CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

Em janeiro de 2024, este colunista ao lado do busto do amigo Joaquim Francisco

Opa é a interjeição que geralmente é utilizada para reagir a algo que foi dito ou feito, seja de forma positiva ou negativa, mas sempre para expressar a ideia de surpresa ou espanto, segundo o dicionário “Aurelião”.

Opa, “peraí”!!!… é expressão costumeira para se solicitar uma parada na conversa. Quem, em alguma oportunidade, já não pronunciou esta frase?

Quando bancário ouvi essa expressão, mas se referia a uma atitude do “patrão”, ao criar, nos idos de 1962, um modelo que oferecia aposentadoria antes dos 30 anos de serviço, a fim de aliviar o Quadro de Funcionários.

A moçada, porém, titulou a Portaria (CIC 2316) de maneira pitoresca, como: “OPA – Operação Para Aposentadoria”.

Muitos aproveitaram e encheram suas contas/correntes de dinheiro e “caíram fora” admitindo que passariam de empregados a empregadores. Mas, poucos aproveitaram a oportunidade, aplicando os valores da indenização de forma adequada. Alguns “quebraram a cara”.

O fato é que a grande divulgação daquela oportunidade de pegar numa “grana preta”, se ampliou em termos de Comunicação Social, face à sigla: OPA.

Mas, o fato é que os funcionários que já haviam chegado aos 20 anos de serviço, em sua maioria, se acautelaram e permaneceram até os 30 anos – como este cronista – para se guarnecer das “intempéries econômicas” que poderiam vir a enfrentar. Motivos havia.

Foram precavidos, pois já naqueles anos os Bancos vinham sofrendo com os resultados da Reforma Bancária.

O Banco do Brasil perdeu a “Conta Movimento” para o Banco Central, formaram-se os “Conglomerados de Bancos” e muitas instituições se agruparam, de forma que os as Cooperativas e os Bancos menores foram sendo engolidos pelos chamados “Grupos Financeiros.”

No meu caso particular, ao lembrar-me da sigla, foi um pouco diferente.

Estive no Parque da Jaqueira, no Recife, este mês, em missão profissional, para fotografar o busto do saudoso amigo Dr. Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti, ex-Prefeito, ex-ministro e ex-Governador de Pernambuco, quando o fotógrafo aproveitou para uma gentileza e me clicou.

Fiquei, respeitosamente, ao lado do falecido, como quem está desejando ser estátua. Parece que convoquei meus amigos que estão “no andar de cima” para virem me buscar, pois, aos 88 anos estou habilitado à transferência para um novo mundo.

Em função disso, no dia 12 deste ano, já comecei “fazendo turismo” num hotel-hospital português, durante seis dias, tempo em que os médicos, através de exames rigorosos, procuraram saber porque havia ocorrido um segundo curto-circuito na minha cuca, que a ciência chama de “Isquemia Cerebral Transitória.”

Meu amigo Dr. Garibaldi Quirino me disse que essa ocorrência era um termo médico que designa a presença de um fluxo de sangue e oxigênio inadequado a uma parte específica do organismo, podendo ocorrer em qualquer lugar como o coração, cérebro, membros, intestinos, olhos e habitualmente de um estreitamento ou bloqueio das artérias que alimentam a área afetada.Em meu caso, o cérebro.

Por conta disso, os médicos me detiveram no Hospital Português, durante uma semana e quando fui liberado me lembrei da interjeição que se usa para expressar surpresa ou espanto:

Êpa não chegou meu tempo ainda não!… Peraí!…

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