CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Caro Berto, bom dia.

Que o final de semana do caro amigo, e de sua família, seja repleto de paz, saúde e alegria.

Talvez vítima do acúmulo de idade, não me sinto confortável com a celeridade das modificações, principalmente as de comportamento, que a nova ordem mundial teima em nos empurrar goela abaixo. Quando escreveu que “certas épocas são doentes mentais. Por exemplo: a nossa”, Nelson Rodrigues talvez não imaginava que permaneceria tão atual mesmo que várias décadas depois.

Sei não, mas acho que é chegado o final dos tempos. O Armagedom envidando a profecia.

Sei lá, talvez seja mesmo a doença mental da época atual, vislumbrada pela privilegiada capacidade de percepção de Nelson Rodrigues. Ou não! Mas, que está tudo muito estranho, ah!, isso está. Se não, vejamos:

Há alguns anos, a mulher mais sexy do Brasil era homem, enquanto que, agora, o homem mais pegador é mulher!

O Clube dos Militares promoveu debate sobre liberdade de expressão e, como contra partida, o sindicato dos jornalistas abrigou e patrocinou movimento para censurar a imprensa.

A imprensa que garante que é nazista um presidente da República que lhe garante o direito de chamá-lo de nazista, canta odes inspiradas enaltecendo o fulgor democrático de juízes supremos que manda prender jornalistas.

Até pouco tempo, casal infértil procurava, à exaustão, por todas as possibilidades médicas para poder gerar um filho. Se ainda assim o intento se demonstrasse ineficaz, adotava uma criança. Hoje, casal fértil renovado busca recursos médicos para se tornar infértil. Consolidado o feito, adota um cachorro.

Por conta de uma tal pandemia, doutores da lei mandaram soltar quem deveria continuar preso e senhores feudais travestidos de prefeitos e governadores, apoiados por doutores da lei, mandaram prender quem deveria continuar solto.

Ainda na esteira da pandemia, cientista com mania de político, jornalista com mania de deus e político com mania de jornalista e deus, concluíram, de comum acordo, que o tratamento mais adequado para combater a peste era ficar em casa e lá permanecer até que a morte desse sinal de vida.

Evoluídos e antenados com as novidades que o “novo normal” facilita, nossa evolução(?) como raça – da configuração social até as comunicações, passando pela engenharia genética, bioquímica e transportes, entre outras -, nos induzem a pensar que, por direito, somos quase-Deus. Muitos dos manipuladores desses avanços buscam incessantemente inverter a ordem natural das coisas e têm certeza que, por imposição da criatura, ao Criador só restaria renunciar à Sua divindade. Em reconhecimento aos serviços prestados desde a fundação do mundo, Lhe seria concedido o direito de ser quase-humano. Coisas do ser humano. Para eles, é só uma questão de ponto de vista. Para mim, é o princípio do fim.

Pode ser apenas desvario de um cérebro devastado pelo ócio, mas que tá esquisito, tá. Tá ô num tá?

10 pensou em “MAURO PEREIRA – ITAPEVA-SP

  1. Caro Mauro, a hora mais escura é a que fica perto do amanhecer.

    Se hoje está muito escuro, é que o amanhecer está próximo.

    Acredite.

  2. Quem garante à imprensa o direito de chamar alguém de nazista não é o presidente da república.

    Quem garante este direito é a constituição federal.

  3. Duvido que gente de boa índole tenha votado consciente que seus eleitos fariam tamanha atrapalhada.
    Pelo que vemos a coisa não garante direito algum .
    Mas garante todos os esquerdos.

  4. Ledo engano dos democratas de ocasião. A constituição concede direitos, mas não os garante. Lula, por exemplo, deixou bem claro que, caso volte ao poder, não os garantirá.
    Franklin Martins, o homem forte da informação no governo Lula, disse que imprensa livre não informa, deforma. Parte do Judiciário tem sido seletivo na garantia de direitos.
    A constituição brasileira está desmoralizada.

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