A PALAVRA DO EDITOR

Não leia se estiver de cabeça cheia

O nada não existe.

O que existe é a realidade, a realidade que é material.

A realidade é o Universo que existe, sempre existiu e não tem fim.

Não têm fim o espaço e a quantidade de mundos, de matéria.

E isso é tão intrigante que permite a existência de infinitos dentro do infinito: se o espaço é infinito, pode haver uma quantidade infinita de mundos dentro dele.

A nossa mente quer acreditar que “antes” existia nada e do nada surgiu alguma coisa.

Cientificamente, e até logicamente, é impossível que da ausência absoluta de qualquer coisa (o nada) algo possa ser produzido, por falta de matéria prima.

Tudo isso, pensado em termos, materiais, estritamente científicos, pode ter uma contestação no fenômeno Divino: Deus criou o mundo e ponto final.

Mas, se reduzíssemos todas as nossas questões às explicações religiosas, nada deveríamos perguntar, nem procurar, de modo que nos cabe manter a curiosidade, pesquisar e buscar saber o quanto nossa capacidade mental seja capaz de apreender e compreender.

A nossa confusão, de compreender o Universo, pode esbarrar logo no obstáculo da crença referida, de que “antes” não havia nada e em dado momento passou a haver alguma coisa.

Mas a realidade é diferente disso, porque a realidade é a realidade da existência, a realidade é concreta, é material e essa matéria, esse Universo, esse mundo ocupa tudo: não há espaço para nada.

Queria dar ao leitor essa verdade lógica e científica: O nada nunca existiu, todo o espaço está ocupado por matéria, desde sempre, de modo que o Universo sempre existiu e não terá fim.

Mesmo que tenha ocorrido o famoso Big-Bang, isto é, a explosão que teria dado surgimento às galáxias, temos de concordar que algo explodiu e esse algo era anterior à forma atual do Universo; ou seja, havia um Universo diferente, anterior, que explodiu.

Acrescente-se a essa verdade da existência eterna da matéria (o Universo) a verdade do espaço infinito, que nossa mente, que não consegue conceber algo que não termine em algum lugar, é forçada a aceitar que o espaço não pode ter um limite, pois sempre haverá algo (mais espaço) além desse pretenso limite.

Sim, eu queria dar tudo isso como verdade, mas subitamente impõe-se uma contradição, implícita na pergunta: – Se o Universo não teve um princípio, como chegou até aqui?

Vou tentar explicar essa contradição usando a batida figura do trem do tempo viajando pelo tempo e nós, isto é, o aqui e agora, seríamos uma estação.

Se o trem do tempo nunca teve início ele nunca partiu. Se ele não partiu, como chegou até aqui?

Sim, porque nós estamos aqui, nós somos uma estação à qual o trem do tempo chegou, mas chegou sem nunca ter saído de lá de onde deveria ter vindo, que é um lugar inexistente.

Com isso, foi-se por água abaixo a nossa certeza da infinitude, digo, de queo Universo não teve um princípio.

Mas, o que é pior, essa noção de que o Universo não teve começo põe em xeque a possibilidade da existência do tempo, como uma entidade.

Isso porque: ou o Universo não teve começo e, nesse caso, nós não existimos, porque assim como nós não podemos chegar ao seu começo esse começo não poderia ter, também, chegado até nós; ou o Universo teve um começo, tanto que o trem do tempo partiu desse começo e pôde chegar até nós, assim como nós, em tese, poderíamos ter acesso a esse começo.

Como seria possível ter havido um começo, se antes do começo não haveria nada e seria impossível algo começar do nada?

Seria pouca absurdidade se mais outra não se apresentasse: Considerando que o tempo não existe, devemos pensar em um Universo parado, de tal forma que o movimento dos ponteiros do relógio não marcariam “tempo”, eles marcariam apenas o seu próprio movimento e o que chamamos de tempo seria apenas, assim, o movimento dos ponteiros do relógio.

A conclusão disso seria que “tempo é movimento”.

Essa série de conjecturas, algo contraditórias, parecem estar nos levando a pensar também no Criacionismo:

Sim, tudo teve um começo, ou melhor, o Universo em que vivemos, ou pelo menos a Terra, teve um princípio: das “Mãos” e da Vontade de Deus.

