A PALAVRA DO EDITOR

Políticas econômicas podem dar certo em países onde o governo seja monárquico.

Também podem ter sucesso sob ditaduras.

É possível que tenham bons resultados sob o comunismo.

Tanto faz o governo seja de centro, de direita ou de esquerda, programas de economia podem conseguir resultados favoráveis.

Por isso, falo em relativo sucesso, ou relativo fracasso.

No caso do Brasil, hoje, o sucesso anda de mãos dadas com o fracasso, daí o relativismo.

Fechar os cofres, economizar, despedir servidores, cortar benefícios, reduzir tempo para aposentadoria, diminuir direitos trabalhistas, parar de comprar, paralisar obras, deixar de gastar, não investir, são medidas que podem incentivar empresários e a vinda de capital estrangeiro, dada a propalada segurança que isso dá a quem quer aplicar o seu dinheiro.

É que parece que basta o Estado estar com as contas em dia para que a economia ande bem.

Mas não é exatamente assim.

Primeiro, tais medidas, a par de produzirem alguns efeitos favoráveis, devem favorecer à estagnação, o que se traduz em baixo desenvolvimento, em progresso pífio, na medida em que a administração pública deixe de aquecer o mercado, retirando altíssimas somas de dinheiro de circulação.

O Estado deve funcionar como um estimulador da economia, não como um agente de seu esfriamento, vale dizer, da recessão.

Em segundo lugar, as medidas econômicas devem ser justas: prejudicar os trabalhadores e os aposentados não se traduz em justiça – e muito menos cortar benefícios sociais e deixar de atender à população mais pobre.

Portanto, o que deve o Estado Justo fazer é produzir medidas que incentivem a produção, o trabalho, o consumo, o mercado, aplicando-se em investir.

Podemos substituir o termo “investir” por “gastar”, esbanjando na colocação do dinheiro nas mãos da iniciativa privada, construindo, realizando obras estruturais e de infra-estrutura, melhorando o serviço público, contratando pessoal, equipando as repartições, financiando a indústria, o comércio, a agricultura e até mesmo consumindo de cafezinho a papel-higiênico.

Ao aplicar uma economia de restrições, o resultado de vantagens será ilusório, na medida em que sacrifique o povo, cause tristeza, desilusão, desesperança, traga fome e produza doenças e mortalidade, a infantil à frente.

Hoje, o Brasil aplica a economia vista pelos olhos da direita, que pensa em Estado rico sem atentar para os interesses imediatos da classe trabalhadora e dos desassistidos.

A esquerda nacional pensa exatamente o contrário: primeiro, imediatamente, com urgência, a parte da sociedade que se situa nos níveis menos elevados e o amparo a ela não pode esperar um dia sequer. A fome, as doenças e a morte estão sempre batendo nas portas.

O outro grande equívoco da direita diz respeito ao descarte das estatais, quando não são lucrativas e poderiam, hipoteticamente, dar melhores resultados nas mãos da iniciativa privada.

Esse bom resultado nem sempre acontece, mas, mesmo quando ocorre, é preciso observar quais os efeitos produzidos por esse pretenso bom resultado.

É que empresas estatais não objetivam o lucro; mesmo se dão prejuízos, o importante é obter com elas os benefícios sociais a que se destinam.

Resumindo, empresas estatais em geral são criadas para administrar recursos estratégicos do país e garantir que a população tenha acesso a eles.

Muitas vezes cuidam de investir em áreas necessárias para a sociedade, nas quais a iniciativa privada não tenha recursos ou interesse para ingressar. E pode ser o caso de terem interesse, mas, por visarem ao lucro, deixem de praticar as políticas adequadas ao interesse e à segurança do povo.

Haja visto a Vale.

Estas são respostas aos que afirmam que os que combatem as medidas econômicas do atual governo “torcem para não dar certo” e se opõem ao que está dando bons resultados.

Não é nada disso.

Concluo com uma analogia:

– Podemos apreciar o canto de um passarinho engaiolando-o, ou ouvindo-o trinar livre na natureza.

29 pensou em “O CANTO DOS PASSARINHOS E O RELATIVO FRACASSO DA ECONOMIA

  1. Graças ao :”Podemos substituir o termo “investir” por “gastar”, esbanjando na colocação do dinheiro nas mãos da iniciativa privada, construindo,…” que a dívida interna passou de um trilhão para 5 trilhões nos governos do Lula e da Dilma. Hoje esta dívida consome anualmente 500 BILHÕES( vou repetir 500 BILHÕES) em juros que poderiam ser aplicados em todo o Brasil.
    Graças ao: “…contratando pessoal, equipando as repartições..” que o governo federal passou de 500 mil funcionários para UM MILHÃO, nos governos do Lula e da Dilma. Hoje todos pagam a conta feitas em “favor dos pobres”.
    O Goiano deveria ler o que o economista Mises fala sobre estes ajustes keynisianos. Visite o site mises.org.br se tiver coragem.
    https://www.mises.org.br/article/3228/a-economia-brasileira-esta-crescendo-mais-do-que-o-pib-reportado

    • O Mises estava certo, há muitas ilusões na economia, particularmente na economia de Estado, ou na macro, sendo um relativo equívoco o medo da dívida interna, uma vez que o pagamento dessa dívida também gira a economia!
      O capitalismo oferece dicotomias, contrastes e contradições aparentes e formidáveis como esse da circulação do dinheiro, mesmo quando parece que ele está sendo desperdiçado ou jogado fora.
      Pense: para onde vai o dinheiro dos juros que o governo paga?
      Por isso, Lula preferiu aumentar a dívida interna e reduzir ou eliminar a externa.
      O capitalismo,meu caro, é tão surpreendente, que ele floresce, cresce, progride e se desenvolve mesmo (e até intrinsecamente) à sombra da corrupção: dificilmente um empresário enriquece sem uma das alternativas, ou várias ao mesmo tempo: a) participar de corrupção, nos negócios com o governo; b) deixar de recolher encargos sociais; c) ter lucros excessivos, colocando preços exagerados nos produtos; d) não recolher os impostos, ou recolher menos do que deve… e mais algumas maracutaias.
      E, por incrível que pareça (não me apedrejem), até mesmo a corrupção desenvolvida pelas empreiteiras da Lava-Jato teve como um dos efeitos o crescimento de determinados setores da economia… é mole? Até o nível de emprego foi favorecido – o que, é claro, não recomenda que deixemos a corrupção correr solta, estou apenas me referindo a fenômenos reais da economia, fazer o quê?
      Outra coisa: reclama-se dos serviços públicos e um dos principais elementos para que eles se desenvolvam convenientemente, no atendimento à população, é o dos recursos humanos, vale dizer, gente. Deixar de contratar, quando necessário, é retirar do público o atendimento que o Estado devepropiciar.
      Mas n ão é só: quando o Estadoemprega, diminui o desemprego e, além disso, coloca mais dinheiro em circulação, pois quem ganha compra e as compras aquecem o consumo, sendo que o consumo estimula a produção e por aí vai.
      Sobre Keynes, digo, sim, os governos devem gastar o que têm e o que não tem, desde que apliquem o dinheiro em investimentos que produzam resultados econômicos superiores aos compromissos feitos com a obtenção de fundos, seja por empréstimos, seja por títulos de dívida e outros meios. Estado parado gera recessão ou estagnação, o que dá mais ou menos na mesma.
      Estou criando coragem para ir ao site recomendado, depois eu conto.

  2. goiano so uma pergunta que por si so ja explicitara a sua mediocridade analitica,,,,,QUANDO FOI SEM CONTARMOS AGORA , EM QUE UM BARRIL DE PETROLEO CUSTOU TRINTA E CINCO DOLARES ,…, E OLHA QUE O PETROLE NAO SOFRE INFLUENCIA DOS GVERNOS BRASILEIROS E TAMPOC DO REAL ENEM DO COGRESSO E SYF CRIMINOSOS, QUE TEMOS.

