Na tragédia que está vitimando os irmãos gaúchos, uma providência imediata e duradoura deveria ser adotada pelos setores da Saúde Pública RS: a execução imediata de políticas bem planejadas de combate às depressões pessoais, familiares, empresariais e comunitárias que muito beneficiariam a continuação de uma consistente reconstrução estadual.
Muito desejaria que todos adotassem alguns procedimentos, preventivos e curativos, favorecendo amanhãs riograndenses promissores psiquicamente. São apenas sugestões de um nordestino que se solidariza fortemente com todas as situações depressivas da gente riograndense, convicto de que a solução dos incômodos sociais e econômicos está embasada na união de todos, sem medos nem ódios, racismos e antissemitismos, sem sectarismos ideológicos, fundamentalismos religiosos e regionalismos idióticos, além dos sintomas outros que apenas deprimem e estonteiam famílias, classes sociais, partidos políticos e instituições empresariais. Ei-los, sem a intenção de torna-los únicos:
a. Tenha a certeza de que você deve deixar de se angustiar em primeiro lugar, posto que em você se encontram os recursos para sua própria autocura.
b. Estruture-se cognitivamente, capacitando-se para o enfrentamento das atuais e futuras adversidades, sempre analisando suas causas e vislumbrando/debatendo alternativas de solução.
c. Assuma o propósito de manter-se esforçado na manutenção de sua saúde integral, corpo e alma, buscando sempre ser solidário com os mais desfavorecidos dos seus derredores, familiares ou não.
d. Nunca condicione a fruição de alguma felicidade à cessação completa dos seus atuais problemas. Os fatos passados, pessoais e comunitários, muito auxiliarão na busca por uma felicidade sempre conjuntural.
e. Reconheça cotidianamente a necessidade de combater as atuais aflições, admitindo que a sua fragilidade emocional contribui para o abatimento dos seus derredores.
f. Seja humilde sem sofrer humilhações e explicitar vitimismos, tampouco sem uma autopiedade destrutiva e nada empreendedora.
f. Discipline-se no sentido de encontrar tempo, disposição e local para a busca do autoconhecimento e das causas dos atuais problemas, seus e dos seus derredores.
g. Busque sempre entender as atuais situações emergenciais, sem estressar-se, preocupando-se em encontrar as soluções instantâneas, ainda que não sejam as ideais.
h. Nunca deixe de, diariamente, buscar orientações sadias nos seus Entes Sagrados Superiores, potencializando seus recursos d’alma, que aguardam a oportunidade de desenvolvimento.
i. Nunca se desmotive, buscando ser emocionalmente cada vez mais amadurecido.
j. Cuidado com as notícias alarmantes dos noticiários televisivos, muitos dos quais apenas buscam o sensacionalismo barato e fétido. E muito cuidado com as estatísticas fantasiosas, que assustam e nada esclarecem.
j. E recorra sempre a um especialista, caso se sinta insuportavelmente depressivo.
No mais, sejamos todos disseminadores de três ideias de um escritor luso, Prêmio Nobel, que era agnóstico e tinha uma ética pessoal irrepreensível, de nome José Saramago, um cidadão pleno. Ei-las:
– “A grande sabedoria é ter um sentido relativizado de tudo. Não dramatizar nada.”
– “Não creio em Deus e nunca tive crise religiosa. Mas não posso ignorar que, embora não seja crente, minha mentalidade é cristã.”
– “Ressuscitar Marx? Não. Vivemos um outro tempo. É preciso algo mais imaginativo que a simples indignação – que é legítima – para mudar as coisas.”
No mais, gente amada gaúcha, é seguir adiante, enfrentar os percalços trágicos, reconstruindo a vida estadual, mantendo suas legítimas tradições, maragatos, chimangos e outros ideários, sempre sem medos e sem ódios, com chimarrão, churrasco, arroz carreteiro e muita fé de Jó nos amanhas riograndenses de um Brasil de todos nós.
Gracias, Fernando A. Gonçalves. Suas palavras são um lenitivo para a alma.