Ele disse: Faça-se isso, aquilo e aquilo outro. E tudo se fez!

Está bem, a idéia de que houve um começo põe nossa mente de acordo com uma certa lógica humana, uma vez que estamos aqui; e se não tivesse havido um começo não poderíamos estar aqui – pois o trem do tempo nunca teria partido e se não partiu não haveria como chegar a algum lugar.

Enfim, como a realidade é absurda mesmo, podemos aceitar praticamente tudo que nossa mente não repugne, de tal modo que a possibilidade de um ser infinito, todo poderoso, nos ter criado pode ser recebida, para admitir que “um certo começo” tenha acontecido, começo esse que seria o começo da vida na Terra e as condições para que ela ocorresse, como a luz e o calor, por exemplo.

Só que, para aumentar a confusão, veio o Darwin e seu Evolucionismo, mostrando, ou provando por a+b, que as espécies vivas vão se modificando para dar lugar a novas espécies pela necessidade de adaptação com vistas à sobrevivência – e foi assim que viemos os animais, todos, dos peixes, para não nos assustarmos demais com a possibilidade de já termos tido um rabo.

É quando vem a tacada final nas incongruências: me diz aí, Darwin, por que as baratas não pensam?

As baratas são muito mais antigas do que o ser humano. Elas surgiram há mais de trezentos milhões de anos! E o “homo sapiens” há cerca de trezentos e cinqüenta mil anos.

Elas passaram pelas mesmas vicissitudes que nós – ou piores – e por muito mais tempo.

Nós ficamos passando apertos por muito menos tempo que as baratas e logo, em pouco tempo, ficamos inteligentes, safos, espertos, fabricando coisas e hoje já temos até telefone celular, enquanto elas não foram ainda capazes de produzir nem mesmo uma atiradeira, estilingue ou bodoque.

Explica isso, maluco!

32 pensou em “O DARWINISMO E AS BARATAS

    • JCS, conversando isso com meu filho caçula, o Paulinho, ele disse que uma coisa que ele não consegue compreender é “onde nós estamos?”.
      Ele queria dizer algo queédifícil de entender e, logo, de explicar,porque é mais que uma ideia, é um sentimento. Um sentimento de que o Universo, o “nosso” Universo, precisa estar colocado, ele ambém, em algum “lugar” – e que lugar é esse? Onde?
      Bem, quando ele me disse aquilo, eu também “senti” a questão, ela entrou na minha cabeça como a revelação de uma dúvida concreta, a qual nem mesmo eu compreendo, embora a sinta.
      Ah, é por isso que os filósofos deixam esse assunto paralá, não tem jeito mesmo.

      • JCS, esqueci de falar sobre a hipótese de um sonho dentro de um sonho, que reporta à do “Sonho de Deus” e acaba nos levando a semelhanes caminhos, do impenetrável.
        Seja como for,podemos não chegar a conclusões, digo, ao conhecimento das mais remotas profundidades, mas exercitamos nossa capacidade intelectiva para outras coisas, até mesmo para pensar sobre coisas a que se refere o comentário a seguir, feito pelo “As Baratas Pensam e Não Acreditam no Goiano”.

  1. A lógica petista está fritando os dois neurônios, agora está querendo conversar com baratas e o pior como não tem um intelecto à altura delas, acha que elas não pensam!!!!
    Será que está tentando converter as baratas que o Lula é inocente, e como elas já viveram muito não acreditam nesta mentira. O Goiano vendo que não consegue mudar as coitadinhas escreve um monte de besteria para justificar a sua incapacidade de se comunicar com os insetos.
    Tente com os ratos que governaram o país, talvez tenha mais sorte.

  2. Teu comentário, As Baratas Pensam e Não Acreditam na Existência do Goiano, nos traz mais uma conjectura interessante: As baratas pensam. Não só pensam, como votaram em Jair Messias Bolsonaro e o elegeram presidente da república.

    • É a chamada Viagem Astral, Beni:
      1)Alcance um estado hipnótico. Deixe o corpo e a mente chegarem perto de dormir, mas não perca a consciência. …
      2)Entre em estado de vibração. …
      3)Use a mente para mover a alma para fora do corpo. …
      4)Volte para o corpo e acenda mais um.