    • Se minhas analíses são medíocres, por que me perguntas as coisas?
      Vou devolver a pergunta: o que queres argumentar, levantando a questão da violenta queda do preço do barril do petróleo Brent?
      Estás a fim de tirar de Jair Messias Bolsonaro a responsabilidade pelos rumos da economia brasileira?
      Ora, votaste em Jair Messias Bolsonaro, segura a tua onda, ninguém vai exigir que mudes da direita para a esquerda – cada um tem suas visões do mundo.
      Quanto ao preço do petróleo, sim, tivemos altas e baixas no correr dos tempos,
      e as oscilações contribuíram para crises e bons ares, no mundo e no Brasil.
      No período compreendido entre janeiro de 2002 e julho de 2008, o preço do Brent cresceu 584% em valores nominais, passando de US$ 19,42/barril para US$ 132,72/barril.
      Agora, é claro, a Petrobras sofre com a desvalorização do petróleo, mas não só com isso, com a crise do Coronavírus também e com as demais questões que estão influindo nos rumos da nossa economia, afetando a estatal e todo o País.
      Fique tranquilo, Jair Messias Bolsonaro vai dar aos seus eleitores exatamente o que eles querem. De quebra, um revólver com a cartucheira na cintura.

  3. Goiano, veja se consegue um trabalhinho como comentarista de futebol. É mais e lá vice só diz o óbvio. Eu tenho visto muitos comentários sobre o dólar alto e vejo as pessoas duzerem “mas, não diziam que se Haddad fosse eleito o dólar ia chegar a R$5,00!”…bom, se Haddad fosse eleito o dólar já estaria em R$ 15,00

    • Msurício, no futebol não poderia um perna-de-pau como eu querer ser nem comentarista.
      Sobre a explosão do dólar com o Haddad, temos de tua boca apenas um exercício de futurismo, ao passo que com Jair Messias Bolsonaro temos uma constatação de presentismo.
      Dói em ti?

  4. Realmente, Goiano, a afirmação “…parece que basta o Estado estar com as contas em dia para que a economia ande bem.” nem sempre é verdadeira.

    Mas a situação inversa, “basta o estado NÃO estar com as contas em dia para que a economia ande mal.”, é uma verdade inescapável.

    • Marcelo, aí depende.

      Teríamos de conceituar:

      a) Estar com as contas em dia significa ter dinheiro em caixa suficiente para as despesas?

      b) Não estar com as contas em dia significa que a despesa supera a receita?

      Pois, a tese com a qual concordo é a de que o Estado pode endividar-se, gastar sem caixa, com vistas a recuperações futuras.

      A política do governo atual de Jair Messias Bolsonaro parece ser a de que precisamos cortar despesas na carne (dos trabalhadores e dos pobres) para zerar a dívida e evitar que o Estado entre em colapso futuro, tendo de deixar de pagar as aposentadorias (principalmente) e ficando sem recursos para investimento.

      Essa política não considera premissas, sim, keynesianas, de que o Estado, gastando mesmo o que não tem, promove o aquecimento da economia, melhora o nível de emprego e recupera-se em impostos, estes arrecadados com a expansão da economia.

      Por outro lado, a política inversa é recessiva (a do governo) e embora possa obter alguns resultados favoráveis, isso não significa que a política de investimentos obteria melhores e mais significativos resultados.

      Um dado interessante aponta para o fato de que em regime de pleno emprego a arrecadação da seguridade social seria mais do que suficiente para arcar com as despesas de aposentadoria, porque a população jovem é que está fora da força de trabalho formal.

      Assim, o incremento do emprego tornaria desnecessários os sacrifícios da classe trabalhadora quanto à aposentação.

      Evidentemente, a economia do Estado é complexa e há inúmeras ações de que dependem sucesso e insucesso, mas o ponto de que trato é o da, por assim dizer, ideologia, ou seja, das diretrizes mais gerais para a política econômica, que fazem a diferença entre corte de despesas e investimento.

      • Já que outro comentarista aí em cima falou em Mises, lembrei-me de uma coisa que li no site deles:

        “Marx tem uma virtude que não se pode negar: ele não era Keynesiano.”

        Sinceramente, eu até entendo quem cai no papo do Marx, afinal ele trabalhou duro para escrever tudo aquilo, e mexe com os instintos básicos, quem bobear cai no conto mesmo.

        Mas juro que não entendo um adulto levando a sério estes papos desenvolvimentistas de que quanto mais o governo tirar dinheiro das pessoas, mais ricas elas vão ficar. Para mim, soa completamente absurdo. É como dizer a alguém que se ele cortar pedaços dele mesmo e comer, ele vai ficar mais forte do que antes.

