CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

O OLIMPO DE MARTA

Por mais que desarme meu espírito de qualquer vestígio de preconceito, seja ele político, ideológico ou até mesmo conceitual em relação ao Partido dos Trabalhadores, e por extensão à esquerda, mais cala em minha alma a certeza de que cada dia sobrevivido à mediocridade que devastou o Brasil contaminado pelo lulopetismo foi uma experiência dolorosa, às vezes até traumatizante.

Apesar de estar fora do poder a cerca de 30 meses, a dor se revela aguda quando somos atormentados pela lembrança de que quase uma década e meia foi desperdiçada pela ação nefasta de um governo fraco na ação, limitadíssimo na competência, lépido na mentira e portentoso na corrupção. O trauma, por sua vez, ainda se manifesta atroz ao vermos proliferar nos dias atuais a indigência pessoal de personalidades que num passado ainda recente eram reconhecidas como sólidas lideranças da política nacional. Dói na alma ver no que se transformou a imprensa. As Redações, solo venerado até recentemente, transformou-se em reles trincheira de militantes rebeldes com causa(derrubar o presidente Jair Bolsonaro a qualquer preço).

Naquele celeiro de nulidades que nos atormentou por um longo período, não escapou ninguém, nem autoridades do judiciário, nem deputados federais, menos ainda, senadores da República. Nem sequer ex-presidentes; nem os que passaram uma temporada engaiolados, nem os que não terminaram seus mandatos abreviados por impeachments.

Embora seu nome tenha sido mantido estrategicamente fora do mar de corrupção que marcou o governo petista – com o intuito escancarado de torná-la referência de honestidade nas hostes esquerdistas – a reeleição, da “presidenta” Dilma Roussef foi o prenúncio do declínio da hegemonia socialista. Eleita para governar para todos os brasileiros, rompeu com o compromisso assumido por ocasião de sua posse ao aceitar docilmente a condição de subalterna intérprete das vontades de Lula e militante partidária ativa nos processos eleitorais. Nesse aspecto, ela se mostrou tão eficiente quanto o seu criador. Desagravar o padrinho político também se tornou uma de suas especialidades.

Foi, porém, na composição do ministério e, na atuação dos ministros, que a coisa desandou de vez. Distribuídos estrategicamente pelos cerca de quarenta departamentos governamentais, tinha ministros de quase todos os partidos e de todos os matizes ideológicos. Em comum apenas a monumental incompetência, a vocação para o mal feito e o mesmo contrato de aluguel. O melhor deles tinha que trabalhar o dobro para produzir a metade.

Tinha aqueles, e aí despontava a maioria, que eram completamente desconhecidos dos brasileiros. Alguns, até mesmo da própria presidente, especulava-se. Espertos, viam no anonimato a brecha perfeita para se beneficiarem da remuneração gorda sem se comprometerem. Tinham, também, os não muito dados ao hábito de trabalhar. A esses gazeteiros incorrigíveis me quedo humildemente e os reverencio pela desídia inescrupulosa, pois, quanto mais distante do governo se mantiveram menor foi o risco para a sociedade. Desprovidos de personalidade, sentiam-se à vontade quando eram humilhados publicamente pela presidente, que simplesmente os ignorava e dispensava suas presenças até mesmo em negociações com o Congresso de temas inerentes às suas pastas.

Mas esse foi o segundo time capitaneado pela ex-presidente Dilma Rousseff. O supra-sumo do servilismo e da nulidade sempre esteve concentrado nos ministérios mais importantes, chefiados na sua imensa maioria por figurões do Partido dos Trabalhadores. Aqueles do chamado núcleo duro… de aguentar!

No comando da economia desfilou absoluto por vários anos o pior ministro da Fazenda que já se teve notícias. Vacilante na maioria das suas aparições, demonstrava não ter muita intimidade com os números e após suas explicações, costumeiramente evasivas e pouco convincentes, ficava a sensação de que era fervoroso devoto de São Judas Tadeu e Santo Expedito, os santos das causas impossíveis e das urgentes. Certa ocasião declarou que o Brasil havia experimentado um crescimento negativo, confirmando minhas suspeitas de que realmente o País avançara para trás.

No dos Esportes, despontou o mais conformado de todos os ministros. Oriundo do PCdoB, sempre foi considerado estranho no ninho e desde de 2003 foi sistematicamente assado, frito e cozido no óleo amigo da frigideira petista, tanto no governo como na Câmara dos Deputados. Jamais se ouviu um único lamento escapar de sua boca agradecida, nem o mais tênue protesto. O osso devia ser uma delícia, pois, nem sob tortura ele se dispôs a largá-lo. Santa alma.

Na Educação, nada menos do que um dos maiores expoentes da decadência petista. Do outrora combatente implacável dos políticos corruptos sobrou apenas a figura patética de um militante frustrado que a cada gesto deixava transparecer a dor que dilacerava o espírito de um ministro da Educação que havia se preparado a vida inteira para ser ministro da Fazenda.

Como os demais, a Saúde foi outro desastre. Faltou tudo Hospitais, remédios, vacinas, mutirões. Ministro! Só não faltavam dor, sofrimento, luto. Abandonado ao deus dará e à exploração de falsos profetas vorazes (por dinheiro), o brasileiro buscava na fé o lenitivo para a sua agonia de cada dia. Doente, a Saúde jazia moribunda.

Mas a esplanada famosa, que nas últimas três décadas concentrou (e ainda concentra) o maior número de inúteis por metro quadrado, encontrou sua redenção. E no melhor estilo Marta Suplicy.

No auge da euforia por ter sido nomeada ministra da Cultura em reconhecimento ao seu repentino apoio incondicional à candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo nas eleições de 2012, madame Suplicy não se conteve e mandou às favas o bom senso e a auto estima. Agradecida, e sem o menor pudor, curvou-se a mais indecente manifestação de vassalagem e elevou Lula à condição de deus. A afronta se sobrepõe a qualquer laivo de comicidade.

A ilustrar a decoração interna da portinhola que dá acesso ao Olimpo que a doidivina erigiu ao seu deus Lula, destaca-se a placa reluzente avisando aos que se aventurarem a conhecer por dentro aquele universo em decomposição: “Ao sair, limpe os pés”.

Um comentário em “MAURO PEREIRA – ITAPEVA-SP

  1. ..e essa figura tá escondida na prefeitura de são paulo, do psdb, na area de politica internacional, afinal num dá pra largar as boquinhas e sempre gordas e sem esforço ou com esforço moderado como diria maluf….relaxa e goza…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *