flutuam. A beleza e a garantia de sucesso da economia é exatamente a possibilidade de troca de ativos, de mudança nos preços relativos segundo a procura e a oferta. Os que pensam que fixar preço é solução nunca tiveram sucesso, mas nunca vão desistir.

          • Caro Carlos Eduardo,
            A extrema cortesia e lhaneza dos colegas fubânicos é o que mantém o controle sobre o Mr. Hide que mora em mim.
            Mais uma vez, muitíssimo obrigado e parabéns pela sua crônica de hoje. Está simplesmente FANTÁSTICA!!!!!

            Quanto ao valor das moedas, creio que o senhor está coberto de razão. O que define o valor das moedas no mercado, e até o ouro, são fatores extremamente voláteis e, normalmente, ligados a uma abstração subjetiva chamada CONFIANÇA.

            Só que… (Economista adora colocar a argumentação de forma alternativa) , no longo prazo e levando AO LIMITE, o que define o valor relativo de duas moedas é a produtividade das duas economias. Veja-se as teorias de Vantagem Comparativa de David Ricardo.

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