        Mas enfim, frequentei colégio marista por oito anos e continuei ateu, o quê que eu entendo de crenças irracionais ?

        • Marcelo, estará a verdade concentrada em Adam Smith?!
          Se por um lado o liberalismo pode ter suas virtudes, na medida em que deixa o capitalismo funcionar com liberdade, por outro lado despreza ou deprecia as possibilidades da atuação do Estado na economia, mediante ações que, longe de interferir na liberdade do mercado, o impulsionam.

          Não entendi bem onde Marx entra no nosso papo: falamos de Keynes e de aspectos de sua teoria econômica e penso que o comunismo passa infinitamente longe, uma vez que a ideologia socialista visa, dentre outras coisas, principalmente ao fim do capitalismo.

          Nunca é demais repisar que o PT governou por seus 14 anos sem a menor ameaça ao capitalismo, sem qualquer ação que pudesse levar ao comunismo, sem a mais remota prática antidemocrática, mantendo as liberdades gerais, inclusive a de imprensa, de modo que o fantasma do comunismo só serve mesmo para Jair Messias Bolsonaro continuar (incrível!) enganando os ingênuos.

          Ah, tua declaração final pode ser uma manifestação de rigidez: a existência de Deus deverá ser objeto de estudos, análises, conversas, especulações, debates e pesquisas até o final dos tempos, acho eu.

          Mas, se a rigidez em religião há de afetar apenas ao rígido, em matéria de ciências humanas e sociais pode ser menos inócua, na medida em que o rígido detenha algum poder político, no sentido mais amplo.

          • A verdade está em Smith, Hayek, Mises, Rothbard, um monte de gente. Menos Keynes. Não enxergo sentido nas idéias dele. (Já o Marx entrou só de brincadeira).

            E aí temos um problema de vocabulário: quando eu falo bem do capitalismo, estou me referindo ao livre mercado, onde haja liberdade para empreender e viver fora jugo do estado. O Brasil nunca teve isso. Temos uma forma degenerada que é o capitalismo de compadres, aplicado através de um arremedo de democracia onde o povo é obrigado a votar e a assistir seus supostos representantes ignorando acintosamente seus supostos deveres. Não temos um governo comunista mas sempre tivemos um governo muito mais autoritário e totalitário do que gostamos de admitir.

            Quanto à ultima questão, sou rígido sim: só acredito naquilo que vejo. E feliz do mundo por este rígido não ter nenhum poder, nem político nem qualquer outro.

            • Marcelo, cada teoria tem seus méritos e furos. Estou com Ciro Gomes: Ciro também defendeu que o governo incentive o consumo das famílias e promova o investimento público. “É papel indispensável do Estado tirar o capitalismo de ciclo de catatonia e colapso, como estamos flagrantemente vivendo no país e no mundo”. Em seguida, ele afirmou que o governo deve revogar o teto de gastos.

              “O investimento público brasileiro, colapsado, é o pior da história. Temos que compreender isso e revogar a PEC 95 [do teto de gastos imediatamente”, afirmou, antes de participar de um ato político no PDT, em São Paulo. Ciro ainda criticou o governo por colocar estatais à venda, “em um momento de forte fuga de capital”.

    • Canindé, teu comentário foi considerado impertinente, grosseiro e desnecessário, nada acrescentando à conversa, de modo que está sendo apresentado requerimento à Editoria do Jornal da Besta Fubana para que ele seja retirado, mijado, rasgado e queimado, com a proibição de ficares setenta e duas horas sem direito a falar mais porra nenhuma aqui. Aí, Berto, nestes termos peço e espero deferimento, porra.

  5. Goiano,
    Procura tua turma!
    Você, como economista, é um excelente cantor de brega, se é que me entendes.
    Para de entupir as páginas do nosso JBF com tantas asneira. Já encheu o saco.
    Os caras fuderam o país e tu ainda ficas remoendo teorias medíocres a fim de justificar miríades de patifarias que, ao meu ver, são merecedoras da pena de morte. Haja paciência!