  3. O artigo do Goiano sem toda a nossa besteirada política é muito bom. Mormente hoje em que se discute Betelgeuse e outras estrelas no mesmo caminho. A astronomia está fervendo com notícia de prováveis cataclismas . O planeta a 700 anos luz distância estás seguro , e todos esperam ver um fato destes nos céus. Mas , e se a vida em forma semelhante a nossa ,ou mesmo que em menor escala , estiver a menos de 50 anos de distância do evento ? . Vamos nos regojizar de vê-las se vaporizando em uma supernova ?. Ou é ciência , e ciência nada tem a ver com religiosidade e outros sentimentos humanos ?
    Se juntarmos ciência e religiosidade , tudo que for material poderá ser explicado e o que não se puder tem-se a pré resposta : Deus. Mas se Deus criou o mundo , de onde veio Deus ?. Responda de forma científica Goiano : Deus criou o homem ou o homem criou deus.

    • Joaquimfrancisco, grato por tuas considerações.
      A velocidade da luz é de aproximadamente trezentos mil quilômetros por segundo. Um ano-luz é a distância percorrida pela luz em um ano, que equivale a aproximadamente nove e meio bilhões de quilômetros por ano.
      Para termos uma ideia das grandezas cósmicas, o Sol, que está bem longe de nós, fica a apenas 8 minutos luz da Terra, separado de nós por uns 150 milhões de quilômetros.
      Quando olhamos para o Sol, estamos vendo o Sol de oito minutos atrás.
      Betelgeuse (Alpha Orionis), a estrela mencionada por ti, que está prestes a desaparecer, e que está a 700 anos luz da Terra, deve explodir dentro de uns cem mil anos.
      Se ela explodir hoje, a imagem dessa explosão só poderá ser vista por nós, digo, por nossos descendentes, daqui a centenas de anos – e pode ser que então já tenhamos destruído a Terra.
      Aí eu perguntaria a um cientista da área: Como sabemos se ela já não explodiu e ainda não chegou aqui a imagem dessa explosão?
      Acho que a pergunta é pertinente, já que o Céu que olhamos não é o que está ali no mesmo momento. O Sol que vemos é o de oito minutos passados; e depois do Sol, a estrela mais próxima da Terra é a Alpha-Centauri, que está a cerca de 4,37 anos-luz de distância. Se quando olhamos para ela vemos uma imagem de 4,37 anos atrás, imagino que quando olhamos para Betelgeuse vemos uma imagem de 700 anos passados, procede?
      Faço essas considerações para imaginar o tal planeta perto de Betelgeuse que iria sofrer as conseqüências da explosão para pensar no dia em que o nosso Sol explodir: como as vibrações correm a 13 quilômetros por segundo, em pouco mais de um dia a Terra seria consumida.
      Como certamente todas as estrelas um dia se apagam, é uma fatalidade que mais cedo ou mais tarde todos os planetas passarão pela catástrofe, se o choque de galáxias não cuidar do desastre antes.
      Só que outras estrelas nascem, novos planetas surgem e para felicidade geral começa tudo de novo.
      Respondendo a tua pergunta, sobre se Deus criou o homem ou o homem criou Deus, penso o seguinte, cientificamente: o homem não criou o Universo, e portanto não seria capaz de criar Deus.
      Ah, entendo, queres dizer que o homem criou a ideia de Deus e que, concluindo esse raciocínio, Deus não existe.
      Alan Kardec perguntou diretamente aos Espíritos )Livro dos Espíritos, questão 10):
      – Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
      E eles responderam:
      -Não, falta-lhe o sentido.
      E na obra Gênese foi complementado o seguinte: “Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.”
      Enfim, é tudo misterioso demais e penso que devemos comprazer-nos em pensar sobre isso só pelo prazer de pensar.
      EM TEMPO: Não confiem nos números que eu trago, confiram quantas vezes for necessário, porque sou completamente doido para mexer com algarismos.

