O governador de São Paulo repete com incrível insistência que o presidente deveria parar de politizar a pandemia. João Doria se coloca ao lado da ciência e fala como se apenas ele estivesse preocupado com as vidas humanas, enquanto Bolsonaro só pensaria em 2022. Para um observador mais neutro, porém, a realidade parece ser justamente o contrário.
Doria anunciou medidas mais restritas ao comércio no dia seguinte às eleições, sendo que havia rechaçado tal possibilidade como “Fake News”. O discurso de isolamento e lockdown era para ganhar tempo e “achatar a curva”, mas logo se transformou numa espécie de panaceia contra o vírus, sem qualquer embasamento científico.
A Argentina está aí para mostrar a incômoda verdade sobre isso. O presidente esquerdista fez o mais longo lockdown do mundo, e o país se tornou um dos piores em morte por habitante. Mas nenhum fato parece abalar a crença dos isolacionistas radicais.
A máscara, que o governador usa até sozinho, não se mostra tão eficaz também, segundo estudos científicos, e não impediu que o próprio governador contraísse a doença. A hidroxicloroquina, por outro lado, tem estudos mais favoráveis, mas foi tratada como magia e obsessão de curandeiro, só porque Bolsonaro apostou as fichas no remédio, que tem uso preventivo há décadas sem grandes riscos.
Já a vacina chinesa, feita às pressas e sem transparência, tornou-se a grande aposta de Doria, que chegou a defender sua aplicação obrigatória no povo. Talvez a proximidade excessiva de Doria com o regime ditatorial chinês tenha afetado seu apreço pelas liberdades básicas. Mas sempre em nome da ciência, claro.
Quem está politizando a pandemia, afinal? Alguém mais cínico poderia até levantar a hipótese de que Doria deseja a piora da economia para desgastar o presidente de olho em 2022. Lojas fechadas na marra, cidadãos presos por circular nas ruas, regras e mais regras impostas sem a devida comprovação científica, e tudo isso produzindo um quadro de agravamento da situação econômica, que já conta com milhões de desempregados.
A eleição americana jogou mais lenha na fogueira conspiratória. Em que pese a suspeita de fraude, é inegável que sem a exploração da pandemia pela mídia e os democratas, responsabilizando de forma absurda o presidente Trump por cada morte, o republicano teria sido reeleito. Quanto que isso deve ter despertado de ambição maligna nos opositores de Bolsonaro no Brasil?
O Natal vem aí, mas os isolacionistas querem uma comemoração sem toque, mesmo em família. Pelo visto será um Natal sem toque e sem emprego para muita gente. Será que não foram longe demais com essa reação histérica ao covid-19?