JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

Eu vivo lá no passado
Meu futuro se perdeu
Não tenho sequer presente
– Este tempo não é meu –
Parece que a natureza
Gerou-me para a tristeza
Quando o amor floresceu.

Sem luz, vivendo um breu,
Minha alma inquieta
Não crê mais que o tempo passa
Virou alma abjeta
Não sonha, não sente dor,
Hoje não crer mais no amor
Deixa aqui de ser poeta.

O silêncio me completa
De agora em diante
Os versos se calarão
Não falarão do instante
De quando nos misturamos
Do quanto nós dois gozamos
No tempo pouco distante.

Porque nós passamos do tempo.

2 pensou em “MINHA AGONIA (Últimos versos)

  1. Muito triste e ao mesmo tempo bonito o poema. Também perdi algo muito valioso há poucos dias. Perdi toda a minha esperança no amor. Me disse ele que cheguei atrasada e nada poderia fazer. Eu que sempre fui sortuda e adiantada, hoje me sinto azarada e atrasada.

    • Lurdes, o acaso junta.
      Às vezes num tempo atrasado.
      Mas, e se o tempo atrasado for, na verdade, um tempo adiantado?
      Por que os amantes têm tanta pressa em possuir, quando deveriam apenas ser?

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