      • só para esclarecer : o sol terá fim diferente e a terra poderá ser lançada para outra orbita. Outra coisinha , “deus” que tanto falam é manipulável. Cada um usa como melhor lhe aprouver. Qualquer lado de uma batalha leva um “sacerdote” e todos matarão com a proteção de deus. Basta ver a história de todos os povos. Alguns até se vangloriam que deus matou milhares de inimigos deles. Não sou contra nenhuma religião , seja budismo (sobre o que mais leio ) , cristianismo , islamismo , judaísmo etc., mas não acho nada legal a manipulação da fé. No mais o artigo é bom e leva a outros pensamentos .

        • Nas batalhas, quem mata são os homens.

          Acho tuas colocações procedentes e é certo que os homens, em nome das religiões, cometem atrocidades.

          Crer em Deus ou não crer é opção pessoal, cada qual com suas ponderadas razões.

          O que me incomoda, mesmo, é acreditar que as coisas surgiram por acaso, com toda essa complexidade que é a Natureza.

  4. Alvíssaras! O Goiano escreveu uma matéria para ser pensada, refletida e meditada, sem esquerdismos ou lulismos! Isso é muito bom. Ou não, talvez, acho…

    • Fernando, mesmo quando escrevo algo que nada tem a ver com política, a política é tão empolgante que de um jeito ou de outro ela acaba aparecendo em algum comentário rsrsrs

  5. Por que as baratas não pensam? Porque se pensassem, não seriam baratas.

    Explicando melhor, para pensar as baratas precisaram transformar-se, ou evoluir no vocabulário darwiniano, para desenvolver entre outras coisas um cérebro, além de outras características, como polegares, sem as quais um cérebro pensante não serve para muita coisa.

    Reescrevendo a primeira frase: as baratas que pensam são chamadas por outros nomes.

    • Marcelo, fiquei imaginando, com o teu comentário, uma barata pensando, com uma inteligência até superior à dos humanos, com uma cabeça deste tamanhão e querendo fazer tricô, mas faltando-lhe os polegares!
      Esse foi o primeiro pensamento que me veio.
      Mas veio o segundo, a partir de tua declaração de que as baratas que pensam são chamadas por outro nome: seremos nós, os pensantes, um ramo que veio das baratas, de modo que seríamos nós mesmos nada mais nada menos que baratas pensantes?
      Acho que não conseguirei dormir hoje.

      • Se a linha evolutiva desde o primeiro protozoário unicelular até o homo sapiens passa pelas baratas eu não sei.

        Mas que somos apenas animais metidos a besta e que se acham melhores que os outros, não tenho dúvida nenhuma.

      • Segundo a Wikipédia, o sub-reino Nephrozoa se dividiu entre os protostomia e os deuterostomia. Isso ocorreu entre 550 e 580 milhões de anos atrás. Os deuterostomia incluem todos os vertebrados, enquanto os protostomia incluem os artrópodes, anelídeos e moluscos.

        Então, não, não descendemos das baratas, mas temos um ancestral comum que viveu na era neoproterozoica.

        Durma bem.

        • Estás então acreditando mesmo, Marcelo, que as baratas são teus primos?
          E meus também?!
          Seriam os únicos primos com os quais não me dou bem.

    • A cada comentário, novos desdobramentos!
      Teria sido mais lógico a logica cartesiana afirmar, “existo, logo penso?”
      Ou continuaríamos no caminho da lógica que faz as xícaras voarem por também terem asas, como os pássaros?
      Entretanto, a lógica ligada à premissa cartesiana tem tudo a ver com a tua conclusão sobre as baratas: Elas não existem, e os inseticidas destinados a matá-las são uma produção do capitalismo para fazer dinheiro, pois somos compelidos a comprá-los para matar bichos inexistentes.
      Mas… tenho tido baratas em casa, o que contradiz Descartes.
      Salvo se tudo, a existência e tudo o mais, não passar de uma ilusão, de modo que as baratas não existem e tu também não.

      • Todos filosofaram à vontade, mostrando muita
        inteligência e ótimos raciocínios.
        Concordo com todos os comentários não políticos,
        pois estão defasados, fóra de órbita.
        Para ti Goiano, digo que compreendo muito bem o
        pensamento profundo do seu filho Paulinho.
        Sei o que ele quis dizer, pois também estou procurando
        saber onde estamos e para onde iremos ou viemos .