    Ah! Ia esquecendo. O dólar subiu porque o governo acabou com a farra dos juros do rombo incomensurável que o PT deixou. Quem foi embora foi o capital especulativo, que vivia dos 500 BILHÕES de dólares que pagamos de juros sobre este mesmo rombo que herdamos dessa corja de canalhas. Subiu e fez muito bem. Juntamente com a queda dos juros. Essa é a única maneira de não deixar essa bomba relógio que vocês deixaram explodir.

    P.S. NÃO PRECISA ME RESPONDER NÃO, POIS NÃO VOU LER.

    • Em 1994 falava-se de Ciro Gomes que:

      Governo Ciro Gomes é aprovado por 74%

      DA REPORTAGEM LOCAL

      O novo ministro da Fazenda, Ciro Gomes, deixa o governo do Ceará com o mais alto índice de aprovação entre governadores de 12 Estados pesquisados pelo Datafolha. Ele tem 74% de aprovação.
      O levantamento foi realizado nos dias 29 e 30 de agosto. Foram ouvidas 18.095 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
      Na pesquisa anterior, há seis meses, Ciro (PSDB) já alcançava 67% de avaliação positiva (taxas de ótimo e bom). Apenas 5% dos cearenses acham hoje que o seu desempenho é negativo. Para 18% o ex-governador é regular.

  6. ***
    Grande Goiano!
    Estatismo, cabide de empregos, migalhas para os sistematicamente apequenados, ou seja, uma gaiola dourada.
    É o que pretende a nomenclatura capitalista stalinista petista e é, por óbvio, o fulcro deste discurso do Goiano.
    Mais do mesmo que não deu certo e que nunca dará.
    ***
    O grande poeta português (e existe algum vate que não seja grande?) Fernando Pessoa disse que “Deus, ao mar, o perigo e o abismo deu, mas foi nele que espelhou o céu”; uma metáfora dizendo que viver, em sua concretude, é uma linda e perigosa aventura.
    ***
    Viver é isso e não será o messianismo abraçado pelo PT, ou por qualquer outro, que conseguirá mudar o imutável.
    E o que é pior, esse discurso messiânico seduz a alguns que acham melhor viver em uma doce ilusão do que a real realidade da vida.
    Até que acordem pelos choques das ondas do oceano da vida e descubram que não deveriam entregar o barco da sua vida nas mãos de timoneiros despreparados.
    (Sócrates já avisou isso milênios atrás, mas há quem tenha como ídolo alguém que se jactava de nunca ter lido um livro.)
    ***
    Eles falam/pensam assim:
    “Papai! Papai estado! Cuida de mim, cuida? Não me deixe morrer, não me deixe sofrer, não! Por favor, por caridade! O Goiano disse que você cuidará de mim… tome minha dignidade, minha consciência, minha liberdade e dê-me este paraíso estatal regulado por soviets sábios e oniscientes sob a liderança do grande Pai”.
    “Tenho medo, papai, tenho muito medo”!
    ***
    Eu teria o cuidado de dizer: ” seu medo é justificado, viver não é fácil, é cheio de perigos, e eu não sei como resolver isso, mas se cooperarmos e fizermos cada um a nossa parte no sentido do bem comum, de maneira livre, honesta, sem pensamentos esquizofrênicos, numa clima de igualdade, respeito, fraternidade e paz uns com os outros, pode ser que sejamos relativamente felizes neste mundo, mas não posso garantir”.
    ***
    Estou bem mais terra a terra depois que o Guedes me obrigou a voltar a trabalhar e também porque, quando uma tempestade perfeita se forma nos mercados, é hora de comprar puts e lucrar uma enormidade de grana, além de poder reposicionar minha carteira com a queda dos preços dos ativos.
    Estarei nos mercados até formar um fundo e de olho nas empresas sólidas e que estejam com os múltiplos interessantes para surfarmos a próxima onde de alta.
    Busco yelds, como disse o Barsi, mas também sei especular quando é preciso.
    ***
    Com isso, saí um pouco da reclusão do meu Sanias e da minha rotina de meditações a respeito do sentido do Ser, do Tempo, do Nada e do Cosmos.
    Materializei-me um pouco e vim tratar dos assuntos esquizofrênicos do mercado e com pessoas que confundem valor com preço e que, utilizando a falácia do escocês, procuram manter ad hoc afirmações não estão fundamentadas pelas evidências.
    Só enganam a si mesmas, mas é um engano precioso para a manutenção do seu ego. Outra construção neurótica, aliás.
    Eu também sou neurótico, mas o treino em ver a realidade me permite administrar melhor a propensão de abraçar ilusões.
    Como o Estatismo, por exemplo.
    ***
    P.S. Ô idioma difícil. A pontuação, concordância… transliterar me confunde. Espero não ter errado demais.
    Namaste.

