A PALAVRA DO EDITOR

Hoje, domingo de Carnaval do ano de 2024, vou repetir um texto publicado há três anos, em fevereiro de 2021.

Pra matar as saudades e alegrar essa tarde.

Um excelente carnaval para toda a comunidade fubânica!!!

* * *

Nunca pensei que eu iria viver o suficiente pra ver o Recife sem carnaval.

Sem o gigantesco bloco do Galo da Madrugada explodindo de vida e de alegria no Sábado de Zé Pereira.

O pânico que tomou conta do mundo conseguiu essa inacreditável proeza.

Hoje, domingo de carnaval, se alembrei-se-me dos tempos em que botava na rua O Bloco da Besta Fubana.

Uma respeitável e impoluta instituição carnavalesca, fundada em 2004, que juntava gente que só a porra e desfilava na Praça da Casa Forte, sob a proteção do nosso magnífico estandarte.

Um imponente estandarte, no qual a Besta Fubana aparecia com a sua magnífica parajaraca, pronta pra enrabar qualquer cabra safado.

Uma animação contagiante, uma turma animada, vibradora e cheia de vida, frevando e fazendo o passo ao som de uma orquestra.

A concentração antes do desfile era feita num dos pontos mais folclóricos e lendários do Recife, o Bar Largura.

Eu participava do respeitável evento devidamente paramentado de Pai Babachola, o maior catimbozeiro dessa beirada de Atlântico.

Incorporado na pele de Pai Babachola, cansei de tirar o Cão, o Tinhoso, o Cramulhão, o Capeta que baixava no couro de foliãs fogosas e com exuberantes pés-de-rabo.

Chega fazia fila pra receber meus santos passes!

O proprietário do estabelecimento, meu amigo Wilson, é um personagem que entrou pra história da cidade.

Na virada de 1999 para 2000, ele acrescentou à placa do Bar a inscrição “Desde o Século XX”, conforme vocês podem ver na foto abaixo, onde ele aparece:

O nome do bar, “Largura” é uma fina ironia com o apertadíssimo espaço do ambiente.

No corredor de entrada, não cabem duas pessoas nem se espremendo!

Como estou em abstinência compulsória, já tem mais de quatro anos que não vou ao Largura tomar uma lapada.

Sempre que passo por lá, como aconteceu hoje de manhã, chega me bate  uma assuspiração na caixa dos peitos de tanta saudade.

Neste incrível domingo de carnaval sem carnaval, fecho a postagem com uma composição magnífica do Maestro Levino Ferreira, intitulada Última Dia.

O frevo preferido de Aline, que fez a montagem do vídeo abaixo.

5 pensou em “O BLOCO DA BESTA FUBANA

  1. É. O Brasil mudou e somos obrigados a nos considerarmos culpados por omissão. A mesma omissão que tanto temos reclamado do tal G. Dias. Somos omissos e coniventes. Estamos, literalmente, nos cagando de medo escudados num futuro que não existirá.

  2. Deve ter sido uma época maravilhosa!!! Animação total e o Papa Berto paramentado em alto estilo!!! Gostaria de ter vivenciado esse bloco carnavalesco!!! Ô saudade vocês devem ter dessa época e desses carnavais!!! Abraços, querido Berto, extensivos a Aline e João! Feliz Carnaval!

  3. Arretado, lembrei agora do grande passista e amante do frevo Ricardo Napoleão, primo do grande ficcionista e autor do grande romance da Besta Fubana. O meu irmão e amigo Luiz Berto Filho. Tive o prazer de participar do bloco Besta Fubana. Simplesmente fantástico. Casa forte em peso participava.

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