        Para finalizar digo que depois de tanta filosofia, chegamos com o cú à seringa. Conforme dizes muito bem, e se
        tudo não passar de uma ilusão ? , conforme ensina toda
        doutrina do oriente ?

        Nada existe realmente , o universo é mental é
        transcendente. E Como afirmou sábiamente o ultra físico
        Nikola Tesla: Tudo é feito de luz, a matéria na verdade
        não existe é apenas luz concentrada. Ela pode ser apagada em um milésimo de segundo.

        Goiano, continue com os seus sábios comentários, os
        quais demonstram a sua grande inteligência e muita
        sabedoria.
        Um abraço.

        • Caro d.matt, esse nosso papo é bom, interessante; ao mesmo tempo em que revela nossa ignorância das coisas relativas à criação, do Universo e de tudo, mostra nossa capacidade de pensar, imaginar, conjecturar e sonhar. É empolgante!

  6. Stephen Hawking, era um dos bons estudiosos do tempo. A presença da massa curva o espaço e afeta o tempo. Tudo mundo que quer e explicar alguma coisa cria um modelo. O criacionismo, para mim, é um modelo. Tem lá suas hipóteses pra sustentar. Darwin é um teoria e eu nunca vi provas irrefutáveis dela (um molusco que evoluiu pra ladrão, vale?)
    Estudem Física. O big bang tem lá seus 13 milhões de anos e a explosão fez expandir, eventualmente porque tinha densidade infinita e volume desprezível. Esse assunto não se esgota porque ninguém tem o entendimento real. Há uma corrente de pesquisadores que acreditam na contração. Ou seja, chegará um momento em que ele vai esfriar e fazer o caminho de volta

  7. Maurício, claro que foi um erro de digitação e te equivocaste ao escrever que o Big-Bang teria se dado há 13 milhões de anos. Bote aí 13 bilhões e a gente pode começar a conversar.
    Quanto ao tal caminho de volta, estima-se que o “nosso” Universo, isto é, o constituído pelo Big-Bang, tem lá uns duzentos bilhões de galáxias – é uma coisa inimaginávvel. Só para atravessar a nossa galáxia seriam necessários mais de cem mil anos viajando à velocidade da luz, de modo que viajando a mil quilômetros por hora seriam necessários milhões de anos para fazer tal viagem.
    Quero pensar nisso para imaginar a tal “viagem de volta”: quantos bilhões de anos seriam necessários para que voltasse a haver a concentração que criaria as condições para um novo Big-Bang?
    EM TEMPO: Será que o “nosso” Big-Bang foi o primeiro? Imaginando a infinitude do Universo, poderia isso já ter acontecido bilhões de vezes, ou melhor, uma quantidade infinita de vezes.
    É até engraçado, no meio dessa absurdidade, a gente aqui, pensando nessas coisas.

  8. ***
    Eita pleura!
    A ciência reconhece que não sabe e, assim, pesquisa para ter conhecimento.
    E muito saber já obteve, beneficiando a humanidade.
    *
    São válidas sua elucubrações e já existem respostas, provadas com evidências, as quais dão notícia da existência de um campo primevo estruturador de toda matéria.
    O bóson de Higgs.
    Mais uma conquista da Ciência na direção de desvelar de vez a verdade a respeito do Universo.
    *

    • Saniasin, quanto mais a ciência se aprofunda, mais o fundo se afunda.
      Quando ouvi falar sobre a “Partícula de Deus” fiquei intrigado e me perguntei se ciência e religiosidade estariam se misturando, ou combinando.
      E tive uma surpresa;
      O nome Partícula de Deus veio de uma troca de nome que o editor do livro escrito pelo Nobel de Física Leon Lederman, em 1993, sobre o Bóson de Higgs, resolveu fazer. O nome original seria Partícula Maldita (The Goddam Particle). Esse “maldita” queria expressar a dificuldade de se encontrar o tal bóson. O editor não gostou do “maldita” (goddam) e deixou só o God, parecendo aos leitores que se tratava de algo como uma partícula original criada pela Mão de Deus.
      Exatamente por essa aparência de mistura de religião com ciência, muitos cientistas abominaram o nome criado pelo editor do livro.

  9. Dom Goiano:

    Excelente artigo.

