DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

Um microconto

Certa noite, eu já deitada, perdida em meus pensamentos a embalar-me numa rede…

Eis que de repente, não mais do que de repente, toca insistentemente o telefone em sua base fixa, preguiçosamente levanto-me para atender.

Sonolenta pego o aparelho e me surpreendo:

– Alô, quem fala?

– Aqui, é a amante do seu marido!

Nessa hora tive vontade de rir e quase gargalhei, mas compenetrada respondi:

– Olha, querida, se fosse a esposa do meu amante eu até te daria um papo, mas…

Desliguei o telefone, voltei para meu ócio noturno, com o pensamento em novas e emocionantes tardes…

6 pensou em “O TROTE

  1. Dalinha, sempre balan;ando na rede. Tacando o p[e na parede para pegar impulso, enquanto olha para os caibros do telhado para ver se a ~briba~ vai cair.

    • E já vi cair, Seu José: ” Lá de cima do telhado/ caiu uma lagartixa/ É carne que não se come/ É couro que não se espicha/ E mulher que andar de saia/ Tenha cuidado com a bicha”

  2. Parabéns, querida poeta e declamadora Dalinha Catunda, pelo excelente microconto.

    Adorei a resposta hilária e genial, que você deu à “passadora de trote”, que quis lhe perturbar….kkkkkk. Bom demais!!!

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