A PALAVRA DO EDITOR

No Panteão da Pátria, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, encontraremos o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Trata-se de um livro com páginas de aço onde estão os nomes que entraram para a história do país, mediante aprovação do Congresso Nacional.

Livro de Aço do Panteão da Pátria

Os critérios que possibilitaram a inclusão na relação de heróis e heroínas ali constantes foram subjetivos e variaram de acordo com a época. Talvez, alguns dos nomes oficiais ficassem fora do livro de aço se observados parâmetros atuais.

Dentre os 43 heróis, apenas seis são mulheres: Anna Nery (2009), Anita Garibaldi (2011), Bárbara Pereira Alencar (2014), Clara Filipa Camarão, Jovita Alves Feitosa e Zuleika Angel, a Zuzu Angel, em 2017.

Foram homenageados três grupos de pessoas integrantes da Conjuração Baiana e da Revolução Constitucionalista, ambos adicionados em 2011, e os da Batalha dos Guararapes, em 2012 – o ano citado entre parênteses corresponde ao da data de inclusão do homenageado ou grupo de homenageados no Livro de Aço.

Os demais heróis são personalidades com atuação em diversas áreas, variando desde os movimentos pro-independência, passando por ações em batalhas na salvaguarda do nosso território, na política, na literatura, na música, na tecnologia, na medicina, na defesa do meio ambiente, etc.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, inaugurou o livro em 1992; na sequência, constam Zumbi de Palmares (1997), Deodoro da Fonseca (1997), D. Pedro I (1999), o Duque de Caxias (2003), o Marquês de Tamandaré (2004), o defensor da Amazônia, Chico Mendes (2004), Francisco Manoel Barroso, o Barão do Amazonas (2005), Santos Dumont (2006), José Bonifácio e Frei Caneca, em 2007.

Constam ainda o Brigadeiro Antonio de Sampaio (2009), o guerreiro indígena Sepe Tiaraju (2009), o padre José de Anchieta e Getúlio Vargas, em 2010; Heitor Villa Lobos (2011), Joaquim Nabuco (2014), marechal Cândido Rondon (2015), Machado de Assis e o maestro Carlos Gomes, em 2017. Em 2018, o escritor Euclides da Cunha.

Integram também o Panteão da Pátria, Manoel Luís Osório (2008), Ildefonso Correia, o barão de Serro Azul (2008), Hipólito Furtado de Mendonça (2010), Júlio César Ribeiro (2011), Domingos José Martins (2011), padre Roberto Landell de Moura e Caio Vianna Martins, em 2012.

Na sequência da lista constam Leonel Brizola (2015) – considerado um grande nome da esquerda e do movimento trabalhista brasileiro; o líder das ligas camponesas na Paraíba, João Pedro Teixeira; José Feliciano Pinheiro, fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro-IHGB; Joaquim Francisco da Costa, e Luiz Gonzaga Pinto da Gama, escritor e intelectual atuante no movimento abolicionista brasileiro, todos em 2018.

Trata-se, repito, de relação causadora de controvérsias múltiplas, porquanto a honra e importância de nela aparecer. Exemplo: a ausência de D. Pedro II. Feito imperador com cinco anos de idade, ele não teve infância porque viveu estudando para bem servir ao país. Reinou durante 49 anos. Deposto, levou de lembrança um travesseiro cheio de terra do Brasil. Nele apoiou a cabeça ao ser enterrado, em 1891.

Também esquecida foi a sua filha Isabel, a Redentora. Devemos a ela, as promulgações das leis do Ventre Livre e Áurea, essa última, em 1888, extinguindo a escravidão no país. Faleceu aos 75 anos, em 1921. A princesa e o pai repousam no Mausoléu Imperial, na Catedral de S. Pedro de Alcântara, em Petrópolis, Rio de Janeiro.

5 pensou em “OS 43 HERÓIS BRASILEIROS

  1. Causa asco, sem dúvida alguma, a inserção de nomes como a tal de Zuzu Angel e João Pedro Teixeira no Panteão da Pátria, fazendo-os figurar ao lado de figuras verdadeiramente icônicas de nossa história, verdadeiramente merecedoras de todo nosso respeito e homenagens.
    Causa mais espécie, ainda, a omissão de D. Pedro II, verdadeiro arquiteto da Nação Brasileira, hoje tão desfigurada, pela ação deletéria de verdadeiros sicários, cujo objetivo foi o de se locupletarem dos nossos bens materiais e culturais, como temos visto.
    Infelizmente já passou da hora de corrigirmos essa lacuna, mas não podemos perpetuá-la.

  2. É lamentável a ingerência política ocasional numa escolha de tamanha importância para a memória da nação. Acredito que a inclusão de variados personagens elevadas ao galhardão de heróis e heroínas do Brasil, não coincidem com a aceitação da maioria do povo da pátria-mãe.

  3. Ao incluir quem lá não merecia estar, perdeu toda a relevância tal “livro”.
    Maldita ingerência política ocasional numa escolha de tamanha importância…
    Temos lá Zuzu e não temos Pedro II.

    Qualquer relação de notáveis brasileiros sem a inclusão do Pedrão não pode ser levada a sério.

  4. Qualquer tipo de homenagem oficial estará sempre atendendo os interesses de quem está no poder. A história é escrita (e reescrita) pelos poderosos. A ingerência política não é “ocasional”, ela é a própria razão de ser deste tipo de iniciativa.

    De minha parte, como não tenho político de estimação, preferiria que coisas como esse livro simplesmente não existissem. Heróis, se realmente precisam existir, devem ser aclamados pelo povo, não pelos nobres deputados e excelentíssimos senadores.

    Apenas para exemplificar sobre os nomes citados: D. Pedro II e sua filha deram ao Brasil a marca indelével de ser o último país das Américas a abolir a escravidão, e ainda vamos chamá-los de “heróis” por isso?

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