    Como tu, muitas vezes, me perco nos porquês que me assombram no universo das dúvidas.

    Mas, quanto mais estudo, mais me convenço que São Tomas de Aquino, está, absolutamente, certo com a ideia do “Primeiro Motor”.

    Alguém, em algum tempo, deu início ao universo, que – quanto mais se tenta explicá-lo, mais se consolida o fato que nada, absolutamente nada, está nele para enfeite – do microcosmo ao macrocosmo, tudo obedecendo às mesmíssimas leis, seja no mais recôndito de um átomo, seja na galáxia mais distante, lá nos confins do universo.

    E quanto mais os cientistas “se escabelam” para tentar explicar, racional e ateiamente, a origem do universo, mais fica constatado que algo, infinitamente maior e mais sábio, está por trás de tudo.

    Quando o físico inglês Peter Higgs, em 1964, previu a partícula – que é agora é conhecida como “Bóson de Higgs” – foi intensamente ridicularizado por outros que diziam que ele queria que existisse a “partícula de deus”, pois seria algo irreal, pois
    teria que existir em um “campo invisível”, o hoje chamado de “campo de Higgs”.

    Ela é, de fato, o quantum (partícula) de um dos componentes de um campo de Higgs.

    No espaço vazio, o campo de Higgs adquire um valor diferente de zero, que permeia a cada lugar no universo todo o tempo.

    E a partícula criada permitiria que as demais possuam diferentes massas.

    Pois, em 4 de julho de 2012 (48 anos depois) – os físicos das duas colaborações experimentais do LHC, ATLAS e CMS, anunciaram que tinham confirmado a existência de uma partícula parecida com o previsto Higgs.

    Com é que algo sem massa pode dar massa a outras partículas?

    É o que está “fritando” o cérebro dos físicos.

    Outro mistério é como antes do Big Bang – em algum tempo finito no passado – toda a massa do universo estava concentrada em um único ponto, um “átomo primitivo” onde e quando o tecido do tempo e do espaço veio à existência.

    Como é possível esse “absurdo” de toda a massa do universo estar concentrada em um “pontinho” microcósmico atômico?

    Mais outra “fritura” de cérebros dos físicos.

    E, além dessas descobertas, há outras a “fritar” os cérebros de físicos “cabeças-duras”, que insistem em querer “racionalizar” o irracionável, ou seja, negara a existência de Deus.

    Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia, no norte da África, meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade:

    um Deus em três pessoas distintas…

    Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água.

    A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito.

    Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia.

    O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: ”Estou querendo colocar a água do mar neste buraco“.

    Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: “Mas tu não percebes que isto é impossível?”.

    Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: “Ora, é mais fácil a água do mar caber neste pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!“.

    E continuou: “Quem fita o sol, deslumbra-se e quem persistisse em fitá-lo, cegaria. Assim sucede com os mistérios da religião: Quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstinasse em os perscrutar perderia totalmente a fé”.

    Mas, como me sentia igual a uma formiguinha – muito metida à besta, querendo saber de tudo e tudo – milimetricamente, quis subir em uma sequoia – do conhecimento, onde fui parar, soprada pelos ventos da história.

    Como tenho um mínimo de inteligência e um monte de curiosidade, resolvi subir – não na vertical, pois ia cansar muito e não ia ficar sabendo do todo, em cada milímetro de altura.

    E lá fui eu avançando, helicoidalmente, girando ao redor de sua casca, examinando cada pedacinho de sua constituição, evitando passar por trechos que já passei, sabendo que estava, ainda, lá no início dos inícios do tronco e – que procurando entendê-la – somente, estou tendo ideia da sua superfície.

    Mas e o que está abaixo da superfície, abaixo da casca que estou pisando, ou seja, no seu cerne?

    Mesmo que soubesse tudo, até ali naquela altura, é quase nada do que sobrava para subir, só no tronco.

    E em cada um dos seus imensos galhos, a dezenas de metros acima, haverá o quê?

    Mas, a besta da formiguinha – que quer ter resposta e explicação racional para tudo – era eu, a, em vão, continuar a insistir.

    Afinal, “penso, logo existo”.