  7. Sobre teu post scriptum, declaro: erraste muito, Saniasin.

    Na verdade, Saniasin e tu se descrevem, por vezes, como o Dr. Jekill and Mr.Hyde, ao oporem altas filosofias à crua realidade do mercado.

    Não é nada disso do que pensas, com tua visão idealista (american way of life), a respeito da visão esquerdista do mundo.

    Não se trata de o Estado carregar as pessoas no colo, não é nada disso, trata-se de uma deturpação grosseira da política de participação ativa do Estado no desenvolvimento da economia.

    Trata-se, também, da visão desumana que muitos têm, de deixarem os miseráveis por sua própria conta.

    É, sim, função do Estado não permitir que nenhum do povo passe fome, viva ao relento, deixe de ter assistência à saúde e não tenha acesso à educação: esses são requisitos mínimos para o desenvolvimento de uma nação justa.

    Mas, finalmente, descendo da montanha dos monges, desfazes as dúvidas sobre tua visão a respeito do mundo real, onde a verdade deve ser o pega pra capar.

    Acredito que é possível viver a realidade humana sem abdicar da elevação do espírito, mas não acredito em elevação do espírito que despreze a solidariedade.

    • ***
      Sinto-me em estado de gratidão por senhor ter-se dignado a responder meu canhestro comentário.
      Como disse, a falácia do escocês consiste na tentativa de manter ad hoc afirmações não estão fundamentadas pelas evidências.
      Pois bem, esta política econômica desenvolvimentista resultou, no governo Dilma, em duas retrações do PIB da ordem de 3%, cada uma, ou seja, empobreceu o país em 6,0%.
      Por isso ela caiu, essa é só uma das milhares de evidências de que não dá certo o delírio estatista.
      ***
      Quanto ao nível de espiritualidade, estando num corpo humano, podemos graduar o nível da nossa espiritualidade conforme a necessidade.
      Jesus que quando estava aqui era puro espírito materializou-se o suficiente para distribuir chibatadas nos vendilhões do templo.
      Há até um meme famoso ilustrando isso.
      Nunca bateu num gay, nunca desprezou uma prostituta, um doente, ladrão, cobrador de impostos, doutores da lei (a inteligentsia da época), políticos… a malta ele tratou com a devida serenidade e até tentava mostrar as maravilhas de um mundo de paz e sem egoísmo.
      Até com o cão ele teve mais consideração,
      Contudo, estalou o chicote naqueles que usavam o templo para arrancar dinheiro dos pobres.
      Veja.
      É possível ter o sânias e ganhar dinheiro no mercado, mesmo, e por isso mesmo ganho dinheiro, eu sabendo que a mediação social pelo dinheiro é algo asqueroso e doentio.
      Até avisei em meus comentários que o crash estava iminente quando disse que a entrada em massa das pessoas físicas na bolsa de valores era a senha para a queda.
      Fiz o que ensinou São Pedro: “não tenho ouro nem prata, mas isto que tenho lhe dou”.
      O conhecimento!
      Mas fique tranquilo, com o sangue nas ruas, e a quebradeira geral que virá, já pedi a um grande amigo para procurar um terreno na aprazível região serrana do Ceará onde, a Deus querer, receberei meu Sânias total, após a peregrinação a um lugar sagrado, na idade em que Deus for bem servido.
      Namaste.

