ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

Minha área de formação é Estudos literários, da qual tenho o orgulho e faço alarde. Menasmente que isso, eu já fico encorujado, fazendo beiço de sapo cururu. Mas, também, sou do tipo esquelético – aquele tipo de pessoa que tem várias “perferenças”, lendo desde contos da carochinha, até mesmo aquela lei da Relatividade, inventada por aquele velhinho de língua de fora, o Frankstein.

E, pegado pela curiosidade, estava lendo sobre uma antiga doença humana, talvez, uma das mais antigas e que os russos a descreveram com bastante cuidado e lhe deram o nome de Okhunempishka. Pelo que eu entendi do trabalho do pesquisador, essa doença é inerente a todo o ser humano, embora a Organização Mundial da Saúde relute em classificá-la no CID – Código Internacional de Doenças -, mesmo havendo toneladas de provas da existência dela.

Pelo relato da pesquisa, a doença Okhunempishka se parece muito com um mal súbito que acomete a pessoa de situação de alto estresse, principalmente quando se depara com situações que colocam em risco a vida, a integridade física, ou mesmo a idoneidade moral da pessoal. Pelo que eu entendi, essa doença é desencadeada pela inundação do corpo com adrenalina, mas, em doses tão elevadas que os sintomas e a doença aparecem.

A descrição dos sintomas fisiológicos da doença é muito longa e usa muitos termos técnicos, e eu não vou ficar caceteando esta nobre Audiência com termos latinos e nomes complexos da fisiologia humana, pois isso seria impingir um sofrimento demasiado, ainda que este texto tenha a intenção de informar e esclarecer, como aliás, é a filosofia da nobre gazeta da qual faço parte como colunista. Então, vou apenas relatar, de segunda mão, alguns casos coletados pelos pesquisadores russos sobre a sintomatologia – olha eu tentando empurrar termo técnico para a nobre audiência -, os sintomas da doença. Reproduzo aqui, de maneira literal o que li no artigo dessa revista.

Caso 1 – o sujeito foi fazer um safári no Quênia, caçar leões, segundo informa o artigo, mas esqueceu-se de acender fogo durante à noite. Alta madrugada, movido por incontida vontade de verter água, saí da barraca e dá de cara com um puta leão na boquinha da tenda. Os ombros relaxam, as pernas travam, a garganta fica seca, o coração dispara, os olhos esbugalham…. pronto, a doença se manifesta: Okhunempishka!

Caso 2 – Homem casado, seis da tarde, sai, todo feliz do quengário que ele frequenta sempre às quintas-feiras, tropeça e cai em cima da esposa que está voltando de uma novena de Santa Engrácia. Manifestação imediata da doença. O sujeito, com a braguilha ainda aberta, tenta gaguejar alguma desculpa, mas Okhunempishka…. e a confusão em casa está armada.

Caso 3 – o moleque está em casa, trancado no quarto, com um amiguinho e uma amiguinha. Depois de várias batidas na porta, o moleque olha pela janela e vê a mãe com aquele olhar de sargento de cavalaria reformada olhando para ele. As pernas amolecem, a voz some e…. okhunempiskha… a doença se manifesta de imediato.

Esses três casos relatados no artigo que li nessa revista russa – não se preocupem, tem versão dela em português. E, eu, como todos sabem, não sou inventeiro e nem potoqueiro. Só não vou mostrar a cobra morta aqui, porque senão o texto ia ficar pesado demais para ser publicado. Mas, esse texto pode ser lido na “infernet”, basta ir no site de busca e pesquisar sobre essa doença.

Mas, o que mais me chamou atenção é que, para raparigueiros, candongueiros, gente de índole safadosa, essa doença é mais comum. Isto é, segundo a pesquisa que li. Mas também, não quer dizer que ela não afeta outras pessoas. O gatilho que dispara a doença, ainda segundo a pesquisa, não é totalmente conhecido, mas aponta haver uma relação entre a sem-vergonhice mais deslavada e a mentira mais rombuda. Aliás, segundo o chefe da pesquisa, neste ano de 2020 será muito comum a manifestação dessa doença aqui em Pindorama, já que em ano eleitoral vai ter muito “verdinho” – só para ser politicamente correto, uma única vez -, apresentando todos os sintomas e a doença em si, quando sair para pedir voto pelas casas e for confrontado com as mentiras e lorotas.

Mas, eu fico cá, na minha casa, coçando a carcunda dos meus cachorrinhos e torcendo para que a doença Okhunempishka possa ser classificada pela Organização Mundial da Saúde como moléstia que ataca o mundo todo.

5 pensou em “OKHUNEMPISHKA

  1. Impossível não rir. Até que tentei…

    Fiquei aqui a imaginar uma situação em que o cabra é inocente, mas vai sentir os mesmos sintomas da doença. Vejamos:
    Pede um amigo de infância que Goiano leve urgentemente remédio em seu local de trabalho, onde é recepcionista. Dá o endereço. Goiano, muito solícito, corre até o local, entrega a medicação e ao sair dá de cara com a turma do JBF, que havia marcado reunião em bar próximo ao local. Assustado com a cara de todos, olha o nome do estabelecimento: é uma sauna gay.

  2. Foi dessa doença que o Berto foi acometido quando achou que ia ter de dar conta da virgindade da Sancha. Em espanhol se chama Tallaprego.
    Abs

  3. Na minha infância, lá nos confins da gerais, os sintomas dessa tal okhunempishka, era conhecido como paúra ou melhor dizendo, reação dos cagões ..

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