    Mas bastou alguns cálculos de matemática ginasial, para chegar a conclusão que para examinar e entender o que há em cada milímetro de avanço helicoidal – pois assim percorro tudo e não me canso – e que tem, no mínimo, 700 mm de espessura só na casca, mais 1500 mm, até o meio do cerne, mais 300.000 mm de altura média – sem contar o exame dos galhos – vou levar mais de 18 bilhões de anos, muito mais que a idade do universo, que é de 13,38 bilhões.

    Então, essa formiguinha – até então, muito para lá de pretensiosa – resolveu “pôr a viola no saco e cantar em outra freguesia”.

    E, humildemente, me convenci que há ALGO/ALGUÉM infinitamente poderoso e sábio, que há algum tempo/espaço – e não adianta querer saber o porquê – resolveu criar esta maravilha e tudo que nela existe – que chamamos de universo.

    E que a explicação fique “fritando” o cérebro dos físicos “cabeças-duras”, que inutilmente tentam responder:

    Se o universo existe – e está ao nosso redor, ele deve estar em algum lugar, qual e como é esse lugar?

    Porém, como nas bonequinhas”, conhecidas como “babúxcas”, que dentro da primeira tem outra, que, por sua vez, tem outra, que tem, por sua vez, outra e, assim, há infinitas quantidade de “babuxquinhas”, umas dentro das outras, assim é tentar racionalizar o irracionalizável que é compreender DEUS, a sua existência e suas obras – enfim, tudo que há e o porquê de haver.

    Porém, ao contrário daqueles que têm uma fé pura e simples – mas poderosíssima, que não precisa de nenhuma explicação, eu – infelizmente – só cheguei a essa conclusão pela lógica.

    Logo, ela é fragilíssima, apesar de eu querer o contrário.

    E é o que me faz “balançar” em alguns momentos da minha vida, pois a formiguinha – “metida a sebo” – aqui, ainda, tenta racionalizar o irracionalizável, ou seja, explicar o inexplicável.

    Porém, esta logicidade me faz crer em vida em outros planetas, por um simples cálculo.

    Como sou astrônomo amador, não poderia deixar de crer em ALGO/ALGUÉM, pois é só olhar para o céu, a olho nu e/ou com um aparelho ótico, e se deslumbrar com as suas belezas.

    Mas, o que me levou a crer na existência de vidas extraterrestres?

    Antes de constatar com meus próprios olhos ou através do meu telescópio, algo que não era um fenômeno ótico e/ou sideral, cheguei a conclusão por um simples cálculo matemático.

    Há, no universo, arredondando, 250milhões de galáxias.

    Cada galáxia tem, arredondando, 250 milhões de estrelas.

    As estrelas se dividem em 5 tipos principais, sendo um em que se enquadra o nosso sol.

    Se há 250 milhões de estrelas na nossa galáxia – a Via Láctea – dividindo por 5, há 50 milhões de sóis iguais ao nosso, com um possível sistema planetário, onde pode haver uma “terra”, do tamanho da nossa e a igual distância dele, logo, com iguais condições de ter surgido vida, e, conseqüentemente, seres iguais a nós, em diferentes estágios civilizatórios – uns menos outros mais.

    Desses 50 milhões de sóis, com 50 milhões de “terras”, vamos reduzir a 1/10 as com seres iguais, biologicamente, a nós.

    São 5 milhões de “terras” habitadas.

    Vamos, supor, que – na melhor das hipóteses – 1/10 delas já tenha civilizações mais antigas do que a nossa e, conseqüentemente, mais desenvolvidas tecnológicamente, do que a nossa.

    São 500 mil planetas.

    Mesmo, assim – para os mais descrentes – vou reduzi-los a 1/1000 deles os habilitados em tecnologia superior a nossa.

    São 500 planetas, isto é, 1/100.000 dos iguais a Terra, mas com civilizações muitíssimo mais adiantadas que a nossa, somente na nossa galáxia, a Via Láctea.

