RODRIGO CONSTANTINO

Moro mostra sua cara política – e sua nova voz!

O ex-juiz Sergio Moro fez seu discurso de filiação ao Podemos. Aquele que disse que o Brasil “não precisa de líderes que tenham voz bonita” fez um claro treinamento com fonoaudiólogo para melhorar a impostura de sua voz, que lhe rendeu o apelido de “marreco” por alguns maldosos.

O que mais chama a atenção, logo de cara, é a forma, ainda mais do que o conteúdo. Moro virou político em todos os aspectos – ou será que sempre foi e disfarçava? No Estadão, consta o seguinte:

Moro tem sido auxiliado, quase que em tempo integral, pela empresa IV5 Inteligência em Comunicação, do marqueteiro Fernando Vieira, que recebeu R$ 396 mil do Podemos somente em 2021 – ano em que a legenda já recebeu R$ 10 milhões do Fundo Partidário. O QG da campanha, por enquanto, fica em uma sala comercial da empresa na zona sul de São Paulo, mas, conforme a eleição se aproximar, vai se mudar para um imóvel maior, alugado pela legenda. 

Até as vésperas do evento de filiação de Moro, a equipe preparava vídeos de divulgação do pré-candidato. Em uma das imagens filmadas, Moro aparece discursando enquanto anda em direção à câmera. As peças de divulgação também vão ser veiculadas em um canal dedicado ao ex-juiz no YouTube.

Faz parte da nova rotina de Moro ouvir atentamente da equipe de Vieira orientações a respeito de como deve ser sua comunicação com o público. Com o auxílio do marqueteiro, o ex-juiz também tem buscado construir uma imagem de “pré-candidato” e motes de campanha para o Palácio do Planalto. Foi de uma entrevista com o ex-juiz que Vieira arrancou o slogan: “um Brasil justo para todos”. 

Eis o que fica claro lendo isso: Moro se entregou ao marketing. E isso, ouso dizer, pode representar suicídio político nos tempos atuais. O povo quer alguém genuíno. Vide o caso do governador João Doria, o mais moldado pelo marketing. Tudo que Agripino faz é calculado com base no impacto marqueteiro para certo público. E o resultado é um índice pífio de aprovação, contra uma enorme taxa de rejeição.

Moro tenta ser o candidato da mídia: “Chega de intimidar e agredir jornalistas”, disse o ex-juiz, ignorando que a liberdade de imprensa não está ameaçada no país hoje, mas que militantes disfarçados de jornalistas viraram o maior partido de oposição no Brasil de Bolsonaro. Trata-se de uma estratégia para ser o queridinho da velha imprensa, na esperança de que isso seja suficiente para compensar a falta de engajamento popular.

Moro atacou o “capitalismo cego, sem compaixão”. Colocou a “justiça social” como uma das principais metas. Sim, é tucano. Fala como tucano, pensa como tucano, age como tucano. “Nós podemos erradicar a pobreza, e não é preciso furar o teto de gastos”, prometeu Moro, sem explicar o mais relevante: como fazer! É típico da demagogia fazer promessas irreais sem entrar em “detalhes chatos” de como executa-las…

Na luta para ocupar a “terceira via” que se coloca equidistante entre os dois “extremos”, veio a banalização do mensalão: Moro compara o projeto totalitário petista com rachadinhas ou até emendas “secretas”. Petistas vibram com o discurso, claro, que compara tiros de bazuca com pedradas. O relativismo é o melhor amigo dos verdadeiros criminosos…

A visão política de Sergio Moro vai ficando mais clara, e para quem estudou história, conhece a mentalidade alemã desde Bismark, a crença de Woodrow Wilson e a Grande Sociedade de Lindon Johnson, saberá identificar a coisa: uma tecnocracia com amplo poder, sem rosto e sem voto, formada por “especialistas abnegados” que poderão guiar o povo. É a mentalidade por trás do “deep state”, do gigantesco estado administrativo que se vê blindado contra anseios populares, ditando regras de cima para baixo.

Não por acaso Moro “marinou”. O ambientalismo é o novo refúgio da esquerda globalista, que ambiciona controlar tudo de cima para baixo. O “crescimento sustentável” virou um slogan vazio que, na prática, significa delegar imenso poder aos tecnocratas distantes. Vide a agenda da ONU 2030, a histeria com o “aquecimento global” justificando intervenções cada vez mais bizarras nas economias e democracias locais.

