A PALAVRA DO EDITOR

Vamos mandar uma mensagem rápida ao passado. Ao passado recente, ali por volta de março de 2020. Só pra dizer a você aí de março de 2020 que aqui em janeiro de 2021 os malucos continuam decretando lockdown.

Não, não é brincadeira. Inglaterra, Alemanha, São Paulo… Se está dando certo? Adivinha. Se eles mostraram como funciona? Claro que não, bobo. Fique em casa senão você é um negacionista genocida e fim de papo. Sim, as áreas mais trancadas são as que têm mais óbitos (Bélgica, Argentina, Inglaterra…).

Não, não demonstraram nunca a barreira ao contágio supostamente erguida pela quarentena. Não, jamais propuseram uma política sanitária focada nos grupos de risco. O negócio é prender todo mundo.

Aí você pergunta, do seu mirante no já distante março de 2020: e os médicos? Respondemos aqui de 2021: o que tem os médicos? Você explica: estou perguntando pela medicina! Não há uma refutação acadêmica a esse instrumento bizarro (lockdown) fantasiado de certeza científica?

Não, querido antecessor. Não há refutação – pelo menos não em caráter institucional. Alguns falam isoladamente. O que há, de forma quase generalizada na classe médica, é uma complacência intrigante com a ideia de que vacinas desenvolvidas em seis meses sem tempo para verificar as reações orgânicas a médio prazo, especialmente nos mais vulneráveis, são a salvação da humanidade.

Se mais de 90% da população não correm riscos letais e os grupos mais vulneráveis são conhecidos, por que vacinar a população inteira, ainda mais de forma experimental? Resposta: para de fazer pergunta difícil. Entre num consultório médico e tente entender o que está acontecendo.

– Bom dia, doutor.

– Bom dia.

– Como vai?

– Vou bem, obrigado.

– Que bom.

– Tá quente demais, né?

– Muito, doutor.

– Saudade de esquiar.

– Ah… Imagino.

– Aqui nessa foto sou eu, minha mulher e meus filhos na Suíça.

– Certo.

– Fomos comemorar a conclusão do meu pós-doutorado nessa estação de esqui. Por isso a foto está ao lado do diploma.

– Ah, nem tinha reparado…

– Pois é, não fiz uma reprodução muito grande, pra não chamar atenção.

– Entendo. Então, doutor, a questão é que…

– Eu sei, eu sei. A gente não deve se envergonhar dos nossos feitos. Mas é que sou discreto, sabe? Low profile.

– Claro. Dá pra ver.

– E vou te confessar: eu não sou o melhor esquiador da família, não.

– Jura?

– Juro! Meu garoto mais velho é pentacampeão. Mas o caçula é muito bom também.

– Que bom. Deve ser a genética. Por falar em gene, estou preocupado com…

– Aí você falou tudo: é genética. Porque a minha mulher também esquia muito bem. Reparou no esqui dela na foto? Tínhamos acabado de comprar, presente de aniversário de casamento. Aliás, recebi o meu diploma de pós-doutorado no dia do nosso aniversário de casamento! Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não digo que foi o mais feliz, porque teve outros.

– Que bom, doutor.

– Você também esquia?

– Não, eu…

– Não sabe o que está perdendo. Se quiser posso te indicar um professor.

– Eu…

– O melhor. É meu amigo. Muito ocupado, mas se você disser que fui eu que indiquei ele arranja uma hora pra você.

– Obrigado. Eu vou…

– Eu também vou. Tenho que estar em meia hora sentado na mesa de um Congresso. E antes ainda tenho uma entrevista pra TV.

– Congresso?

– É, vou fazer uma palestra sobre a minha experiência clínica.

– Ok, doutor. Boa sorte. Não esquece o esqui.

Um comentário em “O FERIADÃO DA CIÊNCIA

  1. Guilherme Fiuza, quanto à notícia que dás de que os países que mais fazem lockdown, ou que mais rigores dão ao isolamento social, são os que têm mais óbitos por Covid 19, pergunta-se algo que é básico nas indagações da ciência:
    – Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

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