    Mas, não nos esqueçamos que há 250 milhões de outras galáxias, que vezes 500 (planetas ultratecnologicamente mais adiantados que o nosso), dá a “bagatela” de:

    250.000.000 x 500 = 125.000.000.000 (125 bilhões) de planetas (iguais ao nosso, com as mesmas condições de vida, mas com civilizações ultra mais desenvolvidas do que a nossa) cujos habitantes podem viajar em outra(s dimensão(ões – o que a nossa tecnologia atrasada não permite, pois está presa a tridimensionalidade, ou seja, não permite-nos velocidades maiores que a da luz, isto é, 300 mil km/segundo, o que não é nada para percorrer as distâncias intraestrelares.

    E, matematicamente, sabe-se que em dimensões superiores, como, por exemplo, na 4ª (o tempo) já nos permite viajar no hiperespaço – para diante e para trás – a velocidades quase infinitas, pois o tempo – como passado, presente ou futuro – será dominado e, praticamente, não existe.

    Então, ir de um ponto do espaço a outro, será independente de distância/tempo, ou seja, do espaço/tempo.

    Isso permite o deslocamento, praticamente instantâneo, de um ponto a outro do universo, independente das distâncias astronômicas, algo ainda impraticável em um universo de 3 dimensões, que é onde a nossa tecnologia (atrasadíssima para os nossos visitantes extraterrestres), ainda, pode atuar.

    E eles estão fazendo o quê, por aqui?

    A mesma coisa que fizemos quando sobrevoamos uma aldeia de índios desconhecidos, estudando-os para ver se há razões – para mais cedo ou mais tarde – entrar em contato com eles, ou, os deixarmos viver a vida deles.

    Porém, entendo o porquê dos extraterrestres não terem, ainda, entrado em contato com a raça humana, depois de anos ou séculos ou milênios nos observando.

    Êta racinha desgraçada, a nossa, que – desde que apareceu sobre a terra – só quer viver em e de guerras intermináveis, a eliminar uns aos outros, sob o mínimo e/ou qualquer pretexto!!!

    E eles devem ser gente muito boa, pois se assim não o fossem, já nos tinham, merecidamente, eliminados, por não sermos dignos de viver e conviver em um planeta tão maravilhoso como o nosso.

    Desculpe-me me estender neste comentário, mas como gostei muito de tuas ponderações, resolvi dar o meu “pitaco”.

    Um abração,

    Desde o Alegrete – RS,

    Adail.

    • Adail, maravilhosa explanação a tua, levando a mais e mais conjecturas, hipóteses e “viagens”.
      A respeito da quantidade de galáxias, tenho visto informações díspares a respeito. Recentemente, anotei em uma fonte a possibilidade da existência de 200 bilhões de galáxias, que incluí em comentário acima (Goiano em 6 de fevereiro de 2020 às 20:18 para Maurício), o que já seria bem mais do que os 200 milhões de galáxias a que te referes; mas a coisa fica mais assombrosa quando leio a afirmativa de que existem provavelmente cerca de 2 trilhões de galáxias no universo observável.
      E, veja só, dois trilhões de galáxias no Universo observável – e podemos pensar mesmo em uma quantidade infinita, se acreditamos que o espaço não tem fim.
      Sobre te estenderes no comentário, é um prazer ler textos com substância.
      O assunto é apaixonante, podemos voltar a ele outras vezes. Sobre a questão da crença, estamos, infelizmente, aprisionados pela riqueza de espírito, essa coisa da racionalidade, de querer ficar sabendo tintin por timtim – disse Jesus, bem-aventurados os pobres de espírito…
      Abraço, foi uma alegria trocar ideias contigo.

  10. Este foi sem dúvida, para mim, o mais belo, mais bem escrito, mais
    didático artigo publicado neste jornal BF ´há muito tempo.
    Merece aplausos sem fim. Muito esclarecedor, bem explanado e
    sem dúvida é obra de um professor muito qualificado.
    Sem dúvida vou fazer diversas re-leituras de tão elaborado e
    bem explicado texto.
    Obrigado professor, o seu artigo prova que este jornal BF
    tem muita sorte de contar com redatores de tal qualidade, que
    usam da simplicidade o meio mais direto de ensinar e não
    complicam com explanações retumbantes e sem lógica.

    • Caro Professor.

      Lamento que não tivemos concordância sobre o
      comentário na coluna do Peninha, sobre a orquestra de André
      Rieu.
      Todavia, re-afirmo tudo que disse acima sobre o
      seu belíssimo trabalho.
      Saudações

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