J.R. GUZZO

As manifestações públicas contra o presidente Jair Bolsonaro, contra seu governo e contra os “atos antidemocráticos”, convocadas para este fim de semana, foram um fiasco de primeiro grau. Aconteceu o pior: os organizadores chamaram o povo, e o povo não apareceu. O resultado é que conseguiram exatamente o contrário do que pretendiam. O inimigo, que deveria ser enfraquecido, saiu mais forte do que estava.

Em outra ocasião, o fracasso seria apenas um fracasso. Vindo logo depois de Bolsonaro ter enchido as ruas com as maiores manifestações desde as “Diretas Já” ou o “Fora Dilma” de 2016, foi um desastre com perda total. A culpa por isso é de um dos mais velhos e resistentes vícios da política brasileira: os donos das manifestações acham que são eles, e não os manifestantes, que têm o poder de lotar a praça. Dá nisso: se o povo não quer ir, podem ficar convocando a vida inteira que não vai acontecer nada.

O contraste patético entre os atos a favor de Bolsonaro, no dia Sete de Setembro, e as paupérrimas aglomerações da “oposição” deixam claro que o presidente, até agora, está com o comando das massas que vão para a rua. Seu grande adversário nas eleições de 2022, o ex-presidente Lula, não consegue nada parecido com o seu sucesso de público – por isso, aliás, não está querendo ganhar o jogo na Avenida Paulista, na Esplanada dos Ministérios ou na praia de Copacabana. Na derrota deste fim de semana, aliás, o PT nem quis se aliar aos organizadores, que ficaram falando sozinhos – mesmo porque, nas suas teorias, eles querem um Brasil sem nenhum dos dois, Bolsonaro ou Lula.

Movimentos que fizeram parte do comando das manifestações anti-Dilma e anticorrupção estão entre os organizadores dos atuais protestos em “defesa da democracia”; imaginam, como dito acima, que o sucesso de 2016 se deve a eles, e não ao povo brasileiro. É como o galo da fábula, que se convenceu que o sol só nascia a cada dia porque ele cantava. Sua causa, então, era diferente. É claro que colhem agora um resultado também diferente.

A esquerda e o PT, a mídia e os intelectuais, o “centro liberal” e quem mais se coloca na oposição ao presidente da República insistem em praticar o mesmo erro. Acreditam que o povo brasileiro só pode pensar igual a eles; quem não faz isso é “gado”. Não se conformam com a realidade; negam que multidões tenham se reunido para apoiar Bolsonaro. Mas então o que era aquele mar de gente vestido de verde e amarelo, com bandeiras do Brasil e gritado “mito”?

“Gado” inconsciente, irrelevante e irresponsável, diz a oposição. É um equívoco fundamental. O que os comandantes da guerra contra o presidente não percebem é que o “antibolsonarismo” não é, nem vai ser, uma causa popular no Brasil.

Enquanto não enxergarem essa evidência, continuarão a sonhar com as “pesquisas de opinião” que garantem que a popularidade de Bolsonaro “nunca esteve tão baixa” – justo no momento que fotos, vídeos e o testemunho dos participantes mostra as ruas tomadas por seus aliados.

2 pensou em “O FIASCO DE DOMINGO

  1. J R Guzzo fala com propriedade por ter assistido a escalada perversa da esquerda no Brasil desde FHC até Dilma Rousseff. Agora, por 8 anos, BOLSONARO está comandando o “direita volver” e os corruptos estrebucham porque perderam a boquinha. Durante esse tempo muitos parasitas morrerão e desocuparão a moita para os conservadores, se Deus quiser e Ele permitirá. Amém!

  2. Guzzo só erra quando fala que as manifestações de 07/09/21 foram as maiores, DEPOIS das de 10/04/1984 (diretas já – Candelária) e 16/03/2016 (fora Dilma).

    Eu estive nas 3, a do dia 07/09/21 foi a maior de todas, sem dúvida.

    No mais quem estava no dia 07/09 na Paulista, não estava lá só pelo Bolsonaro, era pela Liberdade, contra a qual alguns Ministros do STF, especialmente A. Moraes estava atentando.

    Quanto às pesquisas, é tudo o que restou às esquerdas.

    A imprensa precisa fazer triplos mortis carpados para dizer como alguém que, segundo as pesquisas praticamente eleito no 1º turno (Lulla), não consegue encher nem uma faixa da Paulista, mesmo dando frutas (banana, é sério) para seus apoiadores.

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