Em suma, Moro toca em pontos importantes, sem dúvida, acerta em muitas pautas, mas adota discurso genérico, abrangente e um tanto demagógico, que parte da premissa de um estado quase onipotente capaz de resolver todos os males que assolam a humanidade.

Aquele que jamais poderia abandonar o Brasil pulou fora do governo no meio de uma pandemia, e saiu atirando. Moro não vai precisar de muito esforço para seduzir jornalistas. Esses já adotam a visão estética de mundo, e adoram uma narrativa megalomaníaca estatizante, com fortes pitadas de politicamente correto. Duro vai ser Moro atrair o povo…

7 pensou em “MORO MOSTRA SUA CARA POLÍTICA – E SUA NOVA VOZ!

  1. Moro discursou dizendo platitudes globalistas. Ele é a favor do meio ambiente, da justiça social, da Globo, do Antagonista. É contra o capitalismo cego, contra a corrupção. É auxiliado agora por um marqueteiro profissional e não mais pela mulher, o que era um desastre para ele.

    Ó, “habemus candidatus”, a palavra candidato é derivada do latim e também deriva para cândido, puro, imaculado, ou seja, o que o próprio Moro quer ser.

    Só que começou mal. Sendo juiz da Lava Jato ele deveria saber que Álvaro Dias, dono do partido a que ele se filiou, também tinha codinome, foi denunciado pelas empreiteiras bandidas. Dias nunca foi denunciado.

    Este é o Moro, o super herói brasileiro (eu o considerava assim) que se mostrou um traíra. Sim traíra, pois em 2018 deixou de ser juiz para entrar em um governo de viés conservador sem nunca ter sido um. Saiu do governo atirando por não querer denunciar as arbitrariedades do STF que concedia poder a prefeitos que prendiam senhoras nas praças e vendedores ambulantes nas ruas.

    Moro é uma farsa.

    • Era esse o tal 3ª via que o CEduardo tanto ansiava? A montanha pariu um rato…

      “parturiunt montes, nascetur ridiculus mus” Horácio

  2. Imaginei na época termo um juiz justo e honrado, só que ao vê-lo largar o cargo para ser ministro do capitão (não era algo que o desmerecesse) mas vi ali uma atitude com segundas intenções, a mosca azul o tinha tocado, não deu outra, teve tudo pra continuar tendo o respeito dos brasileiros de bem, mas fez uma verdadeira papagaiada, tentou sair bem no filme mas se queimou. Ainda acho que houve seletividade nas apurações da lava jato.

  3. Nao sei se vao me entender. Mas moro canditado é a melhor 3 via que Bolsonaro poderia ter. Nao acredito que ele teria coragem de poupar o sujeito que ele prendeu para atacar Bolsonaro nas campanha. Se ele fizer o favor se tirar o Lula do segudo turno já cumpriu seu papel.
    Como disseram…pode nao um bom adubo para o Brasil , mas é o melhor veneno pra praga do PT

  4. O que mais impressiona é o carisma. Esse é o cara! Entusiasma multidões com sua fala sincera e objetiva. Suas soluções para os problemas do país saltam aos nossos olhos na hora que ouvimos. É honesto, sua ‘biografia’ é irretocavel, seus propósitos são justos, é inegavelmente leal e tem, entre todos os outros candidatos, fortíssimo apoio político, como nunca visto antes ‘neste país’. E sobre economia então? Aí é que o candidato arrasa. Mostra de forma transparente seus pensamentos e deixa clarissimo os rumos que as forças que movem a nação devem tomar. Todos sabemos agora, que eleito um candidato com essas qualidades todas, e com essas metas bem definidas, os problemas do Brasil deixarão de existir. Não podemos esquecer que, como ex-juiz, ele é admirado e respeitado no meio judiciário, especialmente e principalmente no STF e no STJ. Somando todas essas incríveis qualidades com a honradez e a comprovada competência administrativa, bem, estamos salvos. Mas é aí mesmo que toca a porra do despertador e te acorda de um sonho de 2017. E não é primm, primm não. Faz um barulho parecido com: Acorda porra. Acorda porra. Acorda porra. E é nesse momento que você quebra o despertador e a mão, socando a merda da realidade. E aí tem certeza que fez muito bem em 2018 e fará de novo em 2022.

  5. Bolsonaro + Valdemar C Neto, nasceram um para o outro. Bolsonaro foi eleito para mudar o sistema, o sistema mudou Bolsonaro? Não. Aquele Bolsonaro da campanha e do discurso da vitória, em outubro de 2018, nunca existiu. Hoje conhecemos a verdade e a verdade nos libertará desse psicopata rachador

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