  8. Meu caro Saniasin, senti um esfriamento na nossa cordialidade ao me tratares por cachorro (nunca me chamaste de senhor antes, porra).
    Veja só, parodiando o velho ditado, eu acho que quem está no capitalismo é para enricar.
    Quero dizer, pelo menos tentar.
    É próprio do sistema e não condeno ninguém por isso.
    E se fiz entender que estive te censurando por ganhares dinheiro, seja especulando na bolsa, seja jogando na mega, ou seja realizando qualquer outra atividade honesta, saiba que jamais tive essa intenção.
    O que eu disse, ou quis dizer, foi que me pareceu que desceste do muro para revelares que és adepto, ideologicamente, da direita e absolutamente contrário à esquerda e suas políticas, assim como agora mesmo alegas que essa “política econômica desenvolvimentista resultou, no governo Dilma, em duas retrações do PIB da ordem de 3%, cada uma, ou seja, empobreceu o país em 6,0%”, sem atentar para as variáveis que levaram a isso, dentre elas, quem sabe, alguma falha de Dilma Roussef, o que, caso tenha havido, não invalida a política esquerdista, o petismo.
    Bem, se algum desvio invalida a ideologia, talvez (é possível, estou especulando) Jair Messias Bolsonaro foda completamente com a ideologia da direita, ainda mais se o barril brent e o coronavírus continuarem ajudando a afundar sua administração.
    Quanto a “ganhar dinheiro”, jamais eu poderia censurar alguém, ou a ti, pois aprecio ganhá-lo, seja pelo trabalho, assim como tu, seja jogando na loteria, seja tentando safar algum no mercado de capitais, No capitalismo, se as pessoas não tiverem esse objetivo e a fantasia de ficarmos todos ricos o sistema escoa pelo esgoto.
    Bem, talvez se leres novamente meu comentário anterior com diferentes sentimentos verás que o que digo confere. Ou, se continuares a achar que fui impertinente, peço que simplesmente releve minha insensibilidade.

    • ***
      Grande Goiano!
      Tranquilito.
      Só na paz.
      Receber o Sânias é saber que em 99% do tempo da vida humana estamos em paz. Apenas 1% de uma existência é de dias alegres ou tristes, conforme as mutáveis aparências que condicionam o débil julgamento do ego.
      *
      O ego é um fenômeno que existe “em relação a”. É por isso que no passado, condicionado pelo egoísmo,não pude, a maioria do tempo, perceber a imensa e indiferente paz do momento presente.
      Esse átimo de tempo no qual o ser é e se faz presente num continuum percebido pelos outros como personalidade.
      A tal personalidade enganou-me por muito tempo, posto que um personagem tem uma descrição e está imerso em uma narrativa, em última análise, são os seu amos.
      *
      O personagem, um ser iludido com a personalidade que lhe pespegaram e que ele aceitou como sendo ele, precisa estar constantemente em tramas reais e imaginárias, para reforçara ilusão de ser o que lhe disseram que ele era.
      *
      O saniasin é apenas uma presença que age na realidade da maneira mais benéfica possível, sem nunca se identificar totalmente com os personagens que ele representa para os demais.
      *
      Assim, findo um “trabalho”, recolho-me ao absoluto silêncio e despreocupação do hoje.
      ***
      A palavra “senhor”

      As vezes hesito em escrever “você” quando me dirijo a pessoas que reconheço serem muito superiores a mim em bens e em luzes intelectuais e, desculpe se coloquei ela no texto, num ato falhado. Mas, receba-a como um sinal de respeito e admiração de minha parte.
      ***
      O “trader”

      Como o pior da volatilidade passou e o quadro econômico já está dado. Estou levemente comprado e esperando os sinais para me posicionar em ações para surfar a próxima alta.
      Quando ela se apresentar.
      ***
      O Saniasin

      Até lá, continuarei vivendo o presente, sem pressa nem preguiça e aproveitando a maravilhosa paz de 99% que existe no hoje.
      ***
      Relebrando o rei do heterônimo

      Estive lendo uma parte do poema Padrão de Fernando Pessoa e detive-me nesta parte:
      “Que, da obra ousada, é minha a parte feita.
      “O por-fazer é só com Deus”.
      E, acho belíssimo esse verso,
      “E ao imenso e possível Oceano…”.
      Para mim esse verso descreve o sentimento de um saniasin diante da vida: imensa e miraculosamente possível.
      Dom preciosíssimo!
      Vivamos!
      *
      Namaste.
      (O deus que habita em mim saúda o deus que habita em você).
      *

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